III Bimestre - 6 Ano: O SAGRADO FEMININO NAS RELIGIÕES
O SAGRADO FEMININO NAS RELIGIÕES
Resgatar
o sagrado feminino é tornar possível o equilíbrio entre os aspectos masculino e
feminino, é reconhecer a importância da mulher nos diversos âmbitos da vida
social, política, cultural e religiosa. A mulher tem o direito de exercer junto
com o homem o seu papel com respeito e dignidade. Nas sociedades matriarcais, a Terra era
reconhecida como um planeta de energia feminina, e a mulher era respeitada e
reverenciada pelo mistério da vida que se alojava em seu ventre, ou seja, pelo
poder que tinha de gestar um novo ser. Com o predomínio do patriarcado, a
mulher foi sendo despojada do seu poder e foi-lhe negado o direito de
participação efetiva da vida social, política, cultural e religiosa.
Por
conta desse predomínio, o mundo foi pensado e organizado pelos homens de modo a
tornar-se excessivamente competitivo, agressivo, e voltado para a materialidade
e racionalidade em detrimento da espiritualidade e intuição. Em suma, o resgate
do sagrado feminino tem o propósito de promover a integração de forma justa e
saudável do papel da mulher e do homem na religião, política, ciência, arte,
entre outras instâncias, visando a complementaridade dos opostos.
O resgate do sagrado feminino
A
necessidade de tratar um tema como o resgate do sagrado feminino é devido a
negação histórica do lugar da mulher na sociedade, sobretudo na esfera do
religioso. As religiões são profundamente marcadas pelo selo do masculino
possuidor do poder de decisão. A própria consideração de um Deus Pai todo
poderoso, quando mal interpretada, pode legitimar uma cultura de opressão ao
feminino.
Historicamente
esse fato pode ser comprovado em quase todas as religiões. Essa constatação ressalta
ainda mais a importância de tratarmos o tema do resgate do sagrado feminino. É
inquestionável a força da presença feminina nas religiões, mas por outro lado
essa presença quantitativa não é reconhecida nos espaços decisórios do âmbito
religioso católico. Vale lembrar aqui a mensagem do Papa Bento XVI para Jornada
da Paz, que denunciou a consideração insuficiente que se dá à condição feminina
“nas concepções antropológicas que persistem em algumas culturas, que ainda
destina à mulher um papel de grande submissão ao homem, com consequências que
ofendem a dignidade de pessoa e impedem o exercício das liberdades fundamentais”.
Se
pesquisarmos sobre o feminino primitivo e o divino veremos que as primeiras
representações da divindade foram de mulheres. A Deusa era a grande mãe capaz
de gerar e sustentar a vida. Trata-se de um mistério fascinante, um mistério
sagrado. De acordo com Neumann (1996) “a cultura primitiva é em grau bastante
elevado um produto do grupo das mulheres”. Seguindo numa perspectiva histórica,
notamos uma racionalização dos mistérios em que as mulheres vão perdendo sua
semelhança com o sagrado. As religiões vão construindo um Deus masculino e
perdendo o aspecto da Deusa. Na Grécia e em Roma, por exemplo, as Deusas eram
presentes e cultuadas, mas aos poucos a associação com o feminino foi sendo
esquecida.
Numa
perspectiva bíblica (BÍBLIA SAGRADA, 1987), a passagem mais significativa do
Antigo Testamento sobre a mulher e sua condição (Gn 2-3) apresenta a mulher
como auxiliar, “igual ao homem, ossos dos seus ossos, carne de sua carne, da
sua mesma espécie” (Gn 2), e por isso o homem deixa seus pais para viver com
ela. O relato demonstra a igualdade entre os dois sexos e a inferioridade da
mulher é explicada em (Gn 3,16) como uma degradação do estado primitivo e
original da humanidade. Já no Novo Testamento, a maneira como Jesus tratava as
mulheres é reveladora (Mt, 13,13; Lc 15,8ss). Ele faz milagres a pedido das
mulheres (Mt 8,14ss). Jesus quebrou preconceitos, conversou sem embaraço com a
samaritana no poço de Jacó, o que para os discípulos pareceu contrário aos bons
costumes (Jo 4,7ss.27). Nessa ótica, o comportamento de Jesus pode ser visto
como revolucionário. No gnosticismo há pergaminhos (Nag Hammadi) que se referem
a Deus como Pai e Mãe afirmando o elemento feminino como divindade. O Jardim do
Éden gnóstico aponta para uma inversão de valores.
Eva
é a mulher dotada de Espírito que instruída pela serpente traz a vida a Adão.
Deus criador aparece com características humanas negativas, distante da
concepção do Deus criador, sumo Bem. Ele amaldiçoa a mulher e a serpente. Na
visão do espiritismo, homem e mulher são iguais perante Deus. O Livro dos
Espíritos tem um item com o título “Igualdade dos direitos do homem e da
mulher”. Qualquer discriminação contra o feminino é fruto do domínio injusto
imposto pelo homem à mulher. “Os espíritos encarnam como homem ou mulheres
porque não têm sexo”. (KARDEC, 1994, p. 105). No islamismo temos o pedido de Muhammad
(Maomé) para que os homens sejam bons para com as mulheres. Como podemos notar,
a imagem que se faz da divindade condiciona todo um contexto cultural e traz
consequências para a vida social. No cristianismo, por exemplo, resgatar o
sagrado feminino é resgatar a face materna de Deus que foi sendo escondida com
o passar do tempo pela imposição de uma cultura masculinizada.
O sagrado feminino
A
participação do feminino nas estruturas religiosas passou por diferentes
transformações, da adoração ao princípio feminino para a negação deste; do
respeito à mulher sacerdotisa ao medo dos poderes biológicos desta. A divinização
do corpo feminino, do Eros e da Terra, cedeu lugar para a “diabolização”, a segregação
e a exploração das mulheres, da sexualidade, da terra e de todos os seres que a
habitam. A história da humanidade transcorre em um jogo de polaridades onde poderes
femininos e masculinos se contrapõem, onde as tradições religiosas expressam
este conflito através da divisão não igualitária de papéis. Este cenário de
disparidades traçou no decorrer da história diferentes caminhos, que ao serem contemplados
podem sugerir uma importante reflexão acerca de limitações vividas e
estruturadas em nossa sociedade, no que concerne aos espaços da vida,
enfatizando neste aspecto: o trabalho, a vivência religiosa e os
relacionamentos interpessoais vividos nas mais diferentes instâncias.
Água: representação da feminilidade
Uma
das metáforas veiculadas ao eterno feminino, são as águas. Este elemento
arquetípico está todo coberto de significações atreladas ao universo feminino.
Como veremos a seguir: Quem sabe a sopa cósmica, uma das teorias científicas da
origem da vida, não seja um reflexo da própria experiência particular de cada
ser mamífero, como nós humanos, que surgiu e se desenvolveu em meio ao chamado
líquido amniótico. É certo falar que surgimos em meio às águas primordiais que habitavam
o corpo da Grande Mãe, que por sua vez também surgiu destas águas primordiais
do Eterno Feminino.
Como
tão veementemente afirmou Bachelard (1997, p. 104) “Diante da virilidade do
fogo, a feminilidade da água é irremediável”. A água é um dos elementos da
natureza que mais carregou, e carrega, representações do sagrado feminino. Não
são poucas as histórias sagradas, mitos, que narram o princípio feminino
vinculado às águas. Como já dizia Manuel Bandeira em uma de suas poesias: dona
Janaína é sereia do mar e ela tem muitos amores. O poeta reconhecendo o poder
da rainha das águas pede licença para poder brincar em seu reinado. Na
concepção religiosa e altamente poética dos povos afro-brasileiros Dona
Janaína, Yemanjá, é a rainha das águas do profundo mar. Ela é mulher, mãe e,
portanto, doadora de vida, alimenta a muitos com os filhos do seu corpo, os
frutos do mar.
Ela
é feminina e mutável, como as águas que por vezes estão tão mansas que se
tornam espelhos para o céu e, em outros momentos, perturbam-se, contorcem seu
corpo e deixam à deriva aquele que supostamente navegava seguro de si e de seu
destino. Como diriam alguns psicanalistas, o feminino inquieta, perturba a
solene paz do pretenso mundo conhecido do logos masculino.
O
mito da sereia, em uma de suas versões, fala do canto destas mulheres meio
humanas meio peixe, que seduziam com suas belas vozes os marinheiros e faziam
com que estes perdessem o controle sobre si mesmos e se atirassem em seus
braços, se atirassem no leito das águas dos mares. As águas possuem um certo
efeito hipnótico, encantador e profundamente convidativo. Como não entrar em
seu reinado? Como não se sentir purificado em seu abraço molhado? Na mitologia,
as ondinas e sereias, elementais femininos que habitam as águas, podem ser consideradas
energias femininas da natureza, que controlam os movimentos aquáticos e seus
vapores.
Conforme
o mito, estes espíritos femininos das águas vivem em lagos, cachoeiras, no
orvalho, nos musgos e pântanos. Consideradas como seres emocionais, encantam-se
com a beleza das flores e plantas e cuidam da vida de uma maneira envolvida e
amorosa, como uma mãe cuida de seu bebê. As águas também são fonte de
purificação espiritual para os hinduístas que se banham no famoso Rio Ganges,
que conforme o mito é a forma como a Deusa Ganga veio do céu para a terra. As
águas estão presentes nos rituais religiosos, nas abluções, nos batismos, nas
aspersões, nos banhos místicos, e também sob a forma de chá, na cerimônia que
faz da ingestão deste um profundo momento meditativo. As águas dos rios, dos
mares, das charnecas, são líquidos que remetem ao berço uterino, ao leite
nutritivo que brota do corpo da mãe, e que depois se tornam sangue e vinho.
Sangue como líquido do corpo dos seres vivos e vinho como sangue do corpo da
terra. A água é símbolo da vida e da morte, é sobre as águas do rio que Caronte
deve conduzir sua barca contendo os mortos. No batismo de algumas comunidades
cristãs a pessoa é totalmente imersa nas águas de um rio, o que simboliza sua
morte, depois ela emerge destas águas o que simboliza seu renascimento espiritual.
Neste
sentido, o feminino, as águas que o representam, são as próprias forças
transformadoras e inconstantes da vida e da morte. São o fluir do passado,
presente e futuro, num continuo líquido e eternamente fecundo.
A religião da grande mãe
Num
passado bem distante a Grande Mãe, criadora do Universo, era divinizada. A
mulher, na Terra, representava os poderes geradores desta Grande Mãe, pois
partilhava com ela do mesmo poder: criar vida. Com o passar do tempo, as Deusas
receberam diversos nomes: Gaia, a Mãe Terra; Afrodite, a Deusa do amor; Ganga,
a Deusa representada no Rio Ganges (Índia); e Pele, na mitologia havaiana, que
é a Deusa do Fogo e dos Vulcões.
Atualmente,
encontramos alguns seguidores da antiga religião da Deusa, também chamada de Wicca.
Os seguidores da religião da velha Mãe acreditam que as mulheres são portadoras
de um princípio sagrado e que seus corpos são divinos. Também os homens são
vistos portadores da centelha divina. E ambos, mulheres e homens, nesta concepção,
participam da mística da totalidade da vida.
A mulher como criadora do Universo
“A mulher é a criadora do universo, o universo
é sua forma. Qualquer que seja a forma que ela assuma, seja a de homem ou de
uma mulher, é a forma superior. Na mulher está a forma de todas as coisas, de
tudo o que vive e se move no mundo. Não existe joia mais rara do que uma
mulher, nenhuma condição superior àquela da de uma mulher”. (Texto tântrico.) Surgido
na Índia, há cinco mil anos, o Tantra é uma filosofia matriarcal, onde o
feminino é divinizado. Em sânscrito, Tantra significa “o que conduz ao
conhecimento”. Deste modo, as filosofias tântricas têm grande respeito pelo
princípio feminino, que é venerado.
No
entanto, infelizmente, em muitos momentos históricos a mulher foi vista como um
ser humano de menor valor que o homem. Este erro fez com que as mulheres fossem
tratadas como objetos. Muitas vezes, na história, mulheres se vestiram como
homens e os imitaram a fim de conquistar o espaço social que lhes era proibido.
Mulheres disfarçadas de homens, no passado, já realizaram curas, combateram,
escreveram textos de ciência, filosofia, poesia etc. Atualmente uma mulher não
precisa mais esconder seu gênero para assumir publicamente o seu valor. As
sociedades estão mudando, e cada vez mais os espaços da vida são igualmente
distribuídos entre mulheres e homens. E quando não o são precisamos estar
atentos para denunciar e combater qualquer tipo de discriminação e
desigualdade.
Singer
(1994) escreveu um artigo sobre o encontro do feminino perdido na tradição
judaico-cristã. Vamos ler algumas de suas ideias?
·
O mito da Deusa
fala do poder particular do feminino. Não o poder da força física, mas da
criatividade.
·
O feriado de
Páscoa no calendário cristão se relaciona com a ressurreição de Jesus. No
entanto, em sua origem histórica anterior, este feriado se relaciona aos
festejos de primavera dos povos do campo (pagãos). Havia uma Deusa babilônica
chamada de Istar, Deusa da primavera e da fertilidade. Note a semelhança entre
a palavra inglesa que significa Páscoa, Easter, e o nome Istar.
·
Certa escola
espiritualista gnóstica de Valentino diz que antes da criação o feminino era
representado pelo “pensamento de Deus”, e desde então recebeu o título de Sofia
(Sophia), que vem da palavra grega que significa sabedoria.
Mito de Sophia
Sophia
era a personificação do conhecimento, ela era a mãe celestial de tudo que era
vivo e daquele que mais tarde viria a ser o regente de toda criação material.
Quando ela o gerou ficou muito triste, se sentindo sozinha, cada vez menos
iluminada. Percebeu que seu filho podia mudar de forma. Arrependida de o ter
gerado, o chamou de Yaldabaoth, que significa “Ignorância Cega”. Ele, então,
foi para o Caos e lá elaborou um sistema de criação organizado com doze
autoridades, sete regentes do firmamento e cinco regentes do abismo. Assim ele
e seus regentes mesclaram o mundo com luz e trevas. A intenção é que as trevas
iludissem os olhos e a ignorância passasse a existir em tudo e todos.
Sua
criação o fez sentir-se orgulhoso. Então ele declarou: “Eu sou Deus e não há
outro Deus além de mim!”. Deste modo, mostrou-se ignorante sobre seu verdadeiro
ser e negou sua própria mãe, que percebera que o filho estava a proferir
inverdades. Ela exclamou: “Proferiste uma falsidade ó Samuel”. Assim, ela o
rebatiza de Samuel, o senhor cego da morte.
Sophia
decidiu ajudar a luz que estava no mundo, e desceu dos céus e veio para perto
da terra. Ao mover-se de lá para cá sobre a terra ela espalhava um pouco de
sabedoria e amor sobre o sistema que seu filho, “o tolo criador”, havia feito. Sophia
inspirou o surgimento da imagem de um ser majestoso e glorioso que surgiu no
céu em forma de homem e que fez tremerem as bases do abismo. Tão resplandecente
era essa imagem inspirada por Sophia que ninguém conseguia contemplá-lo. Então,
olhando para o chão, criaram uma imagem a sua semelhança, uma réplica desta
imagem celestial. Mas o trabalho foi malfeito, tinha defeitos, faltava nele a força
de Sophia que não participou desta criação. Assim, criou-se uma espécie de
homem fraco, insensato que andava por sobre a terra.
Sophia
fez com que vários mensageiros de luz secretamente penetrassem na mente de seu
filho, e assim que ele respirou sobre o homem fraco e colocou nele vida. Assim,
esse homem que antes apenas rastejava, começou a caminhar e foi circundado por
uma luz celestial. Esse homem se chamou Adão, e era tão inteligente que encheu
o filho de Sophia de inveja e raiva. Então, ele lançou o homem para uma região
escura de matéria para que definhasse de tanta tristeza e privação. Mas Sophia
enviou para Adão um auxiliar cheio de força e sabedoria espiritual. Esse
auxiliar era uma mulher, chamada de Eva, mas cujo verdadeiro nome é Zoe, que
significa vida (a filha de Pistis e Sophia).
Esse
espírito feminino e sábio se escondeu dentro de Adão para que os regentes não a
descobrissem. Os regentes tiveram uma ideia para Adão se dar mal, criaram um
jardim cheio de belezas e delícias e colocaram Adão no meio dele. Disseram para
ele saciar sua fome ali. O alimento que brotava daquele jardim era amargo e
enganador, os frutos venenosos conduziam a promessa de morte e de ignorância. O
plano era manter Adão cativo da tristeza.
Os
regentes avisaram a Adão que ele não deveria comer do fruto de uma árvore no
jardim. Enganaram-no dizendo que sua raiz era amarga e que seus ramos eram a
morte, a sombra o ódio, e a folhagem o engano. Tudo mentira, pois essa árvore
era inteligência e luz. Mas, enganado, Adão não se aproximava dela.
Então
Sophia, utilizando sua magia, surge na forma de serpente e o instrui a comer o
fruto daquela árvore. Neste momento a mulher nasceu de Adão. Saiu de dentro
dele, onde se escondia. O chefe dos regentes cheio de ódio perseguiram Eva.
Eles amaldiçoaram a mulher que viria a ser mãe da humanidade e continuaram a
perseguir o homem com o desejo de mantê-lo infeliz. No entanto, Sophia (a Sabedoria) nunca abandonou
a humanidade que até hoje oscila entre a luz e a sombra, a ignorância e a
sabedoria.
(Fonte: ARTIGO 19. Mito de Sophia. 5 mar.
2012. Disponível em:
<artigodezenove.blogspot.com/2010/03/mito-de-sophia.html> Acesso em: 23
abr. 2013.
Exercícios
Atividade 1
a) Pesquise o significado dos
seguintes termos:
Gnosticismo:
Grande
Mãe:
Pergaminho:
Veementemente:
Segregação:
Virilidade:
Cósmica:
Logos
masculino:
Líquido
amniótico:
Hipnótico:
b) Leia a poesia a seguir, intitulada
“Mulher”, e depois reflita sobre o seu conteúdo.
Mulher (Borres Guilouski)
Mulher,
o sagrado está em você
Está
em seu sorriso
Em
seu terno olhar
Em
seu colo acolhedor
Em
seu jeito de ser
E
na força do seu amar
Mulher
mãe, avó, irmã e amiga
Seja
quem for
Negra,
branca ou amarela
Você
tem um grande valor
Você
é beleza pura!
Ajuda
a mudar o mundo
Com
sua inteligência e ternura
Atividade 2
a)
Crie e escreva em seu caderno uma poesia sobre a mulher.
b)
Elabore uma lista de nomes de mulheres conhecidas na comunidade que realizam
trabalhos significativos nas escolas, nos hospitais, no comércio, em casa, e em
outros setores da sociedade. Apresentar aos colegas o resultado da pesquisa.
c)
Pesquise a história da vida de mulheres que são destaque no contexto das
diferentes religiões. Exemplo: a história de vida da Madre Paulina - primeira
santa brasileira para os cristãos católicos; da Aimee Semple McPherson -
fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular; da Mãe Menininha do Gantoi -
Ialorixá muito conhecida entre os seguidores das religiões Afro-brasileiras.
d)
Leia o texto a seguir e reflita com os colegas.
O Sagrado feminino (Diná Raquel Daudt
da Costa)
A
mulher não é melhor
Nem
pior do que o homem
Sua
missão neste mundo
É
cuidar e harmonizar
Tendo
em seu coração
O
sonho e a força do amar
Então,
o que aconteceu?
Por
que o homem se julga maior?
Será
que é certo achar
Que
mulher é inferior?
Preste
atenção amiguinho
Seja
você menina ou menino
Juntos
podemos resgatar
O
sagrado feminino!
A
mulher tem uma função
Em
cada tradição religiosa
Seja
pastora, freira, bispa ou xamã
É
sempre uma missão grandiosa
.
Atividade 3
a)
Você acha que as mulheres são importantes? Por quê?
b)
Em muitas tradições religiosas as mulheres exercem papéis importantes, como
pastora, bispa, freira, mãe de santo, xamã, diaconisa, benzedeira etc. Você
conhece alguma mulher que exerça uma dessas funções? Quem é ela? Faça uma
pesquisa ou entrevista para obter dados sobre a vida de uma dessas mulheres e
elabore um álbum com imagens ou desenhos. Socialize seu álbum com colegas de
outras turmas.
c)
Crie uma melodia para o poema “A mulher, o que é?”. Depois socialize a canção
cantando-a para os colegas da escola.
A mulher, o que é? (Diná Raquel Daudt
da Costa)
Hoje
nós vamos cantar
Uma
canção de amor
Vamos
reverenciar
A
mulher e seu valor
Seja
branca, amarela, vermelha ou negra
Seja
alta, baixinha, gorda ou magrinha
Pra
você mulher forte e garbosa
Pra
você que é toda formosa
Meu
abraço e esta flor mui cheirosa
d)
Leia o texto e reflita sobre o seu conteúdo.
A mulher no mundo de hoje (Borres Guilouski)
A
mulher está conquistando seu espaço no mundo de hoje
Está
redescobrindo a força do sagrado feminino da qual é portadora
Está
compreendendo que a sua grande tarefa é cuidar da vida
E
que para isso precisa estar antenada com todos os detalhes
Está
rompendo com as antigas barreiras do machismo e dos preconceitos
E
demonstrando que é tão capaz quanto o homem na área política,
científica,
esportiva, artística, religiosa, educativa, entre outras
A
mulher de hoje saiu para o mundo
Está
mostrando ao homem que o mundo mudou
Que
a grosseria do machismo é crime que deve ser punido
Que
a emancipação das mulheres
Significa
igualdade de direitos, sem perder o respeito e a ternura
A
mulher de hoje além de mãe, esposa, amiga e companheira
pode
ser:
Vaidosa
e simpática
Independente
e informada
Apaixonada
e carinhosa
Inteligente
e dona de casa
Professora
e médica
Enfermeira
e doutora
Reverenda
e advogada
Bispa
e pastora
Presidenta
e taxista
Vereadora
e costureira
Artesã
e vendedora
Rabina
e freira
Juíza
e agricultora
Governadora
e faxineira
Ialorixá
e bailarina
Psicóloga
e caminhoneira
Acrescente
à lista
O
que mais pode ser a mulher de hoje?
Atividade 4
1)
Complete as frases abaixo de acordo com o texto. A mulher de hoje está:
a)
Conquistando o ______________________________________________
b)
Redescobrindo a______________________________________________
c)
Está compreendendo que sua tarefa é_____________________________
d)
Ela precisa estar ____________________ com os detalhes da vida.
e)
Está rompendo com o ____________________ e os _________________
2)
O que significa a emancipação das mulheres?
3)
Destaque do texto as cinco palavras que indicam o que a mulher de hoje pode ser
na área religiosa. Depois faça uma pesquisa em dicionários ou, se possível, na
internet, explicando o significado dessas cinco palavras.
4)
Quais são as mulheres mais importantes em sua vida? Escreva uma redação sobre
essa mulher, depois compartilhe, lendo-a para seus colegas de turma.
Atividade 5
a)
Vamos conhecer mais sobre a mitologia grega que deu origem ao termo Gaia?
A
Deusa Terra, conhecida por Gaia, Geia ou simplesmente Ge, era a própria Terra,
uma potencialidade geradora das mais variadas formas de vida. Ela nasceu depois
do Caos. Sozinha Gaia gerou Urano, as montanhas, os Titãs, os Cíclopes e muito
mais. Envolvida em muitas histórias mitológicas emocionantes, por fim foi
considerada uma Deusa Olímpica, junto a outros Deuses.
b)
Para melhor compreender este mito, pesquise o significado de Caos, Urano,
Titãs, Cíclopes e Olimpo. Depois represente os significados encontrados por
meio de desenhos.
Atividade 6
Faça
um texto utilizando dez das palavras do quadro a seguir
Sacerdotisa
|
Ialorixá
|
Missão
|
Pastora
|
Rabina
|
Sagrado
|
Amor
|
Mãe
|
Árvore
|
Terra
|
Diaconisa
|
Família
|
Vida
|
Educar
|
Igualdade
|
Direitos
|
Preconceito
|
Valorizar
|
Freira
|
Esperança
|
Benzedeira
|
SUGESTÃO
DE FILME
O filme Mulan trata da
história de um líder muito cruel que invadiu a China. O Imperador pede que cada
família envie um homem para se alistar no exército chinês a fim de expulsar os
invasores. Mulan, que é uma mocinha, resolve se vestir de homem e se alistar no
exército para poupar seu pai que já está bem velhinho de ter que combater.
Para
refletir
a) Na sua religião os
homens e as mulheres são tratados com igualdade?
b) Quais os papéis que
homens e mulheres desempenham no interior de sua instituição religiosa?
c) Os líderes religiosos
que você conhece são homens ou mulheres?
d) O que você pensa sobre
direitos e deveres iguais para mulheres e homens?
e) Em sua casa, as
tarefas domésticas são realizadas por todos, ou as mulheres são as únicas
incumbidas destas tarefas?
f) Na escola existem
privilégios para meninos em relação às meninas, ou para as meninas em relação
aos meninos?
Vocabulário
Caronte
– figura da mitologia grega. É o barqueiro que transporta as pessoas que
morreram através do rio, a fim de que cheguem ao seu destino.
Ondina
– imagem de inspiração poética que se constitui em um espírito da natureza, um
espírito feminino que habita as águas.
Referências
BACHELARD, G. A água e os
sonhos. Ensaio sobre a imaginação da matéria. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BÍBLIA SAGRADA. 43. ed.
São Paulo: Edições Paulina, 1987.
KARDEC, A. O Livro dos
Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1994
NEUMANN, E. A grande mãe.
São Paulo: Editora Cultrix, 1996.
SINGER, J. Encontrando o
feminino perdido na tradição judaico-cristã. In: ZEIG, C. (Org.). Mulher: em
busca da feminilidade perdida. São Paulo: Editora Gente, 1994. p.323-339.
Bibliografia
recomendada
ARTIGO 19. Mito de
Sophia. 5 mar. 2010. Disponível em:
<artigodezenove.blogspot.com/2010/03/mito-desophia.html>. Acesso em: 23
abr. 2013.
LYSEBETH. A. V. Tantra: o
culto a feminilidade. Outra visão da vida e do sexo. São Paulo: Summus, 1994.
MILES, R. A história do
mundo pela mulher. Rio de Janeiro: LTC- Livros técnicos e Científicos Ltda,
1989.
MONTOURA, M. Mulheres que
brilham. Revista das religiões, 5. ed., São Paulo, p. 47-53, 2004.
SCHLÖGL, E. Mito e espaço
na representação de gênero. Revista Pistis & Praxis, Curitiba, Champagnat, 2012.
SCHLÖGL, E.; JUNQUEIRA,
S. Água e espiritualiade. In: FERNANDES, C. R. Água: alma das paisagens.
Curitiba: Edição do autor, 2010.
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