IV BIMESTRE: O CRISTIANISMO: JESUS DE NAZARÉ, HOMEM E DEUS.



O CRISTIANISMO
O Cristianismo é a religião centrada na vida e na pessoa de Jesus Cristo. Os principais ensinamentos do Cristianismo se encontram em seu livro sagrado: a Bíblia. Atualmente, o Cristianismo é a maior religião do mundo.
As pessoas cuja religião é o Cristianismo se chamam de cristãos. Cristão significa “pertencente a Cristo”, porque o objetivo do cristão é se tornar mais como Jesus. O Cristianismo é mais do que uma religião ou uma tradição – é uma forma de viver e um relacionamento com Deus.

Em que os cristãos acreditam?
Dentro do Cristianismo, existem vários grupos separados, com crenças diferentes. No entanto, a maioria dos cristãos acredita em alguns ensinamentos fundamentais:
·         Existe um único Deus, todo-poderoso, perfeito e criador de todas as coisas;
·         A Bíblia é a Palavra de Deus e a base de toda a fé cristã – 2 Timóteo 3,16-17;
·         Deus criou a humanidade à Sua imagem, para dominar sobre a terra – Gênesis 1,27-28;
·         As pessoas pecam (fazem coisas erradas e são imperfeitas);
·         Por causa do pecado, ficamos separados de Deus e debaixo de Sua justa condenação – Romanos 3,23;
·         Apesar de sermos falhos, Deus nos ama e não fica feliz em nos castigar;
·         Para nos salvar do pecado e suas consequências, Deus enviou Jesus a terra para levar o castigo em nosso lugar – João 3,16;
·         Jesus é o Filho de Deus, que nasceu de uma virgem, pregou na terra durante alguns anos, depois morreu em uma cruz, mas ressuscitou três dias depois – 1 Coríntios 15,3-5;
·         Na cruz, Jesus pagou o preço por nossos pecados, nos salvando da condenação;
·         Para ser salvo, você precisa se arrepender de seus pecados e crer em Jesus – Romanos 10,9-10;
·         Todo cristão deve ser batizado – Atos dos Apóstolos 2,38;
·         A Igreja é o conjunto de todos aqueles que realmente creem em Jesus e são salvos;
·         A vida cristã deve ser caracterizada pelo amor ao próximo e as boas obras, que Jesus nos ajuda a fazer;
·         Depois que ressuscitou, Jesus subiu ao Céu, mas prometeu que um dia vai voltar para julgar a todos; nesse dia, os condenados sofrerão castigo eterno, mas os salvos receberão a vida eterna – Apocalipse 22,12.

A origem do Cristianismo
O Cristianismo surgiu com Cristo. Quando Jesus veio, ele cumpriu as profecias do Antigo Testamento sobre a vinda do Cristo, que significa “ungido”, o salvador. Essas profecias tinham sido dadas ao povo judeu e Jesus viveu como judeu. Mas Jesus foi mais que um judeu devoto – ele completou o Judaísmo.
Durante cerca de três anos, Jesus pregou, fez milagres e treinou algumas pessoas para serem os futuros líderes da Igreja – os apóstolos. Depois que ele morreu e ressuscitou, os apóstolos e outros seguidores de Jesus continuaram a se reunir para orar, adorar a Deus e se encorajarem.
Algumas semanas depois da ressurreição, o Espírito Santo desceu sobre os discípulos e eles começaram a pregar corajosamente o evangelho a outras pessoas (Atos dos Apóstolos 2,40-41). Esse dia marca o início oficial da Igreja e, por extensão, do Cristianismo.
Os cristãos cedo se começaram a distinguir dos judeus, mostrando que não era apenas um novo tipo de Judaísmo radical. Seu foco principal era Jesus, que dava uma visão nova sobre Deus e Suas leis. Com o tempo, judeus e cristãos se afastaram cada vez mais e o Cristianismo ficou reconhecido como uma religião diferente.

Símbolos do Cristianismo
O símbolo mais reconhecido da Cristianismo é a cruz. No tempo de Jesus, a cruz era um instrumento de tortura usado para matar criminosos de maneira lenta e dolorosa. Apesar de ser inocente, Jesus morreu em uma cruz para pagar o castigo de nossos pecados (1 Pedro 2,24). Por causa disso, de símbolo de sofrimento e maldição, a cruz transformou-se em símbolo de esperança!
Grupos cristãos diferentes adotam símbolos diferentes: a Bíblia, a pomba, o peixe, o cordeiro, o pastor... Mas nenhum desses símbolos é reconhecido tão universalmente como a cruz.
 
JESUS DE NAZARÉ, HOMEM E DEUS.
Este é um dos fundamentos da fé cristã: Jesus Cristo é Verdadeiro Deus e verdadeiro homem
No Evangelho de São Mateus, 8, 23-27, o sono e o cansaço fazem Jesus dormir a bordo da barca, mostrando, mais uma vez, que Ele compartilha verdadeiramente conosco a natureza humana em tudo, exceto no pecado.

Ao mesmo tempo, no entanto, Ele é capaz de interromper o curso das leis naturais com um simples comando de sua voz. É quando vemos a divindade do Cristo, que comanda a criação por seu próprio poder. A Escritura relata que Ele apenas ordenou por Si próprio, que as águas agitadas se acalmassem – e o único capaz de fazer milagres pelo próprio poder é Deus Onipotente.
Os apóstolos viam, com seus olhos carnais, apenas um homem, e se espantavam de que a esse homem toda a criação obedecesse. Foi testemunhando a vida de Cristo que eles acabaram compreendendo que Jesus era o Verbo Eterno de Deus feito homem.
Este é um dos fundamentos da fé cristã: Jesus Cristo é Verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Declara o Concílio de Calcedônia, do ano de 451:
“Seguindo, então, os Santos Padres, unanimemente ensinamos a confessar um só e mesmo Filho: nosso senhor, Jesus Cristo, perfeito em sua divindade e perfeito em sua humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, (composto) de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai pela divindade e consubstancial a nós pela humanidade, similar em tudo a nós, exceto no pecado, gerado pelo Pai antes dos séculos segundo a divindade, e, nestes últimos tempos, por nós e pela nossa salvação, engendrado em Maria, virgem e mãe de Deus, segundo a humanidade: um e o mesmo Cristo, Senhor unigênito; em quem se têm de reconhecer duas naturezas, sem confusão, imutáveis, indivisas, inseparáveis, não tendo diminuído a diferença das naturezas por causa da união, mas antes, tendo-se assegurada a propriedade de cada uma das naturezas, que concorrem a formar uma só Pessoa. Ele não está dividido ou separado em duas pessoas, mas é um único e mesmo Filho Unigênito, Deus, Verbo e Senhor Jesus Cristo, como primeiro os profetas e mais tarde o próprio Jesus Cristo o ensinou, e como nos transmitiu o símbolo dos padres”.

A SISTEMATIZAÇÃO DA IDEIA DO TRANSCENDENTE PELAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS.
O termo Transcendência pode ter diferentes significados, como a superação de limites, por exemplo: um atleta que bate um recorde olímpico, superando uma marca jamais atingida por outro ser humano. O fato de o atleta bater um recorde olímpico pode ser considerado transcendente, pois exige do atleta, concentração, disciplina, disposição e um sobre-esforço capaz de superar as barreiras do limite humano. Por outro lado, a qualidade de "Ser transcendente" é única e exclusivamente pertencente a Deus, que é o ser por excelência, ou seja, Deus está acima de qualquer outro ser, e não possui limites e nem barreiras algumas. O ser humano, pode até transcender (superar) algumas das suas limitações, porém não é transcendente, apenas Deus o é. Deus é onipotente, onisciente e onipresente.


Alguns atributos divinos:
Deus é Onipotente porque é todo poderoso, é energia criadora, ordenadora e mantenedora das coisas criadas. Deus é ilimitado e sobrenatural, estão além e acima de nós os seres criados por Ele. Deus não precisa de outros seres; Deus não possui necessidades, Deus basta por si mesmo.
Deus é Onisciente porque é a própria consciência cósmica, universal. Deus possui o conhecimento infuso, que não se aprende de nenhum outro ser, é um conhecimento único, próprio e perfeito; Deus sabe de tudo inclusive o que passa na consciência de qualquer ser racional.
Deus é Onipresente, ou seja, está presente em todos os lugares ao mesmo tempo, mas segundo a nossa concepção monoteísta, não pode ser confundido com todas as coisas, já que Deus é um Ser Único e indivisível, ou seja, não pode ser dividido e confundido com as coisas criadas. Em outras palavras, Deus está em tudo, mas nem tudo é Deus.

ATIVIDADE
1. O que significa afirmar que Deus é um Ser ilimitado?
2. É correto afirmar que o ser humano é um ser transcendente por excelência? Justifique a sua resposta.
3. Qual dos atributos divinos confere a Deus a ideia de uma inteligência ordenadora do universo?
4. Explique o que você entendeu por: "Deus está em tudo, mas nem tudo é Deus".
5. Você conhece algum fato concreto em que uma pessoa tenha superado suas próprias limitações? Relate o fato e com quem aconteceu?


A IDEIA DO TRANSCENDENTE NAS TRADIÇÕES ELIGIOSAS
                                                                                                          
As religiões surgem em diferentes regiões geográficas, inspiradas pelas histórias vividas pelos povos, pela arte, pela política, pelo pensamento filosófico de uma determinada época, e por tantas outras influências. Sendo assim, cada uma delas tem expressão própria identidade.
O Transcendente, o Ser Supremo, é também concebido com características peculiares. Muitas vezes ele é concebido como feminino, sendo reconhecido como uma Deusa, como Divina Mãe, como Deusa primordial, etc. Outras vezes sua face é masculina, sendo concebido então como: o Deus dos judeus, dos cristãos, dos muçulmanos, etc.
Mas, mesmo nestas culturas o Transcendente pode ser reconhecido como tendo aspectos do feminino e do masculino. As divindades Hinduístas possuem esposas que lhes complementam, as religiões de afrodescendentes possuem Orixás femininos, como Iemanjá, por exemplo. Mesmo para alguns teólogos cristãos, Deus é Pai e Mãe.
Este Transcendente sempre nos dá a indicação da necessidade principal de seu povo. Para os judeus que viviam como escravos, Deus é o Senhor dos exércitos que elegeu este povo como escolhido, podendo deste modo livrá-lo da escravidão. Para os cristãos Deus se manifesta por meio de Jesus Cristo como Amor Absoluto, ajudando-os a conviver em meio à diferença; para os povos de floresta, o Transcendente aparece como força da natureza.
As religiões se utilizam de símbolos para representar as diferentes ideias de Transcendente. Uma cruz faz com que todo o cristão se lembre de seu Deus e de Jesus, uma estátua de Buda, pode lembrar aos budistas sobre os ensinamentos de seu guia espiritual, uma determinada cor usada na roupa pode lembrar a proteção de determinado Orixá para um candomblecista, e assim por diante.
Não são apenas os idiomas que diferem, ou a cor da pele, é também a forma de cultuar, de nominar, de simbolizar a representação do Transcendente.
As Tradições Religiosas utilizam-se também de festas. Elas têm o objetivo de transmitir os ensinamentos de maneira formal ou até mesmo lúdica, isto é, através de ritos que envolvem brincadeiras, cânticos, danças, comidas, etc., despertando assim, através de experiências inspiradoras, a consciência e a fé dos seguidores.

ATIVIDADE
1.      Pesquise nas tradições já estudadas religiosas qual a compreensão e como eles entendes o pensamento sobre a transcendência.

VIDA E MENSAGEM DE JESUS
“Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era João’ (Jo1, 6). ‘João é cheio do Espírito Santo, ainda no seio de sua mãe” (Lc 1,15.41).
Em João o Precursor, o Espírito Santo concluía a obra de ‘preparar para o Senhor um povo bem disposto (Lc 1,17)’ (CIC 718). João é ‘mais que um profeta (Lc 7,26). Nele o Espírito Santo conclui a tarefa de falar pelos profetas. João encerra o ciclo dos profetas inaugurado por Elias (CIC 719).

A vida pública de Jesus tem início com seu batismo por João no rio Jordão. João Batista proclamava ‘um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados’ (Lc 3,3). Uma multidão de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vem fazer-se batizar por ele.
Jesus aparece, o Batista hesita, mais Jesus insiste. E Ele recebe o batismo. Então o Espírito Santo, sob forma de pomba, vem sobre Jesus, e a voz do céu proclama: ‘Este é o meu Filho bem-amado’ (Mc. 3,13-17). É a manifestação (Epifania) de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus. (CIC 535).
O batismo de Jesus é, de parte dele, a aceitação e a inauguração da sua missão de servo sofredor. Deixa-se contar entre os pecadores; é já, o ‘Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’ (Jo 1,29), antecipa já, o ‘Batismo’ de sua morte sangrenta. Vem, já, ‘cumprir toda a justiça’ (Mt 5,15), ou seja, submete-se por inteiro à vontade de seu Pai: aceita por amor o batismo de morte para a remissão de nossos pecados. A esta aceitação responde a voz do Pai que coloca toda a sua complacência em seu Filho. O Espírito que Jesus possui em plenitude desde a sua concepção vem ‘repousar’ sobre Ele (Jo 1,32-33). Jesus será a fonte do Espírito para toda a humanidade. No batismo de Jesus, ‘abriram-se os Céus’ (Mt 3,16) que o pecado de Adão havia fechado.’ (CIC 536).
Os Evangelhos falam de um tempo de Jesus no deserto, imediatamente depois do seu batismo por João: ‘ levado pelo Espírito’ ao deserto, Jesus ali fica quarenta dias sem comer, vive com os animais selvagens e os anjos o servem. No final desta Permanência, Satanás o tenta por três vezes, procurando questionar sua atitude filial para com Deus. Jesus rechaça esses ataques que recapitulam as tentações de Adão no paraíso e de Israel no deserto, e o diabo afasta-se dele ‘ até o tempo oportuno’ (Lc 4,13). (CIC 538).
Os evangelistas assinalam o sentido salvífico deste acontecimento misterioso. Jesus é o novo Adão, que ficou fiel lá onde o primeiro sucumbiu à tentação. Jesus se revela como o servo sofredor. O castigo que havia de trazer-nos a paz caiu sobre Ele; sim, por suas feridas fomos curados (Is 53,5b). A vitória de Jesus sobre o tentador no deserto antecipa a vitória da Paixão, obediência suprema do seu amor ao Pai (cf. CIC 717-19;735/36;738/39).
Em Nazaré ele cresceu, até o dia em que se manifestou a Israel. (Lc 1,80) Jesus deve ter recebido alguma instrução na Sinagoga de Nazaré, onde tinha o costume de fazer a leitura da Escritura (Lc 4,16). Mas nunca frequentou uma faculdade ou fez estudos superiores. (Jo 7,15).
Jesus foi aprendendo com o povo e fazendo uma profunda experiência de Deus como Pai. ‘Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho’. (Mc 1,14-15). Com essa pregação, Jesus se dirige e acolhe as "ovelhas perdidas da casa de Israel". Demonstrava uma preocupação especial pelos doentes, considerados impuros pela religião oficial. Jesus os acolhia e os curava (Mc 1,32-34).

 O conteúdo principal da pregação de Jesus era o Reino de Deus (Mc 1,15;Mt 6,10. o Reino se manifesta na remissão e no perdão (Mt 6,12). Por isso mesmo Jesus valorizava a prática do perdão mútuo como sinal da misericórdia gratuita de Deus (Mt 18,21-35). (Parábola do servo impiedoso)
Sua pregação era feita segundo um método participativo, chamado “parábolas” (Mc 4,33-34). Esse método mostra que Jesus não trazia uma doutrina pronta e acabada, mas queria que as pessoas descobrissem a presença de Deus a partir das coisas simples do dia-a-dia. Esse ensinamento parecia novo aos olhos do povo que, percebendo a coerência entre o que Jesus dizia e o que ele fazia, viam que Jesus ensinava com autoridade ... (Mc 1,27
Em seus ensinamentos Jesus condenou o abuso do poder (Mc 10,42-45), a ganância (Lc 12,13-21) e a violência (Mt 5,38-40). Sua proposta foi de um caminho de vida marcado por solidariedade (Lc 10,21-22), amor (Lc 6,27).
Jesus não quis trabalhar sozinho. Seu primeiro gesto foi convocar pessoas para a missão (Mc 1,16-20). As discípulas e os discípulos que seguem Jesus são convidados para restaurar as pessoas (Lc 9,1-6).  Jesus quer restaurar as casas, a comunidade familiar como lugar de convivência entre as pessoas e o próprio Deus (Mt 11,28-30). Apontando as casas como lugar privilegiado da manifestação de Deus, Jesus revela, assim, o rosto paternal e maternal de Deus entre as pessoas que se reúnem na solidariedade e na hospitalidade ao redor da mesa, partilhando os bens e a vida na perfeita alegria (Lc 5,28-29).
Durante sua vida pública, andando e pregando, Jesus também soube manter-se unido a Deus numa vida de oração. Seu contato com Deus exigia dele momentos de distanciamento, de solidão e de paz (Mc 1,35). Mas quando transbordava de alegria, Jesus entoava publicamente suas preces e seu louvor (Lc 10,21-24). Suas preces revelam sua intimidade orante com Deus revelado em seu rosto paternal. A oração do Pai-Nosso (Mt 6,9-13) aponta para um relacionamento íntimo com Deus, marcado pela simplicidade e entrega confiante.
Esse caminho, ensinado e adotado por Jesus, levou-o a um conflito com as autoridades políticas e religiosas de sua época. Os escribas, sacerdotes e líderes do povo, começaram a temer a enorme influência que Jesus passou a ter sobre o povo (Mc 3,22; 6,14;11,18; 12,12) Diante dessa crescente repressão, Jesus poderia ter fugido e preservado sua vida (Lc 13,31-33). Mas se fizesse isso, estaria traindo a Deus que lhe confiou a missão, e todas as pessoas que confiaram nele e em sua proposta, todos aqueles e aquelas que o seguiam, certos de que ele era o mensageiro da Boa Nova de Deus (Mc 6,33-34; Lc 8,1-3).
Coerente até o fim e confiante na presença de Deus, Jesus vai para Jerusalém, onde é preso, julgado e condenado. Acusado de subversão política, Jesus morre na cruz (Mc 15-25-26), castigo reservado pelo império romano aos que se levantavam contra a política imperial chamada “Paz Romana”.
Mas um pequeno grupo de mulheres que o seguia desde a Galileia (Mc 15,40-41) passou a afirmar que este Jesus cuja vida tinha sido uma unidade única com Deus tinha ressuscitado (Mc 16,1-18; Mt 28,1; Lc 24,1-10; Jo 20,1-11). Essa experiência da ressurreição significa afirmar que a morte não teve o poder de impedir que Jesus continuasse a viver. Essas mulheres receberam do próprio Jesus a ordenação de testemunhar essa vida nova com Deus, recriando a comunidade dispersa, enfrentando o descrédito e a desconfiança de todos. Inclusive de gente que tinha seguido Jesus (Lc 24,11).
Ressurreição é o grito teimoso dessas e de todas as pessoas que seguem os passos de Jesus e percebem que uma vida assim, tão humana e solidária, é vida vitoriosa! Essas pessoas congregadas em comunidades revelam o rosto de Deus. Até hoje!
Esta foi à missão de Jesus: viver a vida de uma maneira tão humana como só Deus pode ser humano. Por isso, cada uma, cada um é chamado a fazer esta experiência de vida com Deus a partir de Jesus de Nazaré. Somos chamados a testemunhar e a proclamar: Verdadeiramente, Jesus é o Filho de Deus!(Mc 15,39)
Jesus de Nazaré: o Cristo de nossa fé
Finalmente, e assim que os cristãos verdadeiros concebem e anunciam Jesus Cristo: Jesus é a presença e a ação de Deus em nossa história. Apesar de tratar-se de um paradoxo, (opinião contrária à comum) “escândalo para os pagãos e loucura para os judeus”, como bem expressou o apóstolo Paulo (cf. 1Cor 1,20-25), afirmar que Jesus de Nazaré, o crucificado, é o Senhor ressuscitado, o Cristo de nossa fé, significa, para nós cristãos, a sabedoria de Deus.
É exatamente este o núcleo central e específico de nossa fé cristã, que diferencia o cristianismo das demais religiões e que une todos os cristãos: cremos num homem que é Deus num crucificado, que ressuscitou. Se ele é Deus, já era Deus desde sempre. Assim, cremos também num Deus que se fez homem.
Cremos num homem que amou até o fim (cf. Jo 13,1). Nossa fé é confirmada pela ressurreição: aquele que tinha tanto amor para dar (cf. Jo l5,13), como Senhor da Vida (cf. Jo 10,18), veio trazer vida em abundância (cf. Jo 10,10) e por isso não poderia permanecer na morte. Tão humano assim, só sendo Deus!
O ressuscitado não caiu do céu, não é um mito, mas alguém que morreu por uma causa, fiel a um projeto: o Reino que anunciou e iniciou.: o crucificado é o ressuscitado, o ressuscitado é o crucificado, ou seja, este homem é Deus, este Deus fez-se homem.
Crucificado-ressuscitado, homem-Deus: Jesus de Nazaré, em suma, é o Cristo de nossa fé, nosso Salvador, senhor da história. O morto está vivo, este homem é verdadeiramente Deus.

ATIVIDADE
1.      Aprofundando os estudos sobre a vida e mensagem de Jesus, em grupo de 5 pessoas, busque na Bíblia, precisamente nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, passagens que falam da vida de Jesus e sintetize, preparando uma bela apresentação.

PERSONALIDADE DE JESUS
Jesus nasceu numa manjedoura, entre os animais.
Com 2 anos de idade, Ele devia estar brincando, correndo atrás de borboletas, de passarinhos, mas, NÂO. Embora tão novo já perseguido de morte por um rei tão violento, o rei Herodes, teve sempre ousadia de lutar.
Logo teve de fugir com seus pais para o Egito.
Quando adolescente, teve de trabalhar cedo para sobreviver. Carpinteiro de profissão tinha de suportar sobre os seus ombros, pesadas toras e lapidá-las pacientemente juntamente com seu pai José.
O sol escaldante desidratava sua pele, foi um jovem sem privilégios sociais.
Pelas dificuldades de vida e pelos estímulos stressantes que atravessou, era de se esperar que desenvolvesse uma personalidade ansiosa, irritada, intolerante. Se Ele vivesse nos dias atuais, seria um jovem depressivo e quem sabe com forte tendência a ser usuário de substâncias químicas.
Mas NÂO, quando Jesus abria sua boca ao mundo, NUNCA se viu alguém tão dócil e sereno. A paciência e a tolerância teciam a colcha de retalhos da sua inteligência.
Pelo trabalho pesado e pelas perseguições sofridas era de se esperar que sua sensibilidade fosse pobre, mas, a arte de observação lhe saciava a alma. Enquanto lapidava as toras de madeira, analisava a personalidade das pessoas.
Enquanto penetrava no cerne dos troncos, vasculhava os porões das emoções humana, compreendia seus conflitos e contradições.
O carpinteiro de Nazaré se preparou sem que ninguém percebesse para ser escultor da personalidade humana. O artesão da nossa inteligência. O mestre dos mestres Nunca se sentou nos bancos de uma escola, mas, foi um excelente aprendiz na escola da vida.
Quem sabe tão pequeno e frágil, as pessoas olhavam pra ele e não davam valor. Mas, ELE tinha sonhos, sonhos que o mundo todo um dia iria ver e conhecer.
Ele Nunca deu ouvidos ao negativismo, mas resistiu firme a qualquer tentação que pudesse atrapalhar seus projetos e SONHOS.
O que você quer dizer com issO?
Para sonhar basto ser um viajante no mundo das ideias e percorrer as avenidas do seu ser. O mundo dos sonhos sempre pertenceu aos viajantes.
Com toda a tecnologia que temos hoje, as pessoas não gastam mais tempo pensando, criando, é muito mais fácil ir à frente do computador e pedir a Judá ao "tio Google", é muito mais fácil se acomodar a nossa vida monótona, sem grandes voos, do que tentar sonhar e alcançar esses sonhos. Dizemos que amamos a Deus, mas, não seguimos seus passos. Ele o maior sonhador que investiu tudo por um sonho que, foi acreditar no ser humano, o qual o ser humano pode ter todos os problemas possíveis e decepcionar o seu semelhante. Se Ele ficasse fazendo hipóteses, será que você e eu estaríamos aqui? Não foram umas duas vezes, que Ele tentou construir o ser humano, creio que foram várias tentativas, mas, não desistiu.
Nunca desista de você, embora todas as evidências levem a crer que está difícil, que será complicado e pode até ser impossível, mas, pra Deus tudo é possível e com Ele no comando, você pode tudo. Por isso: tente outra vez. O ser humano não deixa de existir quando morre, mas quando deixa de sonhar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

III Bimestre - TEMPORALIDADE SAGRADA

MITOS E NARRATIVAS SAGRADAS: MITOLOGIA GREGA

Ética e tradições religiosas: Fundamentação dos limites éticos nas tradições religiosas.