9° Ano: O QUE É A CAMPANHA DA FRATERNIDADE?


O QUE É A CAMPANHA DA FRATERNIDADE?
A Campanha da Fraternidade surgiu durante o desenvolvimento do Concílio Vaticano II (1962-1965). A cada ano, desde 1964, a Igreja no Brasil propõe a todos os cristãos, a Campanha da Fraternidade (CF).  Essa campanha desenvolveu-se mais intensamente durante a Quaresma, mas aos poucos, seu tema foi sendo refletido e engajado dentro da vida da Igreja durante todo o ano. É sempre um tema bem concreto através do qual, somos convidados a reconsiderar e, sobretudo, nossas atitudes para com o próximo, dando dimensão concreta à nossa conversão pessoal e à de nossas comunidades de Igreja.
A Quaresma é o período de 40 dias entre a Quarta-feira de cinzas – logo após o Carnaval - e a Semana Santa (que se inicia com o Domingo de Ramos). Durante a Quaresma, a Igreja e todos os cristãos preparam-se para a Páscoa. A Páscoa possui três interpretações: é a antiga festa de pastores para comemorar a primavera; é a festa dos Hebreus, para relembrar sua saída do Egito, no tempo de Moisés; é a festa anual dos Cristãos para celebrar a Ressurreição de Cristo.
É nesse contexto que inicia a CF, a qual é um projeto que procura animar todas as comunidades num compromisso pastoral concreto que marque a unidade da Evangelização pelo empenho comum em prol da solidariedade e fraternidade que nascem do amor de Cristo. Durante esse período, a liturgia trabalha paralelamente com a Campanha. Os cantos litúrgicos da missa, as preces e outras orações são voltados também para o tema que está sendo trabalhado. A CF atinge cada ano, um problema determinado e urgente que precisa do esforço de ação pastoral conjunta no país, desafios sociais, econômicos, políticos, culturais e religiosos da realidade brasileira.
Inicialmente, a igreja buscou rever sua parte interna, tanto que as primeiras campanhas tinham por objetivo principal reaproximar os leigos das atividades comunitárias e pastorais, além de reforçar a vivência na paróquia e na comunidade. Dessa forma, os primeiros temas da Campanha da Fraternidade contemplaram mais a vida interna da Igreja. A partir dos anos de 1970 essa postura muda e a Igreja passa a Igreja preocupa-se com a realidade social da população, denunciando o pecado social e promovendo a justiça.

ALGUMAS FUNÇÕES DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE (CF):
É uma campanha quaresmal, que une em si as exigências da conversão, da oração, do jejum e da doação. Convoca os cristãos a uma maior participação nos sofrimentos de Cristo como possibilidade de auxílio aos pobres
É um grande instrumento para desenvolver o espírito quaresmal: conversão, renovação interior e ação comunitária em preparação da Páscoa.
Meio para viver os três elementos fundamentais da espiritualidade quaresmal: Oração – Jejum – esmola
A CF é especialmente manifestada na evangelização libertadora, clama a renovar a vida da Igreja, a transformar a sociedade e a partir de temas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus.

FRATERNIDADE E A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
O primeiro lugar onde o ser humano aprende a se relacionar é na família. Os comportamentos e estímulos de superação da violência exercitados na família balizam as atitudes a serem desenvolvidas na comunidade e na sociedade. Como bem afirma Humberto Maturana: Não vemos as coisas como são. Vemos as coisas como somos.
Mas antes de qualquer processo precisamos compreender o que é a violência:
A violência direta é que chama mais a atenção. Essa forma de violência acontece quando uma pessoa usa a força contra outra. Mais de um agressor e mais de uma vítima podem tomar parte em tal evento. Porém, vemos crescer sempre mais as formas coletivas e organizadas da prática de violência. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência se caracteriza pelo uso intencional da força contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo de pessoas. Essa violência pode resultar em dano físico, sexual, psicológico ou morte. VIOLÊNCIA – é uma construção social e pessoal e não faz parte da natureza do ser humano.

MOTIVAÇÕES AO TEMA
·                    Os índices da violência no Brasil superam significativamente os números de países que se encontram em guerra ou que são vítimas frequentes de atentados terroristas.
·                    Discípulos missionários, seguidores de Jesus Cristo! Arautos da fraternidade e da paz, pois em Cristo somos todos irmãos e irmãs!
·                    A experiência de estar exposto a situações de violência é relatada por um grande número de brasileiros. Não se trata de uma percepção isolada e meramente subjetiva.
·                    A Quaresma é um tempo forte de penitência e de mudança de vida.
·                    Os quarenta dias desse tempo precioso são de graça e de bênção.

OBJETIVO GERAL: Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Anunciar a Boa-Nova da fraternidade e da paz, estimulando ações concretas que expressem a conversão e a reconciliação no espírito quaresmal;
2) Analisar as múltiplas formas de violência, especialmente as provocadas pelo tráfico de drogas considerando suas causas e consequências na sociedade brasileira;
3) Identificar o alcance da violência, nas realidades urbana e rural de nosso país, propondo caminhos de superação, a partir do diálogo, da misericórdia e da justiça, em sintonia com o Ensino Social da Igreja;
4) Valorizar a família e a escola como espaços de convivência fraterna, de educação para a paz e de testemunho do amor e do perdão;
5) Identificar, acompanhar e reivindicar políticas públicas para superação da desigualdade social e da violência;
6) Estimular as comunidades cristãs, pastorais, associações religiosas e movimentos eclesiais ao compromisso com ações que levem à superação da violência;
7) Apoiar os centros de direitos humanos, comissões de justiça e paz, conselhos paritários de direitos e organizações da sociedade civil que trabalham para a superação da violência.

AGIR

                                   Pessoa                                                           Sociedade
                       Família                                                          Esperança
   Amor                                                         Solidariedade
Politicas Públicas                                                                 Cultura de Paz


“Todos desejamos a paz; muitas pessoas a constroem todos os dias com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a dificuldade de tantas tentativas para a construir” (Papa Francisco).
A superação da violência pede comprometimento e ações que envolvam a sociedade civil, os membros da Igreja e os poderes constituídos, a fim de que não somente os direitos humanos, mas também a promoção da cultura da paz sejam asseguradas pela formulação de políticas públicas emancipatórias.

PESSOAS, FAMILIA E A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
A superação da violência nasce da relação com o outro. A cultura da paz acontece em todas as realidades da vida e na relação com todos os seres. O primeiro lugar onde o ser humano aprende a se relacionar é na família. Ninguém nasce violento. Contudo, a pessoa pode vir a ser violenta. O comportamento violento emerge como produto final.
Nosso jeito de agir, perdoar, amar, viver e ouvir contribui para a prática a ser desenvolvida pelo outro. A oração e a espiritualidade também são condicionantes para superação da violência. É no processo de conversão social que somos impulsionados a agir em benefício da humanidade. Sem ela, nossas ações se voltam à perspectiva ou garantia do eu, onde ”vale tudo”, inclusive a aniquilação do outro. Somos desafiados a agir nas realidades rurais e urbanas, onde a convivência humana está sendo prejudicada pela violência. A sociedade, com sua inércia diante de uma das maiores movimentações financeiras ocasionada pelo tráfico de drogas, aponta para os sintomas da drogadição, legitimando o usuário como responsável pelos altos índices da criminalidade em nosso país.
A família não mais consegue cumprir sozinha seu papel, pois os valores humanos como: amor, ética, integridade, honestidade, generosidade, respeito, entre outros, estão se desintegrando da sociedade. O poder midiático influencia na formação de opinião e no comportamento das pessoas, precisamos estimular a cultura da tolerância, do respeito e da paz em nossa prática cotidiana e nas redes sociais.

CULTURA DA FRATERNIDADE: NÃO SOMOS ADVERSÁRIOS MAIS IRMÃOS!
Jesus de Nazaré, com ternura e compaixão, anunciava, principalmente aos mais empobrecidos, o Reino de Deus.
Jesus propõe mudanças estruturais ao sistema de morte em que os mais pobres estavam submetidos.
É possível que muitas pessoas, inclusive as que estão sofrendo violência psicológica com este modelo de gestão, não compreendam o anúncio da Campanha da Fraternidade de 2018, três preocupações inerentes ao anúncio por uma cultura de paz devem ser observadas: a fraternidade, a ternura e a compaixão.

PISTAS DE AÇÕES CONCRETAS:
1. Ter como critério o Evangelho, que revela as palavras, as motivações e o agir de Jesus;
2. É necessária a superação do conceito de justiça que diz que todo mundo deve pagar pelo que faz;
3. A misericórdia, a solidariedade e o desejo de superação devem ser os elementos que fundamentam a ação de todos diante da injustiça, da violência, do sofrimento, do conflito e da insegurança;
4. Ninguém deve pagar o mal com o mal, mas com o bem;
5. Renunciar a qualquer forma de violência;
6. Não se justifica colocar nas armas a solução para os conflitos humanos;
7. Criar novos relacionamentos, tendo como princípio a fraternidade e a necessidade de um projeto social comum, que seja causa de bens para todas as pessoas;
8. A solidariedade para com as vítimas da violência;
9. O respeito pela dignidade das pessoas e o engajamento na luta para que esta dignidade seja respeitada em todas as condições da vida humana;
10. A luta pela conversão pessoal e pela conversão de todos;
11. Promover uma cultura que respeite as diferenças, combatendo o preconceito e a discriminação; 12. Refletir nas famílias sobre o que o contribui com a cultura da reconciliação e da paz, e sobre estratégias de solução;
13. Repensar a própria responsabilidade em relação à sociedade em temas como: sustentabilidade, respeito aos direitos dos outros, liberdade religiosa, educação para a solidariedade, cuidado com os bens públicos;
14. Promover momentos para exercer o discernimento evangélico acerca do que ocorre na comunidade, bairro, cidade, e identificar situações de violência (pontos de vendas de entorpecentes, prostituição, tráfico de pessoas, pessoas em situação de miséria, fatos ocorridos com pessoas, famílias e outros);
15. Desenvolver a capacidade de diálogo com pessoas de outras denominações religiosas e de posições diferentes da sua.

COMUNIDADE E A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Muitas pessoas não sabem que sofrem violência, principalmente nos casos de violência psicológica contra mulheres e violência sexual contra crianças.
Pastoral da Mulher Marginalizada.
O cuidado e a justiça iluminam os trabalhos da Pastoral Carcerária, do Menor, da Terra, Indigenista e o Grito dos Excluídos, onde os embates por políticas públicas de prevenção e superação da violência são por elas assumidos.
Justiça restaurativa.

OBRAS SOCIAIS DA COMUNIDADE ECLESIAL E ESCOLAR COMO CAMINHO PARA A SUPOERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Muitas iniciativas sociais e caritativas vinculadas à espiritualidade alimentaram a esperança de homens e mulheres oprimidos e marginalizados que, assim como Lázaro (Lc 16,21), “desejavam saciar-se do que caía da mesa do rico”.
O olhar social da Igreja exigiu posicionamento do Estado em relação ao sofrimento humano por ele negligenciado.
A esperança é a principal característica dos trabalhos pastorais da Igreja.

PROMOÇÃO ECLESIAL DE UMA ESPIRITUALIDADE QUE DESPERTE PARA A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
O surgimento de uma grave crise na sociedade, como a violência, atinge a espiritualidade e a ética.
Diante de complexas realidades como a violência urbana e rural, o homem e a mulher devem aprender a escolher.
Escolher e posicionar-se é a primeira necessidade para a compreensão do sentido da vida, v Considerando que podemos distinguir a religião como “atividade” pessoal e social e, por não estar presente nos outros seres vivos, torna-se uma manifestação tipicamente humana, sendo parte, em todo os tempos, da história da humanidade.
A religião com a espiritualidade leva à paz, já a religião sem a espiritualidade, leva ao fundamentalismo, ou seja, à guerra.

EXPERIENCIA DE SUPERÇÃO
A terra para os povos indígenas, o tekohá (“lugar onde se pode ser”) é condição para existir: vida, cultura, alimentação, saúde, educação, estão entrelaçados com a mãe terra, com a mãe natureza, negar este direito é continuar assinando os decretos de morte para as populações tradicionais.
(Missionária Lídia Farias de Oliveira CIMI – Mato Grosso do Sul)

PISTAS DE AÇÃO CONCRETA
A comunidade insira o tema da paz em sua liturgia e oração;
Articular por meio do Ecumenismo e do Diálogo inter-religioso, momentos de oração pela paz em lugares simbólicos;
Conhecer as realidades próximas da comunidade que apresentem conflitos, para um discernimento sobre as melhores soluções e contribuições possíveis;
Acompanhar famílias, jovens, gangues, escolas com incidência de conflitos em vista de superá-los;
Apoiar as iniciativas da sociedade organizada e de organizações não governamentais, que visem à cultura da paz;
As comunidades precisam conhecer serviços mediante os quais a Igreja se faz solidária às vítimas violência de nossa sociedade e empenha-se pela superação das injustiças e pela construção de relações segundo o Evangelho;
Inscrever a participação nos Conselhos Paritários no plano pastoral da diocese ou paróquia, como uma das formas de participação da Igreja na edificação do bem comum da sociedade;
Promover a formação de leigos e leigas animando-os a organizarem-se para a construção de uma sociedade que supere a violência;
Incluir o tema da superação da violência nos programas de formação para a Iniciação Cristã, Catequese e Pastoral da Juvenil;
Promover uma Pastoral familiar capaz de ajudar cada família a superar os problemas de violência doméstica;
Sugerir pautas aos jornais, através do relacionamento com assessores de imprensa e agentes da Pastoral da Comunicação, buscando seu envolvimento na causa da superação da violência;
Resgatar documentos do magistério da Igreja referentes ao valor e à dignidade da pessoa humana através da formação de grupos de estudo nas paróquias, escolas, comunidades e movimentos;
Utilizar os meios de formação como homilia, catequese, encontros, cursos, escolas da fé, para aprofundar temas relativos à superação da violência, a fim de atingir as pessoas que participam da vida eclesial;
Aprofundar o conhecimento sobre as questões da superação da violência através da promoção de palestras e cursos destinados a bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, com especial atenção às pastorais da criança, do menor, da juventude, da família, da saúde, da educação, carcerária e da sobriedade.

A SOCIEDADE E A SUPERAÇÃO DA VIOLENCIA
Pensar a superação da violência dentro do sistema capitalista, que mantém sua centralidade no lucro econômico, e não no ser humano, exige um grande esforço na identificação e compreensão das iniciativas que sinalizam possibilidades de enfrentamento e superação da violência. A existência de situações e práticas violentas é intrínseca às sociedades fragmentadas em classes sociais, nas quais as desigualdades sociais criam subcategorias de seres humanos. da espiritualidade humana, que impulsiona os empobrecidos e marginalizados a gritar por justiça. A consolidação de políticas públicas em andamento, como a do Sistema Único de Saúde (SUS), a do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e o Controle Social exercitado pelos Conselhos Paritários de Direitos, entre outras, são possibilidades para o enfrentamento da violência
O tratamento e a prevenção da violência como política de saúde pública são regulados pelo SUS. Portanto, devemos atuar sistematicamente em defesa desta política junto aos conselhos municipais, estaduais e federal de saúde. Estar conselheiro Em qualquer instância de controle social exige comportamento e atitudes éticas, Nossas comunidades, paróquias e dioceses podem contribuir com a sociedade no enfrentamento da violência, estimulado as famílias católicas para o acolhimento temporário de crianças em situação de risco.

EXPERIÊNCIA DE SUPERAÇÃO:  Usando a arte como ferramenta de ressocialização, o sistema prisional feminino do Piauí possibilita que 39 reeducandas, através da cultura, possam interagir com a sociedade. Experiência de superação
PISTAS DE AÇÃO CONCRETA
Denunciar toda e qualquer forma de violência sexual contra crianças e adolescentes, seja ela de exploração sexual, abuso sexual, turismo sexual, tráfico interno e internacional para fins de exploração sexual, pornografia na internet, pedofilia e assédio sexual;
Promover ações em parcerias com os Conselhos Tutelares (CT), Conselho Municipal da Criança e Adolescente (CMDCA), Conselho de Alimentação Escolar (CAE) e Pastoral do Menor;
Defender o ECA como uma política pública que possibilita o enfrentamento e a superação da violência;
A partir da Doutrina Social da Igreja, promover debates, rodas de conversas envolvendo as secretarias de inclusão, cidadania, direitos humanos e conselhos de direitos para, juntos, buscar formas de superação da violência contra crianças e adolescentes.

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A LEI MARIA DA PENHA
Incluir o tema da superação da violência nos programas de formação para a Iniciação Cristã, Catequese e Pastoral da Juvenil; Promover uma Pastoral familiar capaz de ajudar cada família a superar os problemas de violência doméstica; Impulsionar centros paroquiais e diocesanos com uma pastoral de atenção integral à família, especialmente pessoas que sofrem violência doméstica; Promover atos públicos em função de uma sociedade mais segura, chamando a atenção da população sobre a violência doméstica e a Lei Maria da Penha.

O SOFRIMENTO E O AMOR SE TRANSFORMAM EM AÇÃO
O enfrentamento e a superação da violência observada no movimento Mães de Maio demonstra que a dor pode ser superada pelo perdão e, consequentemente, pela construção de um mundo pacífico à imagem do Reino anunciado por Jesus.

SETENTA ANOS DOS DIREITOS HUMANOS
Com o objetivo de evitar guerras, promover a paz mundial e fortalecer os direitos humanitários, em 1948, portanto, há 70 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
1) Lutar contra toda forma de violência e discriminação e apoiar iniciativas adequadas na defesa dos direitos humanos;
2) Apoiar as pessoas de boa vontade que militam nos difíceis campos da política, das comissões de direitos humanos, das relações internacionais;
3) Fortalecer a ação educativa e evangelizadora, objetivando a construção da cultura da paz, a conscientização sobre a negação de direitos como causa da violência e o rompimento com as visões de guerra, as quais erigem a violência como solução para a violência.
SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA GERADA PELA EXPLORAÇÃO SEXUAL E PELO TRÁFICO HUMANO
Enquanto cristãos, somos desafiados ao compromisso com o processo de erradicação do tráfico humano em suas várias expressões. Para tanto, é preciso:
·         Exigir do Estado brasileiro que efetive o que está proposto no III Plano Nacional dos Direitos Humanos: “Estruturar, a partir de serviços existentes, sistema nacional de atendimento às vítimas do tráfico de pessoas, de reintegração e diminuição da vulnerabilidade, especialmente de crianças, adolescentes, mulheres, transexuais e travestis”.
·         Fortalecer e ou contribuir na articulação nacional de uma rede de entidades e organizações da sociedade civil que atuam ou venham a atuar na prevenção ao tráfico humano e na assistência às vítimas, bem como na incidência por políticas públicas, de modo a integrar iniciativas de caráter regional mais eficazes.

VIOLÊNCIA E JUVENTUDE
Cada jovem faz um caminho e nele constrói a sua história. História de sonhos e esperanças, constitutivos deste ciclo do desenvolvimento humano. (Onde não há sonho, a utopia está morta). Para que a juventude brasileira não seja impedida de sonhar, exigimos:
Erradicar definitivamente o analfabetismo;
Esclarecer a comunidade sobre a importância da participação nos Conselhos Municipais e Estaduais da Juventude;
No acompanhamento aos usuários de drogas, estar ao lado do dependente para ajudá-lo a recuperar sua autoestima e vencer esta enfermidade;
Estabelecer políticas públicas de inclusão social de milhares de excluídos principalmente da juventude negra;
Promover dinâmicas que levem ao perdão e à reconciliação, sobretudo nas famílias.

NEGROS E NEGRAS E A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
O trabalho escravo se deu com base em tortura, abusos sexuais, proibição das formas de manifestação cultural e religiosa e violência física.
Valorizar as datas comemorativas dos povos indígenas e quilombolas, participando de suas atividades ou realizando celebrações nas comunidades na perspectiva de uma liturgia encarnada e que retrate esses povos e seus clamores;
Realizar em nossas comunidades a Semana dos Povos Indígenas e a Semana da Consciência Negra, com celebrações, cantos e danças;
Facilitar o desenvolvimento da agricultura familiar, consumindo produtos artesanais das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas.

SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA NO CAMPO
Para compreender as causas e os significados da violência no campo e nas comunidades indígenas, é preciso ter coragem e agir contra o gerenciamento político da violência no campo, O enfrentamento da violência no campo exige de cada pessoa e da sociedade comprometimento com:
A demarcação das terras indígenas;
Estimular a Reforma Agrária e a melhoria das condições do trabalho no campo;
Impedir a depredação dos recursos naturais: floresta e solo, degradação do ambiente urbano, poluição industrial e agrícola revertendo a tendência destrutiva dos agentes causadores das mudanças climáticas, pois estes são uma violência contra o meio ambiente.

A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA FRUTO DO NARCOTRAFICO
Por ser a história humana dinâmica e contraditória, o enfrentamento da violência no contexto da drogadição requer esforço e comprometimento pessoal, social e eclesial, sobretudo, diante da “mudança de época” e das crises existenciais e sociais, provocadas pelo desejo de consumo, que banalizam o ser humano e, consequentemente, o desenvolvimento da vida;

CAMINHOS DE SUPERAÇÃO
No acompanhamento aos usuários de drogas, estar ao lado do dependente para ajudá-lo a recuperar sua autoestima e vencer esta enfermidade;
No apoio à erradicação das drogas, denunciar a criminalidade sem nome dos narcotraficantes que prejudicam tantas vidas humanas, com o objetivo do lucro e a força em suas mais baixas expressões;
Incentivar programas de governos e entidades civis que trabalham neste sentido;
Implementação de políticas públicas desenvolvidas pelo Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) nos municípios;
Atuação efetiva do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS), bem como as práticas de Polícia Comunitária, normalmente desenvolvidas por Guardas Municipais (GM);
Fortalecer a Pastoral da Sobriedade nas Dioceses.

ESTATUTO DO DESARMAMENTO
·         O armamento é um dos instrumentos que contribui para as manifestações de violência.
·         Somos favoráveis ao Estatuto do Desarmamento como uma ferramenta para o enfrentamento da violência e sugerimos:
Realização, pelo Estado e pela sociedade organizada, de campanhas educacionais de conscientização em relação aos principais problemas que geram insegurança e medo às pessoas, sejam locais, regionais ou nacionais.
É também importante a formação e valorização de Comissões Diocesanas de Justiça e Paz e Comissões de Defesa dos Direitos Humanos, que lutem e promovam a cultura da paz sem o uso de armas de fogo.

DEFENSORIA PÚBLICA
Para diminuir a desigualdade e possibilitar que todos tenham acesso a seus direitos, devemos:
Exigir a atuação sistemática das defensorias públicas locais;
Possibilitar encontros com a finalidade de aproximação das pastorais sociais e Defensorias Públicas;
Em parcerias com os defensores públicos, promover uma cultura que respeite as diferenças, combatendo o preconceito e a discriminação.

VIOLÊNCIA POLÍTICA
“A Igreja é chamada para ser servidora de um diálogo difícil”. (Papa Francisco)
Diante da ausência ou precariedade das políticas públicas, precisamos estabelecer uma agenda mínima de diálogo político em nossas comunidades.
As Escolas de Fé e Políticas ou Escolas de Cidadania presentes em nossas Dioceses e Paróquias, Escolas Católicas, são de fundamental importância para o enfrentamento da violência política.

VIOLÊNCIA RELIGIOSA
Em nome da fé ou de um pressuposto absoluto de verdade, a violência manifestada pela intolerância religiosa, além de provocar sofrimento e distanciamento da cultura de paz, impõe sequelas à alma das pessoas empobrecidas e “calejadas” por uma prática religiosa que, ao invés da liberdade, oprime a misericórdia de Deus para com seus filhos e suas filhas.
Articular, por meio do Ecumenismo e do Diálogo inter-religioso, momentos de oração pela paz em lugares simbólicos;
Articular parcerias e projetos comuns entre as igrejas e religiões que visem a superação da violência.


SUPERAR A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO
Fazem-se necessárias medidas de superação da violência no trânsito, seja pela auto avaliação dos próprios motoristas (não dirigindo alcoolizados, não se distraindo no uso aparelhos eletrônicos, respeitando a sinalização, entre outros),
Instalar uma rede permanente pela paz no trânsito com a participação das entidades da sociedade civil e pública com o objetivo de definir ações emergenciais visando reduzir a violência no trânsito.







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