III Bimestre - Afetividade, Sexualidade e Drogas


AFETIVIDADE


O termo afetividade é derivado da palavra afeto e se refere às diversas emoções que uma pessoa pode demonstrar diante de diferentes situações. A afetividade pode ser definida como uma variedade de impulsos emocionais impossíveis de ser dominados e que constitui um substrato compartilhado por todas as pessoas. A afetividade é o terreno de estudo da psicologia e tem sido matéria de debate anteriormente com as primeiras abordagens filosóficas a respeito. Com o passar do tempo, houve importantes avanços que associam diferentes áreas do cérebro com as ações que uma pessoa pode ter; circunstância adquirida através de uma pesquisa metodológica. O primeiro aspecto a ser considerado quando se fala de afetividade é que ela é impossível de decidir conscientemente. Na verdade, todas as pessoas podem perceber as emoções sem que haja um controle sobre elas, além disso, surgem ao longo da vida nas mais variadas situações da vida. O que realmente se pode decidir é a atitude tomada diante desses momentos e das ações surgidas. Também é possível realizar ações que contribuem com os diferentes tipos de afeto. Assim, por exemplo, tomar decisões que beneficiem a si mesmo pode ter como consequência um sentimento de bem-estar.
Esta diferença entre vontade e afeto acontece desde os tempos antigos especialmente na Idade Média e no contexto da teoria desenvolvida por São Tomás. Na verdade, para o teólogo existe a clara diferença entre o que significa uma decisão livre e o que é uma simples inclinação afetiva. Esta circunstância se deve principalmente à elucidação de questões éticas. Os afetos podem variar e estar incluso a fatos imorais, mas isso não significa que exista culpa em quem os experimenta na medida em que não se tomou uma decisão livre a respeito. Mais contemporaneamente, a psicologia se aprofundou em grande parte com estas considerações. Por exemplo, a psicanálise se refere a impulsos que existem além da consciência e da liberdade. É por isso que se costuma dizer que a primeira etapa para resolver qualquer tipo de problema que se refere à desorganização de um afeto é tomar consciência dele. De fato, esta circunstância apenas se torna possível quando são tomadas as decisões necessárias para dar uma resposta aos inconvenientes, mobilizando assim, os recursos internos e externos.
A maioria das pessoas lembra, de alguma forma, como a relação com um ou mais professores marcou sua vida escolar. É simples perceber assim, puxando pela memória, que uma teia de sentimentos, emoções, sentidos e subjetividades se insere na relação entre professor e aluno, determinando a qualidade da escolarização e do processo de aprendizagem. Paradoxalmente, po­rém, nem sempre é fácil trazer esta percepção à luz, transformando o aspecto afetivo em uma parte consciente e intencional da prática cotidiana em sala de aula. Abordagens afetivas – que enxerguem os alunos integralmente em sua dinâmica de aspectos emocionais, motores, culturais e sociais – não soam naturais para muitos educadores, principalmente depois da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental. Uma das causas desta percepção é histórica: a educação ocidental pós-iluminista privilegiou a ideia do aprender associado à aquisição de conhecimento de modo técnico, objetivo e racional. Nesse contexto, alunos e professores pertenciam a universos diferentes e bem determinados, com interação bastante limitada. À luz do século 21, entretanto, a discussão sobre a afetividade no ambiente escolar ganha nova relevância. Sem outros espaços de convívio e com pais ausentes pelos mais diversos motivos, as crianças estão chegando à escola com uma carência afetiva cada vez maior, apontam especialistas e professores. Problemas da escola atual como violência, indisciplina, desmotivação e dificuldade de manter a atenção podem também ter origem na falta de vínculo com o professor – e, portanto, poderiam ser minimizados na construção deste. Os desafios para transformar uma escola meramente racional em uma escola afetiva, porém, ainda são muitos.
A importância dos afetos sintoniza-se, neste sentido, com o enfrentamento de uma realidade que pode ser observada tanto nas escolas públicas como nas particulares. “O ambiente escolar é atualmente um importante ponto de encontro presencial, tanto entre os alunos quanto desses com os professores. As trocas e atividades possíveis a partir desse encontro devem ser valorizadas ao máximo”. Valorizados ou não, o fato é que os afetos são parte inerente de qualquer interação humana – dentro ou fora da sala de aula. “Vale lembrar que mesmo o medo, tão usado para coibir crianças e jovens, também é um afeto”. O grande desafio é trazer a importância desta dimensão para ações conscientes.

As bases teóricas da afetividade
Lev Vigotski (1896-1934), Jean Piaget (1896-1980) e Henri Wallon (1879-1962) formam uma tríade de extrema importância para o pensamento sobre o desenvolvimento da criança, a construção do conhecimento e da inteligência. Cada um deles, dentro de sua abordagem específica, tratou da importância da afetividade, criando conceitos capazes de auxiliar na compreensão do tema. Abaixo, seguem de forma sintética os caminhos apontados por esses pensadores, um convite para o aprofundamento teórico acerca da relação afetos-aprendizagem.
Lev Vigotski escreveu vários textos relacionados à afetividade, dentre eles A educação do comportamento emocional (no livro Psicologia pedagógica, Vigotski, 2003). Sua grande preocupação se detinha na separação entre afetividade e cognição, influenciada fortemente pelo pensamento cartesiano. Para o pensador, as dimensões do afeto e cognição estão desde cedo dialeticamente relacionadas no desenvolvimento da criança. E o repertório cultural, as várias experiências e interações com outras pessoas também representam fatores imprescindíveis para a compreensão dos processos envolvidos na construção do conhecimento.
Jean Piaget explica o desenvolvimento cognitivo considerando os elementos afetivos como complementares e essenciais. O pensador enfatiza o papel regulador da afetividade por meio de sentimentos de pressão e depressão – processo fundamental, por exemplo, para o desenvolvimento da inteligência sensório-motora, que para Piaget ocorre entre os 6 e os 8 meses de idade e da fala, que se inicia aos 2 anos. O pensador conclui que se toda conduta possui um aspecto afetivo (energético) e estrutural (cognitivo) é fundamental o rompimento da dicotomia entre afetividade e inteligência; ambos devem ser estudados e levados em conta no desenvolvimento infantil.

Henri Wallon defendeu que o ser humano se constrói na interação social, no confronto com o outro. Mesmo o desenvolvimento motor e sensório é fortemente influenciado pela qualidade dos afetos experimentados pelas crianças. Nesse sentido, não apenas o estado afetivo pode resultar em facilidades ou dificuldades na aprendizagem, como o sucesso ou o fracasso na aprendizagem têm o poder de afetar o estado afetivo. Wallon também salienta como as emoções e sentimentos podem contaminar um grupo de alunos e o quanto um ambiente afetivo que promova sentimentos como a alegria pode ser capaz de auxiliar verdadeiramente nos resultados em sala de aula.
ATIVIDADE
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1.      Qual relação podemos traçar sobre as religiões e a afetividade?


SEXUALIDADE

A sexualidade é um conceito que está baseado na atração sexual e na afetividade compartilhada entre as pessoas. É muito comum pensar em sexualidade e logo remeter ao sexo. Todavia, ela pode estar relacionada com outras maneiras pela busca do prazer e também com os sentimentos compartilhados. Note que o termo “sexo” refere-se ou aos órgãos genitais ou ao ato sexual. A sexualidade é muito relativa e pessoal, visto que o que pode ser considerado prazeroso para alguns, pode não ser para outros. Além disso, ela se desenvolve de acordo com as experiências de cada pessoa.
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS):
“A sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não se limita à ocorrência ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso, é a energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deveria ser considerada um direito humano básico.”
Note que a sexualidade está presente em todas as fases da nossa vida. Geralmente, o desejo sexual surge na puberdade, por volta dos 12 anos, sendo uma característica natural dos seres humanos.
Atualmente, a “Orientação Sexual” é um tema transversal que deve ser abordado nas escolas como forma de compreender esse conceito e de todos os outros que se relacionam com ele: sexo, afetividade, gênero, métodos contraceptivos, aborto, gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, etc.

Gênero e Identidade de Gênero
O conceito de gênero está relacionado com o de sexualidade posto que faz referência aos gêneros masculino e feminino. A identidade de gênero é, por sua vez, o gênero com o qual o indivíduo se identifica. Nesse caso, existem pessoas que desde crianças nascem com determinado sexo, no entanto, se identificam com outro. Esses são chamados de transgêneros. Importante destacar que a violência de gênero é gerada pelo preconceito com o sexo oposto. Ela envolve agressões físicas, verbais e psicológicas. Geralmente são mulheres que sofrem com esse tipo de violência. Vale ressaltar que práticas machistas e sexistas estão relacionadas com a violência de gênero. Além disso, temos o conceito de androcentrismo onde o pensamento masculino é colocado no centro.
Orientação Sexual e Afetividade
A orientação sexual é outro aspecto importante da sexualidade humana. Isso dependerá do gênero que atrai uma pessoa. Um indivíduo pode ser considerado heterossexual quando a atração e os sentimentos ocorrem entre pessoas do sexo oposto. Esse tipo de relação é chamada de heteroafetiva. Os homossexuais ou homoafetivos são aqueles que se sentem atraídos por pessoas do mesmo sexo. E por fim, há os bissexuais ou biafetivos onde o interesse e afetividade envolve os dois gêneros.

Sexualidade e Religião
Como diferentes religiões lidam com o tema da sexualidade na sociedade contemporânea? Como importantes bandeiras da luta pelos direitos sexuais, como a união civil entre pessoas do mesmo sexo e o direito ao aborto, são contempladas por certas crenças religiosas? Quais os limites de interferência da religião nas esferas pública e política no que se refere ao exercício da sexualidade e à conquista dos direitos sexuais? O livro polemiza estas e outras questões com textos que reproduzem o discurso de religiosos, em seminário dedicado ao diálogo entre distintos atores sociais (religiosos, acadêmicos e ativistas).
A publicação permite antever um panorama de posicionamentos doutrinários contemporâneos não contemplado em pesquisas no Brasil, assinalando as formas de regulação da sexualidade em contextos religiosos. As mudanças recentes apresentam-se no contraste entre perspectivas hegemônicas e minoritárias. Tensões são evidenciadas, relativas aos direitos humanos e ao exercício da sexualidade. Por exemplo, enquanto a Igreja Católica mantém a condenação oficial de práticas abortivas e uso de contraceptivos, como os preservativos, cresce o número de mulheres pobres que morrem em situações de aborto clandestino. O discurso religioso cristão – em uma perspectiva hegemônica – se apresenta com uma grande carga de concepções morais apesar de propagar a idéia de ‘acolhida’ de homossexuais: são difundidas nesse universo representações que caracterizam as práticas homossexuais como “pecado”, “anormalidade” e comportamento que se opõe ao “plano divino”. O aborto permanece como tema tabu em diferentes cenários religiosos, quase sempre condenado, a partir da valorização e respeito à vida humana. O embate travado em torno da proposta evangélica de reversão da homossexualidade por meio de terapias e/ou conversão religiosa ressalta a complexidade da articulação entre religião e sexualidade.

Homossexualidade, aborto e AIDS: convicções e responsabilidades
O primeiro conjunto de textos (Religião e seus posicionamentos I) aborda a aceitação/condenação da homossexualidade em distintas perspectivas religiosas, chamando a atenção pra o conservadorismo das doutrinas quando o assunto é sexualidade.
A posição oficial da Igreja Católica é contrária à prática da homossexualidade, principalmente a partir de um posicionamento acerca da legitimidade do projeto de Parceria Civil: “a Igreja Católica não admite que se façam comparações entre a união entre pessoas do mesmo sexo e o matrimônio no sentido cristão do termo”. Por outro lado, o catolicismo comporta posturas mais flexíveis no convívio cotidiano entre fiéis e sacerdotes, como mostra o sacerdote franciscano Antônio Moser, ao comentar sobre a crescente sensibilidade pastoral para o atendimento a homossexuais no Brasil.
Outro posicionamento cristão abordado é o da Igreja Anglicana, que concebe a homossexualidade como “incompatível com as Sagradas Escrituras”. Nesse sentido, a Diocese Anglicana do Recife chega a proibir a ordenação de clérigos homossexuais ou de heterossexuais “que defendam a normalidade da opção homoerótica”. A Igreja Presbiteriana no Brasil (em uma perspectiva hegemônica) também condena a homossexualidade como “pecado”, alinhada a outras denominações protestantes, portadoras de uma ética sexual puritana centrada em perspectiva literalista da Bíblia. Já a visão do espiritismo kardecista considera a existência de uma trajetória do espírito em sucessivas vidas. A teoria da reencarnação compreende a homossexualidade como uma tendência/personalidade adquirida em experiências vivenciadas em diferentes encarnações. Do ponto de vista dos ensinamentos doutrinários, a homossexualidade pode ser significada também como uma “prova”, possibilidade de “educação dos sentimentos” através dos sofrimentos e lutas interiores.
A segunda seção (Religião e seus posicionamentos II) apresenta uma perspectiva mais ampla, incluindo a discussão sobre o aborto. Também destaca os posicionamentos favoráveis à homossexualidade. A atuação da ONG feministaCatólicas pelo direito de decidir, chama a atenção para a pluralidade de pensamentos no catolicismo, e assinala os conflitos que se estabelecem entre forças conservadoras e progressistas. No interior de uma Igreja que sustenta firmemente sua posição combativa ao aborto, surge como uma voz dissonante que defende a descriminalização e legalização do aborto. Outro discurso minoritário é o de igrejas protestantes “liberais” como a Igreja Presbiteriana Bethesda de Copacabana, no Rio de Janeiro, que “aceita” a homossexualidade a partir da proposta de uma igreja inclusiva e liberal. Já o culto afro-brasileiro aparece como religião mais flexível à presença de homossexuais.
Os textos da terceira seção (Experiências e propostas em redes religiosas) consistem em relatos de líderes religiosos sobre pastorais de atendimento a pessoas com Aids e homossexuais e também de pesquisadores-ativistas em trabalhos de prevenção à Aids e outras DSTs. O grupo ecumênico Convivência Cristã abriga pessoas que se sentem excluídas de espaços religiosos que condenam a homossexualidade, permitindo a possibilidade de conciliação entre opção sexual e exercício da fé religiosa. No caminho oposto, perspectivas religiosas de vertente evangélica/protestante como o Corpo de psicólogos e psiquiatras cristãos, prometem a reversão da homossexualidade por meio de terapias e/ou conversão. Nesse sentido, a psicóloga religiosa Rosângela Justino polemiza ao afirmar que “há pessoas em todo o Brasil procurando apoio para sair da homossexualidade”.
O catolicismo é enfocado através do relato de iniciativas que acolhem portadores de HIV. O padre Valeriano Paitone, criador de casas de apoio a pessoas vitimizadas pela Aids, critica o moralismo oficial da Igreja e ressalta a responsabilidade das religiões em favor dos direitos humanos. Para ele, a Igreja deveria rever sua posição sobre temas que ainda considera tabu, como a Aids – o que permitiria que muitos trabalhos realizados com desviantes da norma religiosa saíssem da clandestinidade. Destaco ainda nesta seção, os relatos dos pesquisadores Luis Felipe Rios e José Marmo sobre representações da sexualidade entre adeptos do candomblé, cuja proposta interventiva é voltada à formação de sujeitos sexuais.

O desafio dos direitos humanos
O livro debate e explicita a complexidade da tarefa de promoção de um diálogo entre diferentes visões de mundo. Perspectivas doutrinárias e cosmológicas estão em jogo, em diálogo com tradições religiosas. Valores caros à promoção dos direitos humanos, como respeito à diversidade sexual e a não estigmatização das minorias sexuais, indicam a necessidade premente de indagação sobre as formas de abordagem e de regulação da sexualidade em discursos religiosos. Indo além, questionam as conseqüências sociais e políticas de tais posicionamentos. O desafio que aqui se coloca diz respeito ao impasse referente a conciliar diferentes convicções com as responsabilidades sociais em questão. A leitura do livro é um bom ponto de partida aos interessados no tema, por proporcionar um panorama geral e apresentar as tendências contemporâneas religiosas sobre a sexualidade.

ATIVIDADE
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2.      O que nos apresenta o Catecismo da Igreja Católica e outras fontes das diversas religiões sobre a sexualidade?


DROGAS
As drogas são definidas como toda substância, natural ou não, que modifica as funções normais de um organismo. Também são chamadas de entorpecentes ou narcóticos. A maioria das drogas são produzidas à partir de plantas (drogas naturais), como por exemplo a maconha, que é feita com Cannabis sativa, e o Ópio, proveniente da flor da Papoula. Outras são produzidas em laboratórios (drogas sintéticas), como o Ecstasy e o LSD. A maioria causa dependência química ou psicológica, e podem levar à morte em caso de overdose. . Existem exames médicos que conseguem detectar a presença de várias drogas no organismo - são chamados de Exames Toxicológicos. As pessoas que tentam abandonar as drogas podem sofrer com a Síndrome de Abstinência, que são reações do organismo à falta da droga. O tráfico de drogas é chamado de narcotráfico. Algumas dessas substâncias são utilizadas em medicamentos (drogas lícitas), outras são proibidas em quase o mundo todo (drogas ilícitas).

Abaixo os principais tipos de drogas:
Drogas Naturais
Maconha: uma das drogas mais populares, a maconha é consumida por meio de um enrolado de papel contendo a substância. É feita a partir da planta Cannabis sativa. Existe a variação chamada Skunk, com um teor de THC bastante elevado, bem como o Haxixe.
Ópio: droga altamente viciante, o Ópio é feito a partir da flor da Papoula. Os principais efeitos são sonolência, vômitos e náuseas, além da perda de inteligência (como a maioria das drogas). Opiáceos: codeína, heroína, morfina, etc.
Psilocibina: é uma substância encontrada em fungos e cogumelos, a Psilocibina tem como principal efeito as alucinações. Também é utilizada em pesquisas sobre a enxaqueca.
DMT - Dimetiltriptamina: A principal consequência do seu consumo são perturbações no sistema nervoso central. Utilizada em rituais religiosos.
Cafeína: é o estimulante mais consumido no mundo - está no café, no refrigerante e no chocolate.
Cogumelos Alucinógenos: alguns cogumelos, como o Amanita muscaria podem causar alucinações.
Drogas Sintéticas
Anfetaminas - Seu principal efeito é o estimulante. É muito utilizada no Brasil por caminhoneiros, com o objetivo de afastar o sono e poder dirigir por longos períodos.
Barbitúricos - Um poderoso sedativo e tranquilizante, causa grande dependência química nos seus usuários.
Ecstasy - Droga altamente alucinógena, causa forte ansiedade, náuseas, etc.
LSD - Outro poderoso alucinógeno que causa dependência psicológica.
Metanfetamina - Era utilizada em terapias em muitos países, mas foi banida pelo uso abusivo e consequências devastadores da droga.
Drogas Semi-Sintéticas
Heroína - A heroína é uma das drogas mais devastadores, altamente viciante - causa rápido envelhecimento do usuário e forte depressão quando o efeito acaba.
Cocaína e Crack - A cocaína é o pó produzido a partir da folha de coca, e o crack é a versão petrificada dessa droga. Altamente viciante, deteriora rapidamente o organismo do drogado, causando também perda de inteligência, alucinações, ansiedade, etc.
Morfina - É uma droga utilizada principalmente para o alívio de dores em todo o mundo. Também causa dependência química nos seus usuários.
Merla - droga produzida a partir da pasta de coca.
Oxi - outra droga derivada da pasta de cocaína.
Outras Drogas: inalantes, solventes, bebidas alcoólicas, cigarro
Bebidas Alcoólicas
Boa noite Cinderela
Cola de Sapateiro
Etanol e suas consequências
Inalantes
Lança Perfume
Cigarro e os Males do Cigarro
Efeitos da Nicotina e Alcatrão
Charuto
Narguilé
Medicamentos
Muitas drogas são utilizadas em medicamentos, para o tratamento de diversos problemas de saúde e doenças.
Tranquilizantes - remédios de venda controlada, para controle da tensão, insônia e ansiedade.
Ansiolíticos - utilizados no tratamento contra a ansiedade.

ATIVIDADE
Drogas e a Sociedade
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3.      Crack: o craque do time da morte
4.      Cracolândia
5.      Toxicomania
6.      Drogas: o crack e os novos termos
7.      Drogas nas escolas do Brasil
8.      Fumante passivo - conheça os riscos que as pessoas que convivem com fumantes estão correndo.
9.      Leis Antifumo - muitos países já estão proibindo o fumo em locais públicos, veja como são as leis antifumo no Brasil.
10.  Narcotráfico na Ásia
11.  Tráfico internacional de drogas
12.  Drogadição
13.  Intoxicação por maconha
14.  Qual o papel da religião frente a realidade das drogas?

As drogas causam atualmente um grande problema na sociedade. Algumas iniciativas importantes foram criadas para evitar que a juventude entre nesse mundo sem volta (na maioria das vezes).

A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA NA BUSCA DE SUPERAÇÃO DA FINITUDE HUMANA

A questão religiosa e o envelhecimento Antes de se estabelecer a relação que se pretende fazer entre religião, finitude e envelhecimento, é preciso apresentar uma definição (ou o quanto isso seja possível) de religião. Só assim poder-se-á propor, com um mínimo de coerência, a relação acima proposta. Entende-se que a religião pode ser compreendida como uma experiência universal da humanidade; ou seja, todas as civilizações ou culturas, por mais que queiram afirmar o contrário, apresentaram alguma forma de manifestação religiosa. Numa perspectiva antropológica, isso ocorre pela necessidade que o ser humano tem de tentar compreender o mistério que o envolve e sua respectiva relação vital entre ele e o próprio mistério. Assim, independentemente de qualquer que seja a religião, ela e suas repercussões estão presentes em toda a história da humanidade.
O problema que se coloca é como interpretá-la, considerando as diversas maneiras de manifestação presenciadas em todas as sociedades humanas e em todas as culturas até então conhecidas. Uma primeira tentativa é encará-la a partir de uma designação latina, denominada reler. Nessa definição encontrasse a ideia de que a religião deve ser entendida como uma atenta e cuidadosa observância dos rituais. Outra interpretação coloca a religião como o ato de reeleger. Aqui sua definição se apresenta como uma opção básica de vida diante da meta última em que se encontra todo ser humano. Finalmente, outra interpretação é apresentada pelo verbo religar, cujo sentido refere-se a uma vinculação do ser humano com sua origem e seu destino. O fato é que, qualquer que seja a definição, depara-se diante de uma constatação antropológica concreta: o ser humano sempre se defrontou ou se envolveu, de alguma forma, com a questão religiosa. Como nos diz João Batista Ferreira:
Religião, re-ligação, sutura, é vinculação e, por isso, mesmo, mais antiga manifestação do espírito do homem, ser “desterrado” e incansável caçador da “arca perdida”. Interessa à sociologia, encharca a história e está como pergunta inquietante em cada um, tornando-se fenômeno de grande densidade psicológica. (FERREIRA, 1988, p. 145)
Assim, a religião jamais vai deixar de ter lugar na história da humanidade e nem vai deixar de inquietar o espírito humano, mesmo que se procure afirmar o contrário, como se pode perceber em várias interpretações sócio psíquico científicas contemporâneas. O fato é que se está experimentando uma situação contrária àquela que se esperava ou se preconizava, por exemplo, no espírito cientificista do século XIX. Quando se acreditava que a ciência, colocando em questão a vocação da espécie humana à vida, seria capaz de afirmar que o ser humano estaria com os dias contados, caminhando para a extinção, constata-se um aumento cada vez maior de expressões e manifestações religiosas, vivenciadas em ondas de misticismo, de rituais e outras formas em todo o mundo, inclusive em países considerados ou chamados de desenvolvidos.
Não se pode negar a possibilidade de o ser humano estar caminhando para a própria destruição, independentemente de qualquer interpretação científica ou religiosa. Esses indícios da vocação à morte, como espécie, se
tornam explícitos no comportamento e nas atitudes de atentados contra a natureza. O ser humano, diante dessa situação, fruto de uma razão cínica, se torna pessimista e sem esperanças de sociabilidade e de manutenção de valores éticos e cidadãos. Tal quadro mostra – para muitos como uma realidade contraditória – que a única possibilidade de sobrevivência e a única resposta razoável se encontram na religião, entendida como ato de “re-ligação”, como utopia, como esperança. Por isso que religião, ainda que pareça “coisa do passado”, alimenta não apenas o ato de recordação, mas de atualização e, até mais do que isso, de utopia e esperança. É o que afirma Regina Novaes, numa abordagem que faz em seu texto “Religião e Antropologia”.
Ao contrário do que se esperava no final do século, nós temos um ressurgir das religiões; um ressurgir forte e um pouco diferente daquilo que é a religião tradicional. Por quê? Antes da Modernidade, entre o ser e o crer não havia diferenças. As pessoas eram alguma coisa porque elas tinham uma visão de mundo religioso que as colocava no mundo. Ninguém optava por uma religião. Havia uma identidade entre o ser e o crer. É apenas neste final do século, a partir da Modernidade, que vai-se colocar entre o ser e o crer a idéia da opção na religião. Há uma série de opções que estão sendo colocadas a cada momento. Tem gente que até radicaliza e refere-se que nós estamos vivendo hoje um momento de supermercado de tendências religiosas. É bem possível se construir bens religiosos. É bem possível de manhã ir à missa, de tarde jogar I Ching, à noite fazer trabalhos com pirâmides. Enfim, é possível a todos procurar e misturar tradições para responder, de novo, às questões, simples e fundamentais, do tipo “Quem somos nós?”, “De onde viemos e para onde vamos?”. Isto é quase como dizer: “Qual é o sentido da vida?”
Com isto, até especialistas em religião têm que ficar na moda, e estão sendo chamados para trabalhos sérios, porque também estão à procura das grandes explicações. Partindo-se desse aspecto, é possível afirmar que a religião se torna uma dimensão humana de fundamental importância para a compreensão também do processo de envelhecimento. Mas, dois elementos devem ser enfatizados diante dessa afirmação. O primeiro é o fato de que a religião não está dissociada dos demais aspectos da vida humana e que tem uma peculiaridade a ser observada. O segundo é que não deveria ser de qualquer religião que se está falando, mas daquela, ou daquelas, que alimentam a esperança e a utopia, não como instrumentos de alienação, mas de libertação. Talvez seja essa a questão mais complicada na discussão a respeito da religião. Infelizmente não é essa a temática fundamental da presente reflexão, deixando-a para outro momento.
O que está em pauta, então? É o fato de que a religião coloca também na sua forma de interpretação do mundo o problema da finitude e, consequentemente, da própria morte. E essa é uma realidade cada vez mais presente para aqueles que se deparam e adquirem consciência da limitação da vida, normalmente dos que vivem o processo de envelhecimento depois de passar pela juventude e pela maturidade. A escritora Lya Luft, numa conversa que teve com o grande psicanalista Hélio Pellegrino, mostra o significado da finitude, quando escreve o que se segue:
Vida, morte e Deus, foram temas comuns em nossas intermináveis conversas, que duravam por vezes horas e horas. A crença na transcendência do ser humano, na continuação da vida em alguma outra forma, da imortalidade do que chamamos “alma”, “consciência”, “energia” ou seja lá o que for, nos era comum. Igualmente, a presença da morte, assunto no qual, brincando, ele dizia que eu devia ser Phd, segundo se via em seus romances. (LUFT, 1988, p. 221)
Qual é, portanto, o grande desafio enfrentado pelo ser humano? É o fato de que ele é finito e caminha para a morte. Essa é uma certeza inevitável e com a qual torna-se necessário conviver. Como diz Rubem Alves: “Livres para morrer, os homens estariam livres para viver” (ALVES, 1990, p. 128). Talvez esta seja a grande lição que se pode tirar da relação entre religião, finitude e envelhecimento: é preciso encarar a morte como presença e possibilidade, mas de tal maneira que ela não tolha a capacidade inata no ser humano de ser criador da própria história. Já é tempo de valorizar o tempo, não como cronologia, que nos conduz para a certeza da finitude, mas como kairós, ou seja, como experiência constante de criação e experiência do novo que se faz a cada momento. Assim, a experiência religiosa oferece sua contribuição, projetando a vida para o futuro, como esperança e utopia, fazendo com que o ser humano acredite cada vez mais nas suas potencialidades e acredite no seu tempo presente. Diz Ernest Bloch: “Onde está a esperança ali também está a religião” (ALVES, 1990, p. 128).
E o leitor, perplexo, em busca de uma certeza final, perguntaria: “Mas, e Deus, existe? A vida tem sentido? O universo tem uma face? A morte é minha irmã?”. Ao que a alma religiosa só poderia responder: “Não sei. Mas eu desejo ardentemente que assim seja. E me lanço inteira. Porque é mais belo o risco ao lado da esperança que a certeza ao lado de um universo frio e sem sentido...”. (ALVES, 1990, p. 128-129)

VERDADES DE FÉ
1. DEUS
Em toda a história da humanidade o homem não cessa de buscar a Deus. Esta busca se dá através das orações, sacrifícios, cultos, meditações, ações, entre outras formas. Mas como podemos conhecer a Deus, se nunca O vimos? Podemos conhecer a Deus mediante Suas obras e mediante a nossa Fé. A fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida. Como podemos falar de Deus? Nosso conhecimento de Deus é tão limitado, como também é limitada nossa linguagem sobre Deus. Só podemos falar de Deus através das criaturas vivas ou dos recursos naturais que conhecemos, e segundo nosso modo humano limitado de conhecer e pensar.
De qualquer forma, temos que nos lembrar e ter sempre conosco, dentro de nossos corações, que todas as criaturas trazem em si uma certa semelhança com Deus. O homem guarda características tão dignas como a verdade, a bondade, a beleza, a caridade, o amor…Tais características não podem ter outro autor senão o Todo Poderoso. Todas estas características contemplam, portanto, o Seu Autor.  Assim como uma obra de arte reflete sempre, de alguma forma, o seu autor, também nos devemos refletir nosso Criador. “Sem o Criador a criatura se esvai”.
Como entender Deus Criador?
Deus criou o mundo segundo Sua sabedoria. O mundo procede da vontade livre de Deus que quis fazer as criaturas participarem do Seu Ser, da Sua sabedoria e da sua bondade. Que haveria de extraordinário se Deus tivesse tirado o mundo de uma matéria preexistente? Quando se dá um material a um artesão, ele faz do material tudo o que quiser e souber. Se este fato confere a este artesão um lado criador, tanto mais será nada para criar tudo o que Sua Vontade e Sabedoria desejam. Deus parte do Nada e cria o mundo, dentro dele, o homem. Uma vez que Deus pôde criar do nada, pode, através do Espírito Santo, dar vida da alma aos homens, com o objetivo de mantê-los sempre junto Dele, mas ao mesmo tempo, deixando o homem livre para escolher essa união. Já que pela sua palavra pôde fazer resplandecer a luz a partir das trevas, pode também dar a luz da fé àqueles que a desconhecem. Dessa forma, a criação é uma obra querida por Deus como um dom que foi dirigido ao homem; como uma herança que lhe é destinada e confiada.
Entretanto, Deus transcende a criação, pois é infinitamente maior que todas as Suas obras. Por ser o Criador soberano e livre, causa primeira de tudo o que existe, Ele está presente no mais intimo das suas criaturas. Segundo as sábias e inspiradas palavras de Santo Agostinho: “Ele é maior do que aquilo que há de maior em mim e mais íntimo do que aquilo que há de mais intimo em mim”. Deus mantém e sustenta a criação, pois não abandona a sua criatura a ela mesma. Não somente lhe dá o ser e a existência, mas também a sustenta a todo instante e lhe dá o livre-arbítrio. Reconhecer esta dependência completa em relação ao Criador é uma fonte de sabedoria e liberdade, de alegria e confiança. Os estudos sobre Deus (assuntos da Teologia) são elaborados considerando Deus na Unidade da Natureza e na Trindade das Pessoas. Na Unidade da Natureza, o estudo de Deus é dividido em três partes: a Existência, a Essência e os Atributos. Cada uma destas características existe em Deus ao mesmo tempo e só foram separadas para serem melhor explicadas e compreendidas.
1.1 A Existência
É um artigo de fé e nos abre uma dupla possibilidade de conhecer a Deus: Uma forma natural e uma forma sobrenatural.
Forma Natural: “Encontra-se Deus por meio da reflexão do mundo e em nós mesmos” (São Paulo). Uma das maiores comprovações sobre a Existência de Deus é a tendência dos homens pela busca da felicidade. Em cada homem esta necessidade não pode ser satisfeita apenas pelo mundo e pelos seus bens. Portanto, segundo Santo Agostinho, é preciso que haja um bem eterno capaz de satisfazê-la e este bem é Deus. O conhecimento de Deus pela forma natural baseia-se pelo fato de que como não vemos a Deus, O conhecemos por meio de comparações devido às suas obras, pois não encontramos na Terra a essência de Deus, mas sim suas obras. É através de suas criações que conhecemos que Deus existe, como sua causa.
Forma Sobrenatural: “Deus é para nós que cremos um ‘Deus desconhecido’ ainda que à luz da fé o conheçam muito melhor do que à luz da razão” (Santo Tomaz de Aquino). Segundo esta forma de conhecimento, crê-se em Deus em virtude de uma revelação sobrenatural que é dada por meio da fé. A comunicação de Deus conosco e sua manifestação dá-se por meio das graças.
1.2 A Essência
Estuda o ser de Deus, sendo que a Existência e a Essência são inseparáveis em Deus. A essência de Deus é compreendida através da revelação, onde Deus se revela e se dá conhecer aos homens.
1.3 Os Atributos
São as características através das quais podemos conhecer a Deus e distingui-lo das criaturas. São todas as perfeições existentes em Deus, como por exemplo:
Deus é UNO: a unidade de Deus é um dogma da Igreja. É entendido como uma unidade do indivíduo levando ao monoteísmo. Este atributo foi mencionado em várias passagens: “Vede que sou Eu somente e não há outro Deus exceto Eu”. (Dt 32, 39) “Ouve Israel, o Senhor teu Deus é o único Deus”. (Mc 12, 29). Deus é SIMPLES (PURO): em Deus nada se acrescenta ou se tira. A simplicidade de Deus é entendida como um Deus livre de qualquer multiplicidade e dispersões próprias das outras criaturas. É Deus em sua puríssima espiritualidade. Como exemplo, podemos citar uma passagem onde Jesus atribui a Deus uma figura humana ao chamá-lo PAI e ao mesmo tempo lhe atribui estado e morada acima de tudo o que é material. Deus é IMUTÁVEL: Deus foi, é, sempre será o mesmo, com sua perfeição e seu amor sem limites. Segundo Santo Tomaz de Aquino: “Só Deus é”. Deus é ETERNO: Deus não teve início e não terá fim. “O Senhor é um Deus Eterno que criou os extremos da Terra e que não se cansa nem se esgota”. (Is 40, 28).
Deus é ONIPRESENTE: a onipresença de Deus nos oferece a possibilidade de nos unirmos espiritualmente a Ele em qualquer tempo e condição e em qualquer lugar. Deus está sempre conosco. Entretanto, de que serve Deus estar perto de nós se nós estivermos longe Dele? Por isso em sua Bondade Infinita ele nos dá sua Onipresença e nós, com nossa Fé, podemos encontrá-lo sempre que quisermos. Deus é ONISCIENTE: Deus tudo sabe. A revelação é a maior prova da onisciência de Deus. Deus é ONIPOTENTE: Deus tudo pode. Algumas passagens revelam com exatidão esse atributo de Deus: “Para os homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível”. (Mt 19, 25-26) “Pai, tudo Te é possível”. (Mt 14, 36).
2 – Jesus Cristo
Jesus significa Deus Salva. Jesus nasceu em Belém, na Judéia, no ano 1 de nossa era. Sua mãe é Maria e seu pai adotivo José. Seus avós maternos foram Joaquim e Ana. A palavra Cristo do latim Christus ou Christos é semelhante à palavra Messias (em hebraico), que significa Ungido. Portanto, Cristo significa Ungido do Senhor, aquele que recebeu a Unção com óleo. O derrame com óleo sobre a cabeça de alguém significava a consagração de um homem por Deus, como profeta, sacerdote e rei.
A vida de Jesus, seus ensinamentos, obras e palavras foram registradas nos Evangelhos (Evangelho vem do grego Evangelion e significa boa nova, boas notícias). É como foi chamada a mensagem de salvação e de redenção que Jesus trouxe ao mundo.
2.1 O estilo do ensinamento de Jesus.
Na época de Jesus, a palavra escrita ainda não era facilmente disponível para a comunicação em massa. Então, tornava-se essencial que um mestre apresentasse seus ensinamentos de modo a serem claramente compreendidos e memorizados. Isto exigia que o mestre fosse ao mesmo tempo um poeta e um contador de histórias, e Jesus sem sombra de dúvidas, dominava ambos talentos. As parábolas cheias de vida tirada da natureza ou essência humana são bem conhecidas e constituíram a principal forma de ensinamento de Jesus. Elas incitavam os ouvintes para pensar e descobrir diversos níveis de significados e aplicações.
2.2 Os principais ensinamentos.
Dentro dos ensinamentos propostos por Jesus, existem dois temas predominantes: A Verdade e Realidade e A Compreensão da Pessoa de Jesus. A Verdade e Realidade: A Realidade que Jesus veio proclamar tem sido traduzida em Reino; Jesus proclamou o Reino de Deus ou o Reino dos Céus. Não apenas proclamou, mas o inaugurou quando deixou claro que “Um novo estado de coisas nasceu para o ser humano”. Muitas foram às parábolas contadas sobre o Reino de Deus; dentre elas Jesus disse: “O Reino dos Céus é como um mercador em busca de pérolas finas que, encontrando uma de grande valor, vai e vende tudo o que tem e a compra”. “O Reino de Deus não vem como sinais que possam ser observados, nem se poderá dizer: ‘Eis o Reino aqui’ ou ‘Lá está o Reino’, pois o Reino de Deus está no meio de vocês”.
Com este tema, Jesus deixa evidente que temos que estar bem conosco mesmos com nossos irmãos e com Deus, pois senão não podemos viver no Reino dos Céus. A Pessoa de Jesus: Jesus referiu-se a si mesmo como o Filho do Homem. Essa expressão pode apresentar várias interpretações, mas pode ser compreendida como sendo uma intervenção pessoal de Deus nos assuntos humanos, não tanto através da figura de um mensageiro, mas sim como a do inaugurador de um estado de coisas entre os homens em que o Reino de Deus está efetivamente presente. Uma das passagens em que Jesus se refere ao Filho do Homem: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos”.
2.3 Seguir Jesus: o preço
Os Evangelhos contém relatos de um período no qual Jesus passou no deserto em solidão voluntária e onde ele enfrentou e resistiu a diversas tentações. Se o próprio Filho de Deus sofreu tentações quanto mais nós as sofremos! Entretanto, as tentações de Jesus podem ser vistas por nós como meios fáceis e mesquinhos de se estabelecer o Reino. Quando Jesus reconheceu as tentações como tal, ele viu-se face a face com o único caminho, o da entrega total, sem qualquer recompensa ou retorno: o caminho do Amor puro e sem sentimentalismo. Jesus não oferecia nenhum atrativo fácil. O preço para ser seu discípulo não haveria de ser alto nem baixo, mas absoluto. Ele usou vários meios para transmitir esse fato simples: usou poemas, parábolas e falou diretamente aos seus discípulos, especificando qual seria o preço para si e, conseqüentemente, para eles. Jesus era às vezes popular ou não. As autoridades de modo geral desconfiavam dele e o temiam. O povo de Israel não acreditou que Ele era de fato o Messias Prometido, pois esperava alguém glorioso e poderoso politicamente para libertá-los dos romanos; queriam um Messias que lhes desse uma nação livre e poderosa.
Por outro lado; Jesus era movido pelo amor e pela vontade de Deus. O amor exigia uma reação amorosa aos sofrimentos do povo e Jesus com seu poder de cura era clamorosamente ansiado, requisitado. Ele curava porque o amor exigia e pedia aos que curava para agradecerem a Deus e ficarem em silêncio. Então, seguir Jesus é uma opção e a livre entrega de si é a única expressão de amor que existe; Jesus nos quer por inteiro, sem restrições, sem senão, sem porém. Algumas de suas palavras mostram as atitudes esperadas de um seguidor de Cristo:
“Se alguém esbofeteia sua face direita, volta-lhe também à esquerda; se alguém quer litigar com você para tirar-lhe a túnica, deixe-lhe também a camisa; se alguém o forçar a caminhar uma milha, ande com ele duas”. “Amem aos seus inimigos; façam o bem a quem os odeia; abençoem os que os maldizem; orem pelos que os injuriam”. “Aquele que não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim”. Finalmente, analisando a vida de Jesus, constata-se que sua idéia-força, ou seja, o motivo de sua existência era a realização da vontade do Pai. As primeiras palavras de Jesus relatadas no Evangelho quando ele tinha doze anos e estava com os Doutores da Lei foram: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2, 49). Jesus foi o homem mais autêntico e mais realizado que existiu sobre a face da Terra que fez a vontade do Pai e, portanto fez exatamente o que deveria fazer.
3 – Santíssima Trindade
A Santíssima Trindade é um mistério de um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Pai que é Deus, que é Amor: somente o Pai que ama respeita a liberdade de seu filho. Filho que é Jesus Cristo: é o Deus visível que se fez homem, nascendo da Virgem Maria para cumprir a vontade de Deus de libertar os homens do pecado. Jesus é Deus e as principais provas são:
O próprio Jesus diz-se Deus (Jó 10, 30; Jó 14, 7; e Lc 22, 67-70).
Os milagres eram feitos pelo próprio Jesus, e não por meio de Jesus.
Espírito Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido. Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria. Maria foi então convidada a conceber Jesus e a concepção de Jesus foi obra do poder do Divino Espírito Santo: “O Espírito virá sobre Ti…” A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua vez é manifestada pelo Espírito Santo. Um fato dos Evangelhos é que os Apóstolos estavam com muito medo após a morte de Jesus. Foi a descida do Espírito Santo sobre eles que os transformou radicalmente e deu coragem para que saíssem anunciando o Evangelho. O mesmo Espírito Santo que deu forças aos apóstolos e mártires é recebido no sacramento da Crisma, e aí está a importância deste sacramento no fortalecimento da Fé e na profissão do Cristianismo de cada um.
3.1 O Dogma da Santíssima Trindade.
A Trindade é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. Cada uma das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina. As pessoas divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação, ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação. Resumindo, o mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode nos dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.
Pela graça do Batismo “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na Terra na obscuridade de nossa fé e para além da morte, na luz eterna. Pela Confirmação ou Crisma, como o próprio nome diz, somos chamados a confirmar essa fé ora recebida para que, além de vivermos segundo a Palavra de Deus, darmos testemunho dela e levá-la por toda à parte.
4 – Fé
A Fé não é apenas uma simples crença em algo superior, mas é uma adesão pessoal a um Deus pessoa que exige compromisso. O homem é livre para decidir se aceita ou não a Deus e ao seu convite. Ao aderir a Deus e exercer a fé, o homem assume o desafio da fé, aceitando também os Mandamentos, a vivência sacramental e a fidelidade aos ensinamentos do evangelho. A partir daí, o homem passa a ter um compromisso que irá orientar toda a sua vida. Como exemplo de homem de fé, pode-se citar Abraão, que baseou sua vida e sua caminhada, bem como suas aspirações, na promessa de Deus, quando a pedido de Deus saiu de sua terra em busca do local prometido por Deus (Gn 12, 1-12) ou ainda quando Deus o provou pedindo-lhe seu único filho em sacrifício (Gn 22, 2). Seguir a vontade de Deus não é escravidão, mas sim liberdade. Quanto mais aceitamos Deus em nossa vida, mais livres somos, e só podemos aceitar Deus sem qualquer limite quando temos fé.
A mensagem de Jesus demonstra que a fé é o princípio da vida religiosa. Cristo começa sua pregação exigindo a fé de seus ouvintes: “Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1, 15). A norma de salvação é acreditar no Evangelho e ser adepto de Cristo. A fé então é um encontro com Cristo. É uma aceitação tão plena Dele que vai nos transformando Nele. Acreditar em Deus é colaborar no seu plano de crescimento, respeitando suas leis. Aceitar a Deus é confiar Nele, acreditar em Seu amor por nós e deixar que Ele aja em nós. A fé não se mede pela inteligência e não é um sentimento ou uma tradição. No dia-a-dia, a fé é aquela entrega incondicional e amorosa de si a Deus Pai, Filho e Espírito Santo:
Nos entregamos ao Pai porque somos suas criaturas;
Nos entregamos ao Filho para seguir seus exemplos e viver como filhos de Deus;
Nos entregamos ao Espírito Santo para que Ele nos impulsione e estimule na prática do bem.
Crer é dizer sim a Deus e confiar Nele de maneira absoluta; e a fé nos compromete a realizar em nós, momento por momento, a vontade de Deus como ela se manifesta, assim como fez Jesus Cristo. Dizer-se cristão, fazer promessas, freqüentar eventos religiosos, usar distintivos, não é necessariamente sinal de Fé.

ATIVIDADE
Para responder e refletir:
Quem é Deus para você?
Quais são os atributos de Deus? O que significam?
No dia-a-dia é possível notar a presença de Deus? Como?
Como atuar o mandato de Jesus: “Tome sua cruz e siga-me” nos dias de hoje?
Quem é Jesus Cristo para você?
Quem é o Espírito Santo para você?
O que você espera da Crisma? Você já pensou se precisa ou em que precisa mudar sua vida?
Você já sentiu a presença do Espírito Santo em sua vida? Quando?
Procure notar quantas vezes em uma Missa, o celebrante pronuncia a palavra Espírito Santo. Por que?
O que é ter fé? Tenho fé?

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