IV Bimestre: 2° Ano Ens. Médio - VIDA E MORTE
VIDA E MORTE
As religiões procuram dar
explicações aos seus adeptos para a vida além da morte, as respostas elaboradas
nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o Sagrado
podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: o sentido da vida nas
tradições e manifestações religiosas; a reencarnação - além morte,
ancestralidade, espíritos dos antepassados que se tornam presentes e outras;
ressurreição; apresentação da forma como cada cultura/organização religiosa
encara a questão da morte e a maneira como lidam com o culto aos mortos,
finados e dias especiais para tal relação. (PARANÁ, 20081).
Assim, para abordar esse
tema, o capítulo foi dividido em três unidades sequencias.
1. A Origem da vida
segundo algumas tradições religiosas
2. As diversas formas de
ver a morte
3. As diversas formas de
entender a vida e morte
Os objetivos propostos no
desenvolvimento destas unidades são:
·
Perceber como as tradições religiosas
explicitam para os seus seguidores as principais questões relacionadas com a
vida, a morte e o pós-morte;
·
Compreender os conceitos de
ancestralidade, reencarnação, ressurreição e nada, relacionando-os às
diferentes tradições religiosas;
·
Identificar as formas como cada
cultura/organização religiosa organiza os seus ritos mortuários.
A ORIGEM DA VIDA SEGUNDO ALGUMAS
TRADIÇÕES RELIGIOSAS
Além das várias teorias
científicas que procuram explicar a origem da vida, existem também as inúmeras
afirmações das diversas tradições religiosas sobre o tema. Contudo, este tema
continua sendo um grande mistério que instiga a mente dos cientistas,
filósofos, religiosos e espiritualistas. Somos seres viventes, portanto,
fazemos parte integrante da totalidade da vida existente na Terra. Algumas
tradições religiosas asseguram que somos parte da grande vida que se espraia
numa dimensão cósmica da existência, além do nosso planeta. A vida, essa força misteriosa,
é que torna nossa casa planetária um lugar muito especial no Universo, ela
renova ciclicamente a natureza revelando-nos sua beleza e perfeição. Todos nós
seres humanos devemos ter consciência e sermos responsáveis pela preservação e
defesa da vida, porque dela fazemos parte.
A vida, sem dúvida, é o
que existe de mais sagrado no Universo. Trata-se de uma temática inesgotável,
há muito que pensar, refletir e conhecer sobre este assunto: sua origem,
defesa, preservação, valorização, sacralidade, continuidade, sentido,
finalidade, entre outras questões. Viver na Terra é uma grande aventura, um
inestimável aprendizado. A vida é sem dúvida, a melhor escola, a melhor
universidade que nos ensina pela experiência.
Religiosidade Indígena
Tratar da religiosidade
dos indígenas brasileiros, principalmente no que diz respeito a sua forma de entender
a vida e a morte não é fácil, porque desde a chegada dos colonizadores
portugueses e padres jesuítas muita coisa aconteceu. A grande maioria dos
nativos brasileiros (indígenas) de todos os povos que aqui viviam foi morta ou
exterminada.
Do que restou, muitos
foram catequizados ou perderam sua cultura ancestral por causa da invasão de
suas terras, a proibição de alguns de seus ritos e o contato com a civilização
capitalista moderna. Em algumas aldeias, os povos indígenas mantêm parte de sua
tradição, de suas crenças e de sua cultura por meio da tradição oral, ou seja,
pelas histórias contadas pelos mais velhos, pelos cantos em volta da fogueira,
na linguagem que traz a herança dos ancestrais.
Então, uma forma de se
entender a religiosidade desse povo é ouvir o que dizem os descendentes dos
primeiros habitantes de nossa terra, os indígenas. Sabemos que também não
existe apenas um povo indígena, e que cada povo possui suas crenças e elas nem
sempre são iguais, mas para estudarmos a ideia que os indígenas têm da morte,
vamos apresentar uma história contada por Daniel Munduruku, um nativo da nação
Munduruku que reside no Pará.
Todo Igarapé um dia se junta ao
grande rio Tapajós
Daniel nasceu em uma
aldeia em Belém do Pará, mas desde menino aprendeu a ter raiva de ser “índio”,
pois na escola da cidade o chamavam de selvagem, vagabundo. Hoje Daniel tem
orgulho de sua origem e escreve histórias de sua gente. Uma delas vamos
conhecer agora.
Daniel Munduruku era
menino pequeno, ele não falava muito com seu avô porque ele era um velho
misterioso que falava pouco, mas dava conselhos sobre as ervas e plantas que
curam. Uma vez, percebendo que seu neto Daniel estava triste, o avô o chamou
para tomar banho no igarapé.
Chegando lá ele disse:
“Está vendo aquela pedra na cachoeira?” Sente-se nela e fique lá e não saia até
eu mandar você sair. Enquanto isso seu avô tomou um longo banho para relaxar
seu corpo cansado e velho. Ao final da tarde, o avô disse: “Pode vir tomar
banho”. Daniel mergulhou com vontade, quando subiu à tona ele olhou para os
lados e não viu seu avô, então saiu gritando seu nome: “Vovô Apolinário, vovô Apolinário”.
O seu avô apareceu e disse que estava fazendo xixi longe do rio, pois a água do
igarapé é pura e o xixi enfraquece seu espírito, porque tudo está vivo. O velho
avô indígena disse que esperava que seu neto tivesse aprendido algo com o rio,
mas na época ele não havia aprendido ainda. Então o sábio indígena disse:
- Você chegou à aldeia
muito triste. Veio da cidade se sentindo inferior, pois lá as pessoas o
maltrataram. Está na hora de aprender algumas coisas sobre quem você é, e foi
por isso que eu te trouxe aqui.
Você viu o rio, ouviu as
águas e o que eles lhe ensinaram? A paciência e a perseverança. Paciência de
seguir o próprio caminho de forma constante, sem nunca apressar o seu curso.
Perseverança para ultrapassar todos os obstáculos que surgirem no caminho.
O
rio sabe aonde quer chegar e sabe que vai chegar não importa o que aconteça.
Ele sabe que seu destino é se juntar ao grande rio Tapajós. Temos de ser como o
rio, meu neto. Temos que acreditar que somos como um pequeno fio na teia da
vida, mas um fio importante sem o qual a teia desmorona. Quando você estiver
triste, venha para cá ouvir o rio.
Foi o maior discurso que
o pequeno indígena Daniel Munduruku tinha ouvido de seu avô. Ele falava pouco,
mas dizia muito. Nessa época Daniel não compreendia muito bem as palavras de
seu avô, mas guardava bem guardado em seu coração.
Outro dia, na beira da
fogueira, o velho sábio indígena falou assim:
- Têm coisas que nunca
vamos saber, pois nossa vida é curta. Mas todas elas podem ser lidas na natureza
porque ela sempre esteve aqui. Os homens buscam as respostas e as curas no céu,
sendo que elas estão na terra. Quem quiser conhecer as coisas deve perguntar
para nosso irmão o fogo, pois ele esteve presente na criação do mundo, ou aos
quatro ventos, ou as águas puras dos rios, ou ainda a nossa Mãe Primeira: a
terra (Ele falava e se calava contemplando o fogo à sua frente). O nosso mundo
está vivo, a terra está viva, os rios, o fogo, o vento, as árvores, os pássaros,
os animais e as pedras, estão todos vivos.
São todos nossos irmãos e
irmãs. Quem destrói a terra destrói sua própria alma e não merece viver. Depois
de assimilar as lições de seu velho avô, passado algum tempo, Daniel volta
correndo para a aldeia e chega dizendo orgulhoso: “Vovô, vovô eu sou índio”.
Então seu avô abriu um belo sorriso e disse:
- Então já é hora de eu
me juntar ao Grande Rio Tapajós porque você aprendeu a lição, meu neto.
Mas Daniel ficou
desesperado:
- Vovô, eu tenho tanto
para aprender com você, têm tantas lições que você tem que me ensinar.
Serenamente o avô disse:
“Lembre-se sempre, meu neto, que só há duas coisas importantes para se saber na
vida: a primeira é nunca se preocupar com coisas pequenas e a segunda é que
todas as coisas são pequenas”.
E com essas palavras ele
se juntou ao Grande Rio.
(MUNDURUKU, 2009.
Adaptado)
Atividade 1
a)
Escute a história Todo Igarapé um dia se
junta ao grande rio Tapajós, disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=24429
e identifique os elementos naturais que você consegue perceber. Em seguida,
escreva um breve texto sobre sua importância.
A ciência e a religião explicam a
origem da vida
A
ciência apresenta diversas teorias para explicar a origem da vida no planeta
Terra. Trata-se de um tema que tem despertado interesse por parte de muitas
pessoas desde os tempos mais remotos. Na Antiga Grécia os filósofos se ocupavam
em explicar a origem da vida. Entre eles, Aristóteles. Ele afirmava que a
origem da vida na Terra era o resultado da ação de um princípio passivo, que é
a matéria, e outro ativo, que é a forma. Assim, em certas condições favoráveis,
esses dois princípios se combinavam permitindo o surgimento da vida. O
princípio ativo agindo sobre a matéria inanimada tornava-a animada. Essa teoria
ficou conhecida como teoria da Geração Espontânea.
Tal teoria vigorou por
muito tempo, atravessou a Idade Média, quando não faltaram pessoas que suponham
ser a origem da vida um fenômeno que ocorria a partir da matéria inanimada.
Elas pensavam que os odores dos pântanos podiam gerar rãs, que a carne podre
gerava larvas de moscas e que um monte de roupa suja depois de algum tempo
podia gerar ratos.
A teoria da geração
espontânea começou a ser superada a partir dos experimentos de um médico e
naturalista, Florentino Francesco Redi (1626-1698). Redi demonstrou que só é
possível surgirem larvas de moscas em um pedaço de carne quando se deixa que
estas pousem sobre ela. No século XIX, Pasteur refutou definitivamente, por
meio dos seus experimentos, a teoria da Geração Espontânea, demonstrando que
existem na natureza seres microscópicos, as bactérias, entre outros, que não podem
ser vistos a olho nu. Esses minúsculos seres são responsáveis pela fermentação
e putrefação da matéria orgânica.
Sendo reconhecido o
princípio de que a vida provém sempre de outras formas de vida, um importante cientista
do final do século XIX, chamado Lord Kelvin, passou a defender a teoria da
Panspermia, à qual sustenta que a vida poderia ter sido “semeada” no planeta
Terra vinda do espaço com os meteoros que aqui caíram. Essa teoria explica que
a vida está espalhada em todo o universo. Os esporos de vida são elementos das
nuvens interestelares e chegam aos planetas por meio de cometas e asteroides.
Existe ainda a teoria de
que a vida pode ter surgido de forma natural sobre o planeta Terra, por meio de
uma evolução química das substâncias não vivas. Há bilhões de anos ocorreram
grandes transformações na Terra que era bastante diferente do que é hoje. Essas
transformações químicas permitiram o surgimento de moléculas que se
autoduplicavam. Com o passar do tempo, foram surgindo as bactérias e depois
outros seres simples, que a partir da água passaram por um longo processo
evolutivo do qual resultaram todos os seres, inclusive os humanos, que povoam a
Terra. Essa teoria foi defendida pela primeira vez pelo cientista russo Oparin,
em 1936.
(ORIGEM DA VIDA.
Adaptado).
SAIBA MAIS...
Origem
do universo e da vida – Uma questão por vezes polêmica!
O
poeta Olavo Bilac em sua poesia Ora (direis) ouvir estrelas, nos fala do
contato do humano com o mistério, ouvir estrelas e entendê-las não é coisa só
de poetas, mas também dos cientistas, dos religiosos, místicos, adolescentes,
apaixonados. Conhecer a origem do universo significa “ouvir estrelas”, ou
seja, tentar encontrar respostas para as indagações, tais como: Qual a origem
do universo? Respostas que na ciência são conhecidas como teorias científicas
e nas religiões como crenças e mitos sagrados. Conheça a poesia lendo o site
Jornal da Poesia.
Disponível
em: www.jornaldepoesia.jor.br
. Acesso em: 07 novembro 2018.
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Atividade 2
a)
De acordo com o texto, comente com suas
palavras, uma das teorias científicas.
b)
Faça uma pesquisa entrevistando três
pessoas de diferentes religiões sobre a origem da vida. Antes, organize com os colegas
um pequeno roteiro de pesquisa. Com os dados em mãos, escreva um texto
relatando o que as pessoas responderam na entrevista. Leia o texto para os
colegas da turma e comente.
c)
Após fazer a leitura do texto, escreva uma
redação dialogando com seus pensamentos a partir do que você leu.
d)
Pesquise diferentes crenças ou mitos
religiosos sobre a formação do Universo (um mito para cada matriz: indígena,
africana, ocidental e oriental) e paralelamente pesquise teorias científicas
sobre a origem do Universo e da vida.
e)
Pesquise em dicionário o significado das
palavras abaixo:
Senso comum –
Via Láctea –
Palio –
Cintila –
Pranto –
Big Bang –
Tresloucado –
Universo –
Vocabulário
Animada
- pode gerar vida.
Espraia
- estender, espalhar.
Inanimada
- não pode gerar vida.
AS DIVERSAS FORMAS DE VER A MORTE
O
ser humano passa pelo ciclo vital: nasce, cresce, envelhece e morre.
Morte
é um fato natural assim como o nascimento?
Por
que morremos? Para onde vamos depois de morrer?
A
VIDA NA TERRA
(Diná Raquel Daudt da Costa)
No princípio era o
nada
e do nada se criou
devagar,
devagarinho
tudo se criou!
Astros, estrelas
se formaram
e a vida se
espalhou
assim a casa
estava pronta
para a vida
acolher
um planeta muito
bonito
para podermos
viver
como a vida
começou?
quem foi que a
criou?
Isto é um grande
mistério
que a humanidade
sempre buscou
crianças no mundo
inteiro
têm suas
indagações
muitas buscam as
respostas
em suas religiões.
SAIBA MAIS...
Na
antiga Grécia um filósofo chamado Empédocles divulgava a ideia de que o mundo
seria constituído pelos quatro elementos: água, terra, ar e fogo. Tudo que
existia no mundo era uma mistura desses elementos. Para ele, o amor era a
força que unia os elementos enquanto que o ódio os separava.
Assim,
a morte significava a separação dos elementos. Disponível em: www.mundoeducacao.com.br
. Acesso em: 10 novembro 2018.
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Atividade 1
a)
Em algumas religiões a água e o fogo são
símbolos para celebrar momentos importantes na vida das pessoas. Faça desenhos
mostrando como a água, o fogo e outros elementos da natureza são usados em
cerimônias religiosas de vida e morte.
b)
Pesquise teorias científicas sobre o
surgimento da vida na terra.
O pensamento religioso
O
ser humano sempre quis compreender e controlar o mundo ao seu redor, muitas
vezes seu medo face ao desconhecido fez com que inventasse crenças a fim de
sentir que possuía certo controle sobre o mundo a sua volta. Ao se deparar com
a morte, as pessoas conceberam a ideia de uma vida para além da morte. Os
rituais funerários também possuem a função de dar algum encaminhamento para a alma
do morto e não apenas oferecer consolo para os seus entes queridos.
Os egípcios formaram uma
civilização africana que se tornou mundialmente conhecida por suas misteriosas
e belas pirâmides. Para eles, a vida era uma preparação para a morte. A
organização social egípcia era complexa, nela o faraó é a autoridade máxima,
mas existiam também os sacerdotes, os militares, os escribas, prisioneiros de
guerra, artesãos. Viviam basicamente da agricultura, mas toda a terra
trabalhada pertencia ao faraó.
As religiões eram
bastante forte na estruturação social deste povo. Acreditavam em diferentes
Deuses, alguns representados com os corpos metade animal e metade gente, alguns
representados como animais completos. Ex.: Horus era uma divindade representada
com corpo humano e cabeça de falcão; Thot tinha a cabeça de um pássaro (Ibis);
Anubis a cabeça de um chacal; Bastet, a Deusa, era representada por uma gata.
Certas divindades
personificavam forças da natureza, como o sol, por exemplo. Para eles a vida
após a morte era uma possibilidade, porém para ter uma boa vida após a morte a
pessoa deveria apresentar certas virtudes. A prática da mumificação dos corpos
surge a partir de suas crenças religiosas.
Atividade 2
a)
Procure na internet a representação dos
Deuses Horus, Thot, Anubis e Bastet e escolha um para elaborar um cartaz.
b)
Pesquise sobre os costumes funerários dos
egípcios, como eram feitos os processos de mumificação.
c)
Qual era a utilidade das pirâmides?
A morte é uma realidade
humana e para lidar com ela de maneira equilibrada é necessário haver maturidade
e esperança de que morrer nem sempre é o fim. Assim, não é somente a morte que
nos leva ao sentimento de perda, enlutamos diante de pequenas coisas em nossas
vidas, como, por exemplo, o desmame, a aposentadoria, a amputação de um membro,
o aborto. Há também o luto coletivo, seja por morte de ídolos ou até mesmo pela
violência, que vem deixando os cidadãos cada vez mais entristecidos. Podemos
dizer que o luto é um sentimento natural de dor pela perda de pessoas que
tiveram uma importância central em nossas vidas. Apesar da crise que provoca, o
luto não é uma doença e não deve ser confundido com depressão ou melancolia. O
que podemos ver nas sociedades atuais, centrada no bem estar social, é a
tentativa de evitar o contato com a morte nas suas diversas formas, ou ainda a tentativa
de amenizar a dor . Para isso, fazem maquiagem nas pessoas que faleceram,
muitos túmulos têm forma de pequenas casas, os cemitérios são jardinados, etc.
A morte é a única certeza
que temos, e ignora todas as condições sociais e religiosas nivelando ao mesmo
destino: o fim da vida terrena. No entanto, em nossa cultura não a incorporamos
como parte de nossas vidas, e nos acostumamos, muitas vezes, a ouvir alguns
ditos populares em funerais que justificam a morte, como, por exemplo: “essa
pessoa era tão boa, mas foi Deus quem quis assim”. Todos morrem, contudo a
duração da vida e as modalidades dos rituais fúnebres são diferentes segundo as
classes sociais e cultura a que pertencem os mortos.
RESPEITANDO AS
OPÇÕES
Um
sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um japonês
colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o japonês e
pergunta:
-
Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
-
E o japonês responde:
-
Sim, quando o seu vier cheirar as flores!
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Atividade 3
a)
Encontre no caça-palavras nomes de
religiões e depois pesquise qual é a crença de vida além morte que elas
possuem: Budismo, Hinduísmo, Judaísmo, Muçulmanos, Taoísmo, Umbanda e
Xintoísmo.
A K X I N T O I S M O J L I
L W T J C V H D C L Ç I V X
Z M B S A G N O E F Q H B N
Z E G H C O I E X S W M Ç C
J D S E R U O M S I D U B Y
U U I P O D F G J K L X V N
D G S C I B M E K M X O I P
A Q E S H R A I N D O N M D
I D G O M S I O A T K I D O
S A D O I T O T U D I U B M
M T O U I S M H A S K T Z S
O P T D H Z F D R T N M J I
A L S V H I N D U I S T A N
G O R Y E A E S P R T H N I
A N Y E B J L I S B Ç O D A
U C Ç M R F H U I L D V N J
M E U H I N D R T U H F M V
D U Ç U L A Ç G N C R T K Ç
B U D O N A M L U Ç U M E V
A T E N M T F R Ç H D S Ç E
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b)
Em algumas revistas em quadrinhos são
criados alguns personagens referente à morte, com o intuito de familiarizar as
crianças com uma realidade da existência que muitos procuram esquecer, mas da
qual ninguém pode fugir. Geralmente a morte é desenhada com túnica preta com
capuz e carrega em sua mão uma foice. Se você fosse um desenhista profissional
e tivesse que criar um novo personagem para representar a morte, como seria?
Crie este personagem e lhe dê um nome!
A ORIGEM DA VIDA
Borres Guilouski
Ninguém
sabe ainda ao certo
Mas
a ciência e as religiões
Sobre
a origem da vida na Terra
Têm
diversas teorias e explicações
Diz
a ciência que há bilhões de anos
Aqui
na Terra ocorreram
Grandes
e tremendas transformações
Mudanças
físicas e químicas
Modificaram
a crosta e a atmosfera
Iniciando
o ciclo das estações
A
ação da terra, da água, do fogo e do ar
Promoveu
uma fantástica combinação
Para
que as primeiras células de vida
Pudessem
iniciar o processo da evolução
Os
diferentes ambientes da Terra
A
vida encheu de encanto e beleza
Revelando
sua força e perfeição
Na
biodiversidade da natureza
Diversas
religiões explicam
Que
a origem da vida é um grandioso feito
Atribuído
a uma Divina Inteligência
Um
Ser infinitamente perfeito
Que
de um modo misterioso
A
vida no Universo semeou
E
a evolução dos seres impulsionou.
Atividade 4
a)
Procure em um dicionário o significado das
palavras que você desconhece. Copie-as em seu caderno e ao lado de cada uma
escreva o significado encontrado.
b)
O que diz a ciência sobre o surgimento da
vida na Terra? Responda de acordo com o texto anterior.
c)
O que explicam as diversas religiões sobre
o surgimento da vida na Terra?
d)
Explique por que é importante respeitar e
defender a vida na Terra.
e)
Leia a poesia a seguir e depois construa
uma poesia sobre a Morte.
Dona Morte
Emerli Schlög
Dona
morte, também conhecida como Dona dos Ossos, anda por aí
Com
a sabedoria de quem conhece profundamente
Cada
pedacinho de vida e de morte
Ela
acolhe em seus braços e oferece serenidade
Para
todo aquele que sofre de alguma doença fatal
Ela
oferece a possibilidade de uma nova vida totalmente espiritual
Para
todo aquele que acredita em ressurreição
E
que quer rever a todos aqueles que em vida amou
Mas,
Dona Ossos oferece oportunidade de reencarnação
Para
todos aqueles que acreditam que podem melhorar
E
que nova vida aqui na terra trará possibilidades
De
aprendizagem para seu espírito
Dona
Ossos organiza e possibilita
Que
os ancestrais fiquem amorosamente unidos
Cuidando
e protegendo seus descendentes
Sua
comunidade, seus entes queridos
A
Dama dos Ossos, a Igualadora
Ou
a Bem Amada, como alguns poetas a chamam
Também
possibilita aos que creem no nada
Que
a vida, na morte desfaça todos os nós
E
que descanse em paz
No
absoluto.
Muitos de nós analisam a
simbologia da caveira como algo tenebroso, está sempre associada ao período da
morte, é como se ela fosse a fonte de todas as assombrações e medos, dos
vilões, dos piratas, dos venenos e até mesmo da escuridão. Talvez possa ser
porque nos causa uma estranha sensação de pavor, pelo simples fato de que sua
imagem sempre está associada à fragilidade da vida humana. E nós, reles seres
humanos, temos plena consciência de nossa finitude. A caveira também pode ser
vista como um símbolo de fortaleza e vida, pois, afinal, são os ossos que dão
sustento ao nosso corpo, e desfeito o nosso corpo mortal, o que resta por
último são sempre os ossos.
AS DIVERSAS FORMAS DE ENTENDER A VIDA
E MORTE
Atividade 1
a)
Escute a música Epitáfio na voz do Titãs,
disponível no site Vagalume (http://www.vagalume.com.br/titas/epitafio.html)
e escreva um texto sobre o que você entendeu da letra da música. Na música, o
autor nos passa a ideia de arrependimento por não expressar seus sentimentos. É
muito importante expressar o que sentimos, pois como dizia a escritora Verônica
Shoffstall em seu poema O Menestrel: “Um dia você aprende que as pessoas com
quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso
sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a
última vez que as vejamos.”
b)
Escreva um poema ou um texto que expresse
o que você está sentindo no momento, seus desejos e sonhos. Depois junto com os
colegas organize um mural na sala para fazer a exposição dos poemas e textos
produzidos.
As questões relacionadas
à vida e à morte fazem parte do nosso cotidiano. Neste sentido, as diferentes
religiões procuram explicar e auxiliar na compreensão da vida e morte. De
pergunta em pergunta, de geração em geração, vamos “desconfiando” de que existe
algo além do que percebemos com os nossos sentidos, por este motivo o ser
humano busca explicações para a própria existência.
Com
certeza você já se fez perguntas como estas:
Existe
algo além deste mundo que vemos?
Para
que vim ao mundo?
A
vida serve para quê?
Qual
o jeito certo de viver?
A busca da sabedoria de
bem viver existe em todos os povos, ela faz parte também das tradições religiosas.
Algumas pessoas costumam dizer: “Para tudo se dá jeito, menos para a morte!”,
mas se analisarmos o que as religiões ensinam, a afirmação anterior não é assim
tão verdadeira, pois, segundo as religiões, a morte tem solução. Existem os que
acreditam e pregam a reencarnação, a ressurreição, a transmigração de almas e a
ancestralidade. Assim, a morte tem jeito sim, com a existência que continua
numa nova vida material ou apenas espiritual.
Agora
vamos conhecer o que é reencarnação, ressurreição, ancestralidade e niilismo.
Reencarnação,
isto é, ter carne de novo, voltar à carne, voltar a viver. Para o Budismo, o
Espiritismo e algumas outras religiões, a pessoa volta a viver num novo ser,
podem reencarnar várias vezes até atingir a perfeição, quando então está livre
deste ciclo. Os espíritos nascem, morrem, reencarnam tantas vezes quantas forem
necessárias ao seu próprio aprimoramento. Uma variante da reencarnação é a
transmigração de almas, para o Hinduísmo, a alma transmigra, passa de um corpo
ao outro, humano ou não.
Ressurreição
é o entendimento que a alma volta a ter vida, ressuscita para uma vida nova,
não mais humana, mas sim espiritual, num ambiente chamado de céu, ou de
inferno. Os seguidores do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo creem na
ressurreição, porém com concepções e características particulares. No Alcorão
(livro sagrado do Islamismo) está escrito na surata (capítulo) n. 7, no
versículo n.º 29: “Assim como vos criou, retornareis a Ele”. Vive-se uma única
vez e ressuscita para a vida eterna. A Bíblia (livro sagrado dos cristãos),
narra o que aconteceu com Jesus Cristo, que ressuscitou para nunca mais morrer.
Ancestralidade,
para as religiões africanas, o ser volta aos antepassados, aos ancestrais, “...
cada criança que nasce é um ancestral que retorna, não no sentido de uma
reencarnação cíclica, mas como uma continuidade instituída quando Oxalá criou o
primeiro ser do barro e Olodumaré insuflou-lhe vida” (JÚNIOR SOUSA, 2001). Para
a ancestralidade, quando um avozinho morre, seu espírito continua vinculado à
família, ao clã, ajudando mesmo após a sua morte aqueles que ele ama. Você
sabia que algumas pessoas veem a morte como o fim da sua experiência humana
pessoal?
O
Niilismo (Nada) não segue nenhuma doutrina religiosa. A
morte é considerada o fim de tudo. Entendem que ao morrer voltarão para o lugar
de onde vieram antes de nascer, ou seja, ao universo, enquanto átomo integrado
no todo.
Como algumas religiões entendem a
vida e a morte
Em cada tradição
religiosa existem crenças e rituais diferenciados, tanto na compreensão de se viver
quanto na celebração do nascimento e da morte. Estudaremos duas grandes visões
de morte e pósmorte: a ressurreição e a reencarnação.
Judaísmo
Para os seguidores desta
religião a vida é sagrada, a morte não é o final da vida, apenas o fim do corpo
ou da matéria. Creem na ressurreição da carne no final dos tempos, mas também
existe a possibilidade de reencarnação. Os judeus acreditam que existe outro
mundo para onde as almas vão, chamado de Olam Haba (mundo vindouro). No
entanto, a alma pode voltar para a terra em outro corpo, para completar a sua missão.
A vida que a alma terá no mundo do Olan vai depender de como ela viveu no mundo
terreno. Acredita-se que cada alma na terra tem uma missão a cumprir. Quando
nasce um menino judeu ele recebe o nome oito dias depois do nascimento, quando
é circuncidado, ou seja, acontece o Brit Milah (aliança de circuncisão) por um
Rabino na Sinagoga, perante dez homens da comunidade.
Quando
nasce uma menina, a mesma é levada a Sinagoga e nomeada pelo pai diante da
Torá, acontece o Brit Bat Bat (aliança da filha). Quando morre um judeu ele
passa por um ritual chamado Tahará, purificação no qual o corpo é lavado e
envolvido em panos brancos, em seguida colocado em um caixão fechado para que ninguém
mais o toque. O enterro é feito o mais breve possível, não são usadas flores
nem velas. Os parentes mais próximos rasgam um pedaço da roupa para mostrar o
luto. Nas primeiras semanas os parentes mais próximos não saem de casa nem para
trabalhar. A roupa que é usada no enterro e rasgada não é trocada durante uma
semana. Os espelhos que existem em casa são cobertos, não há preocupação e
cuidado com o corpo. A segunda etapa do luto termina trinta dias depois, neste
período os homens não fazem a barba e nem cortam os cabelos. O luto termina no
primeiro aniversário de morte. (ASTOR, 2011).
Cristianismo
Mantém a crença em um só
Deus e acredita que o salvador é Jesus Cristo de Nazaré, que aos 30 anos,
dizendo ser o Messias (termo que em Hebraico significa “o ungido”), começou a
percorrer as aldeias ensinando que o homem deve purificar seu coração e que
todos os seres humanos são irmãos, aos bons está reservada a ressurreição e a
vida eterna, mostrando o amor a Deus e ao próximo. Segundo os cristãos, Jesus
foi perseguido e condenado à morte na cruz, no entanto ressuscitou ao terceiro
dia e subiu ao céu, oferecendo a possibilidade de salvação a todas as pessoas
que creem nele. O nascimento de uma criança para algumas igrejas cristãs é
comemorado por meio do batizado, cerimônia realizada para que a criança seja
recebida no seio da igreja ou receber o “selo” de cristão. O batismo acontece
de formas diferentes de acordo com o ritual de cada igreja cristã.
Os
cristãos acreditam no dia do Juízo Final, que seria um ajuste de contas de toda
a humanidade, quando Jesus vier a este mundo pela segunda vez. A doutrina do
cristianismo baseia-se na crença de que todo ser humano é eterno, a exemplo de
Cristo que ressuscitou após a morte. Cada pessoa é responsável por seus atos e
escolhas. Para o Católico, a morte é uma passagem desta vida para outra e
dependendo de seus atos em vida, alcançará o céu, e se for condenado, vai para
o inferno, ou ainda pode ser purificado no purgatório. A celebração que se faz
antes de enterrar é chamada de “encomendação” (as Exéquias), para encomendar a
vida da pessoa às mãos de Deus. O sacerdote usa a cor roxa para simbolizar a
penitência, dor e luto. O corpo do cristão é velado no cemitério, ou em casa ou
na igreja. Normalmente se faz com caixão aberto, encimado por um crucifixo e
ladeado por quatro velas acesas, que simbolizam a luz de Cristo ressuscitado e
a vida que vai se consumindo, mas que sempre brilha. Envia-se coroas de flores com
mensagem. Durante o velório, rezam com cantos religiosos, orações, terço e
celebração de missa. No Brasil, dia 2 de novembro é o dia de finados, em que
são homenageados os mortos, com visitas aos túmulos, os familiares acendem
velas, levam flores e rezam pelo descanso da alma do falecido.
SAIBA MAIS...
Ramificações
do cristianismo: Igreja Católica Romana, Igreja Ortodoxa, Anglicana,
Luterana, Presbiteriana, Metodista, Batista e Espiritismo. Igrejas
Pentecostais: Congregação Cristã no Brasil, Assembleia de Deus, Evangelho
Quadrangular, Deus é Amor. Igrejas Neopentecostais: Igreja Universal do Reino
de Deus e outras. Cristianismo de Fronteira: Mórmons, Adventista, Testemunhas
de Jeová, entre outras.
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A Igreja Evangélica
Luterana do Brasil (IELB) acredita que a morte para o filho de Deus é passagem,
ressurreição para a vida eterna (Céu) e para quem não crê, é passagem e
ressurreição para o sofrimento eterno (Inferno). Quando morre o fiel, o velório
é realizado na casa ou na igreja, têm cantos e mensagens, é realizado um culto
de Ação de Graças pela família e gratidão por ter levado o falecido a fé pelo
Batismo. Este momento é chamado de “Culto Fúnebre”, e o pastor que preside usa
vestes litúrgicas, geralmente pretas, em sentido de luto.
A Igreja Evangélica
Congregacional diz que a morte é o desfecho da vida. Quando um cristão morre,
embora o seu corpo permaneça na terra e seja sepultado, no momento da morte,
alma-espírito vai imediatamente para a presença de Deus com alegria. Fazem o
culto de despedida simbólica, em vista de consolar os familiares e amigos, pois
a morte convida a uma reflexão sobre a vida de cada um e a esperança em Cristo.
Para os Testemunhas de Jeová, a morte é o fim da humanidade e é resultado da
desobediência de Adão e Eva, por isso todos retornarão ao pó. Os que morrem
entram num estado de inconsciência total. Morre o homem e a sua alma também, é
o espírito, a força vital, que retorna a Deus. Com a morte a pessoa não existe
mais, até o tempo devido de Deus que virá para resgatar e ressuscitar para a
vida. Será uma primeira ressurreição.
Os que por ela passarem,
tornar-se-ão criaturas espirituais. Mas, após o Armagedom, os que escolherem
servir a Deus nunca mais terão de morrer e os que forem ressuscitados para a
vida na terra receberão um novo corpo físico, semelhante ao que tinham, para
viverem uma vida eterna perfeita. Quanto ao velório, que é chamado de “serviço
fúnebre”, poderá ser realizado no Salão do Reino, se tiver sido membro da
congregação. Quanto ao discurso fúnebre, é decisão da família pedir ou escolher
alguém batizado e de boa reputação, que fará um discurso em vista de consolar
os enlutados. O fiel poderá ser cremado ou não de acordo com a opção pessoal ou
familiar, ou ainda conforme o costume e condição do local.
Islamismo
Religião de fidelidade a
Alá (Deus), acredita que o mesmo criou o mundo e trará de volta à vida todos os
mortos no último dia. Os seguidores do Islamismo acreditam no juízo final e na
vida após a morte no céu ou no fogo do mármore (se apoia nas mesmas bases de
morte e pós-morte do Judaísmo e do Cristianismo). Seguem a orientação
espiritual do Alcorão e dos Hadithis (conjunto de tradições), palavras e atos
de Muhammad (Maomé) e seus companheiros, sendo seus principais ensinamentos a
onipotência a Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça entre as
pessoas. Diz que, a vida humana que na terra dura pouco tempo, é um teste. A
chegada de um bebê para os seguidores do islamismo é celebrada assim que a
criança nasce, com o sussurro da palavra Alá. No ouvido direito do bebê deve-se
fazer o chamamento Adhan, convocação dos islâmicos para a oração em direção a
Meca. Em seguida recita-se no ouvido esquerdo Igama, que quer dizer palavra de
testemunho, unicidade divina. A criança terá um nome dentro de sete dias, o
mesmo será proclamado pelos seus pais diante da família e dos amigos.
Acreditam
que haverá o dia do juízo final, onde as pessoas serão julgadas, o ajuste de
contas que é apenas com Alá (Deus), e diz respeito às escolhas e ações feitas
em uma única vida. Para eles, não existe a reencarnação, e sim uma vida no
paraíso para os fiéis, justos e esforçados. A morte é uma passagem desta vida
para outra. O corpo após a morte não significa mais nada, portanto, a morte
acontece quando a alma se separa do corpo e é levada por anjos da morte que
ajudam a realizar esta tarefa. De acordo com as leis islâmicas, quando um
muçulmano morre, seu corpo é lavado por pessoas do mesmo sexo, depois envolvido
em três panos brancos e colocado em um caixão para a despedida dos parentes, em
seguida o corpo é levado à Mesquita e de lá ao cemitério e, neste momento, só é
permitido que os homens acompanhem a cerimônia. O Sheik é o responsável pelas orações
para a alma do falecido. Geralmente a cerimônia dura em torno de duas horas.
Seguindo o ritual, o
corpo é retirado do caixão e depositado num túmulo feito de quatro paredes de
pedra, o buraco é tampado com pedras e depois coberto com terra. O luto pela
pessoa morta dura três dias, mas se for a mulher que perdeu seu marido o luto é
de quatro meses e dez dias e durante este período a mulher não pode sair de
casa, a não ser em caso de emergência, nem receber proposta de casamento.
(FOLHA ONLINE, 2001).
Atividade 1
Para entendermos melhor o
que já estudamos até aqui, vamos assistir a um trecho do filme: “O Alto da Compadecida”,
onde o personagem João Grilo morre e vai para o céu, em seguida é julgado por
Deus pelas suas atitudes, o mesmo relata a questão da existência do céu e do
inferno. Após assistir ao trecho do filme, entreviste seu colega, perguntando a
ele: Sobre qual religião o filme está falando? Que característica desta
religião o filme apresentou?
Hinduísmo
Os hindus acreditam na
reencarnação, isto é, que a alma não morre com a pessoa, mas volta em outro
corpo para pagar pelos erros acumulados em vidas passadas até purificar-se. A
crença na reencarnação continha a ideia do Karma que determina a sucessão de
nascimentos e mortes pelos quais o ser humano teria que passar, assim o tipo de
vida que cada pessoa tem seria determinado pelas ações que praticou. Se a pessoa
foi boa durante a vida, a alma voltará a viver nova vida em outro corpo humano
ou animal, mais próxima do ser eterno e, se foi má, a alma reviverá em uma vida
infeliz.
A
base do Hinduísmo consiste na crença de um ser eterno e absoluto, o Brahmam, que
significa “força suprema que rege todo o universo”, e na existência de um
estágio final de purificação da alma. Quando nasce um filho de pais hindus, o
bebê é lavado e a palavra OM, que representa o som da criação, é escrita com
mel em sua língua. Quando o bebê completa seis ou oito meses, acontece a
cerimônia de consumo de arroz, que é a primeira alimentação sólida que a
criança recebe. Os hindus preferem morrer em casa cercados pela família,
acreditam que a hora da morte não deve ser temida, mas deve ser entendida como
um novo estágio de crescimento pessoal para que se possa atingir a perfeição.
O filho ou as pessoas da
família, geralmente, realizam os últimos ritos com a ajuda do sacerdote hindu.
O corpo sem vida é vestido com roupas novas, e levado para o local da cremação.
A pira fúnebre é acesa, o corpo é embalsamado com óleos, perfumes e cremado ao
fogo. Para os hindus, cremar o corpo tem caráter purificante, e as chamas são
encarregadas de liberar a alma do mundo terreno e levá-la ao além, para sua
união com a alma universal ou para permanecer no sansara, no ciclo de renascer.
As cinzas do morto são coletadas para que no próximo dia sejam lançadas no Rio
Ganges. Em outras situações, quando as pessoas são vítimas de doenças ou
epidemias, o corpo é geralmente jogado nas águas do Rio Ganges, considerado
sagrado, assim, não ofendem os espíritos maus que atacaram as vítimas causando
doenças.
Atualmente, milhares de
peregrinos vindos de todas as regiões da Índia dirigem-se a Benares, cidade às
margens do Rio Ganges, para purificar-se em suas águas. Muitos levam as cinzas
de parentes, cremados em aldeias distantes, para serem espalhadas em suas
águas.
Espiritismo
O Espiritismo é uma
doutrina cristã baseada na crença da existência de um espírito, que não necessita
de um corpo para existir. Para esta religião, a morte não existe, somente o
corpo morre e o espírito se desliga e fica no mundo espiritual, estudando,
avaliando suas últimas reencarnações e se preparando para uma nova
reencarnação, sempre amparado por um anjo guardião. Existe um mundo espiritual
que é a habitação dos Espíritos desencarnados. Os espíritos reencarnam tantas
vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento, mas nunca
regridem. O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas
consequências de suas ações. Durante o velório, fazem preces e procuram manter
o equilíbrio, porque o espírito do desencarnado pode continuar por perto
durante um período.
O seguidor do espiritismo
acredita que o nascimento é o regresso da alma à vida corporal, regresso este
que não é único, mas apenas um entre muitos outros já ocorridos. Não há um
batismo formal quando nascem os bebês, alguns Centros realizam cerimônias com a
aspersão de água, invocando a proteção dos espíritos de luz sobre o bebê, mas
essa prática não é oficialmente reconhecida pela Federação Espírita. Os
espíritas acreditam que os espíritos interferem na vida das pessoas e se
comunicam com elas através de Médius (pessoas que falam ou escrevem as
mensagens que os espíritos enviam), a quem recorrem para contar aos vivos como
estão, fazer revelações e dar conselhos. Segundo esta religião, o homem é
responsável por sua felicidade, seu destino depende de seus atos,
principalmente a caridade, os que praticam o bem tem a elevação do espírito. Quando
acontece a morte, faz-se uma cerimônia, onde fazem preces, mas não se tem o
costume de se usar velas e flores. O corpo pode ser enterrado ou cremado. Não
existe luto, a vida dos familiares segue normalmente. Procuram manter o
equilíbrio para que o espírito da pessoa que morreu possa se encaminhar com
tranquilidade. Os espíritas defendem a continuação da vida em outro plano
espiritual e na reencarnação em outro corpo.
Budismo
Os
budistas acreditam em um ciclo de reencarnação onde a pessoa morre e renasce
até atingir a iluminação. Segundo essa crença, são os atos praticados por cada
pessoa que vão determinar a vida que ela terá ou será quando reencarnar. Sendo
assim, em todos os momentos da vida a pessoa deve seguir as oito regras que
Buda aconselha: ter boas intenções, ser honesto, esforçar-se o suficiente,
evitar maus pensamentos, concentrar-se ao fazer as coisas, ser justo nas
decisões, falar somente o necessário e, no momento oportuno, fazer o que é
conveniente. Se conseguir praticar esses ensinamentos estará no caminho para a
iluminação.
Para os budistas não
existe um ritual de batismo para o nascimento dos bebês, seus adeptos acreditam
que a capacidade de atingir a iluminação ou chegar à natureza de Buda existe
dentro de todos desde o nascimento. Depois de muito meditar Sindarta Gautama
(“Buda – O iluminado”) atingiu um estado de sabedoria que permitiu compreender
a vida e a morte. Percebeu que as ilusões e os apegos fazem com que as pessoas
permaneçam aprisionadas ao ciclo de nascimentos e mortes.
Umbanda
Os
umbandistas acreditam que o universo está povoado por entidades espirituais,
guias, que entram em contato com os homens por intermédio de um iniciado,
médium que os incorpora. Esses guias se apresentam por meio de figuras, como
caboclo, preto-velho, pomba-gira. A umbanda também é conhecida como magia
branca, o que significa fazer o bem e combater a magia negra. É uma soma de
rituais africanos, cristão, indígenas, entre outros. Acreditam na possibilidade
de contato entre vivos e mortos e na evolução espiritual após sucessivas vidas
na terra. Para esta religião a morte e o nascimento são sagrados, pois marcam a
passagem de um estado para outro. Creem que após a morte a pessoa leva consigo
tudo o que fez de bom ou de ruim. Para lidar com isso contarão com o auxílio de
espíritos evoluídos. Para eles, o objetivo maior do nascimento e da morte é a harmonização
e a evolução do espírito.
Candomblé
Morrer é passar para
outra dimensão e permanecer junto com os outros espíritos, orixás e guias. É um
processo que faz parte do percurso da natureza, pois o ser humano é um retrato
vivo do Sagrado, é um deslocamento de matérias ancestrais. Acredita-se na
ancestralidade. O corpo do iniciado no Candomblé geralmente é velado no
terreiro. O rito funerário é chamado de “axexe”, começa depois do enterro e costuma
ser longo, podendo durar vários dias. A sociedade é chamada para participar
deste ritual, pelo qual o espírito do morto é encaminhado para outra terra.
Vamos
conhecer como os mitos afro-brasileiros e indígenas narram a morte?
A tradição
afro-brasileira é repleta de mitos e de personagens que enganaram a morte. Um
deles conta que no começo da vida na terra, quando ainda não estava tudo
povoado, a morte (Iku) chegou espalhando por toda a terra peste, doenças, fome,
guerra. Então o que fez Oxalá? Para enganar e espantar a morte ele pegou a
galinha-d’angola, que era toda preta, e pintou com algumas bolinhas brancas.
Quando Iku chegou na terra, se espantou ao se deparar com a galinha-d’angola toda
pintada e se afastou da terra por um bom tempo, podendo, assim, a humanidade se
estabelecer. Já na tradição indígena, uma das grandes lendas está relacionada
justamente com a morte, transformada em vida, como veremos no texto a seguir.
A Lenda da Mandioca
Conta a lenda, que uma
índia tupi deu a luz a uma menina que chamava de Mani. Ela era linda e tinha a
pele muito branca. Vivia feliz brincando pela aldeia. Todos amavam muito Mani,
pois ela transmitia felicidade por onde passava. Porém, um dia Mani adoeceu e
toda aldeia ficou preocupada e triste. O pajé foi chamado e realizou diversos
rituais de cura e rezas para salvar a querida indiazinha. Mas, nada adiantou e
a menina morreu.
Os pais de Mani decidiram
enterrar o corpo da menina dentro da própria oca, pois esta era a tradição e o
costume cultural do povo indígena tupi. Os pais regaram o local, onde a menina
tinha sido enterrada, com muitas lágrimas e água. Após alguns dias da morte de
Mani, nasceu dentro da oca uma planta cuja raiz era marrom por fora e bem
branquinha por dentro (da cor de Mani). Em homenagem a filha, a mãe deu o nome
de Maniva à planta. Os indígenas passaram a usar a raiz da nova planta para
fazer farinha e uma bebida (cauim). Ela ganhou o nome de mandioca, ou seja, uma
junção de Mani (nome da indiazinha morta) e oca (habitação indígena).
(SUAPESQUISA. COM - Adaptado).
As diferentes religiões,
por meio de seus rituais, tentam explicar a passagem da vida para a morte e
novamente para a vida, conforme suas doutrinas, pois parece haver em todas as
culturas a crença da sobrevivência espiritual do homem. Após estudarmos sobre o
significado da vida e da morte para algumas religiões, é possível perceber diferenças
e semelhanças nas verdades e nos seus fundamentos, o que ajuda a compreender
que cada religião, de sua maneira, busca o sentido da vida e da vivência de
valores e crenças que contribuem para a felicidade do ser humano. Cabe a nós
conhecer, respeitar e valorizar as diferentes culturas religiosas, para que
também nós possamos ser valorizados e respeitados pela religião e cultura que
temos.
Os rituais de enterro
A compreensão da morte,
acompanhada pelos ritos funerários, é a organizadora da sociedade, sendo ela um
grande marco da cultura. Para Eliade (1992) somente pela realização do enterro
e da cerimônia funerária a morte é confirmada e conduzida a pessoa à sua nova
morada. Isto se confirma quando se ouve os parentes das vítimas dos grandes
acidentes dizerem: “queremos dar um enterro digno a ele...” É comum assistir
pessoas colocando flores, cruzes ou outros símbolos em locais de acidentes;
fazer um minuto de silêncio antes de algum evento; participar de um velório e
prestar o conforto aos enlutados.
Entre os índios Kaingang,
quando morre alguém, o chefe recita um texto ininteligível, em seguida, três
homens levam o corpo ao cemitério e, em algumas paradas, talham nas árvores um
sinal, isto para que a alma dele não volte à aldeia. Nos meses de abril e
junho, eles fazem a festa para que “o morto se vá embora”. Na festa, com
fogueiras e danças, é servido a bebida “Kiki”, um tipo de cachaça, que resulta
da fermentação do açúcar, milho verde mascado e água, preparada num cocho de
araucária.
Em Madagascar, na África,
o costume é enterrar os mortos envoltos em tecidos sagrados, que chamam de
“lambahoana”. Cada parente traz um tecido, quanto mais tecidos, mais rica a
família. O caixão é apenas usado para transportar o morto da casa até à igreja
e desta até o túmulo, e é um único para todos os fiéis. Depois do enterro o
caixão fica guardado em um local reservado na igreja. O velório dura vários dias,
se a pessoa falecida é nova, a carne servida para a alimentação é sem sal, mas
se a pessoa já é de idade, bem vivida, a carne servida é bem temperada.
Em Madagascar a festa de
dias dos mortos é chamada de “famadihana”, quando, a cada sete anos, eles abrem
os túmulos e as famílias retiram seus mortos e colocam novos tecidos,
recolocando os mortos em outras posições, pois acreditam que os mortos se cansam
de repousar no mesmo lado. A cerimônia acontece com dança, cantos, músicas e
comidas para todos os participantes. METAMORFOSE DIGITAL (Adaptado).
Atividade 2
a)
Faça uma pesquisa sobre rituais fúnebres e
elabore cartaz com a visão de cada tradição religiosa.
b)
Relacione as colunas:
(1) Reencarnação
(2) Ressurreição
(3) Niilismo (ou Nada)
(4) Ancestralidade
( )
Hinduísmo
( ) Candomblé
( )
Judaísmo
( ) Budismo
( ) Islamismo
( )
Cristianismo
( ) Umbanda
( )
Espiritismo
c)
Com base na leitura do texto, complete o
que se pede:
1. Os índios Kaingang ao
levar o corpo de um morto ao cemitério, em algumas paradas, talham nas árvores
algum sinal, isto para
que ________________________________________________________
2. Em _________________
na _______________ tem-se o costume de enterrar os mortos envoltos em tecidos
sagrados.
3. Os budistas e
espíritas acreditam na ___________________ após a morte da pessoa.
d)
Ligue a coluna da esquerda com a resposta
certa da direita:
Niilismo Ancestral
que se faz presente
Ressurreição Tudo
termina com a morte
Ancestralidade Vida nova após
a morte
Reencarnação Voltar à
carne
e)
Pesquise a visão religiosa sobre a morte
na tradição religiosa indígena e depois escreva um texto informativo.
Vocabulário
Aspersão - ato ou efeito
de jogar água.
Crença - fé religiosa, religião,
opinião formada, convicção.
Encimado - posto em cima.
Evoltório - que serve
para envolver, revestir.
Karma - uma espécie de
lei de ação e reação.
Ladeado - estar ao lado.
Oxalá - é o Orixá
associado à criação do mundo.
Sansara - Representa o
ciclo de mortes e renascimentos, na existência de um novo ser.
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