IV BIMESTRE: O CRISTIANISMO: JESUS DE NAZARÉ, HOMEM E DEUS.
O
CRISTIANISMO
O
Cristianismo é a religião centrada na vida e na pessoa de Jesus Cristo. Os
principais ensinamentos do Cristianismo se encontram em seu livro sagrado: a
Bíblia. Atualmente, o Cristianismo é a maior religião do mundo.
As
pessoas cuja religião é o Cristianismo se chamam de cristãos. Cristão significa
“pertencente a Cristo”, porque o objetivo do cristão é se tornar mais como
Jesus. O Cristianismo é mais do que uma religião ou uma tradição – é uma forma
de viver e um relacionamento com Deus.
Em que os cristãos acreditam?
Dentro
do Cristianismo, existem vários grupos separados, com crenças diferentes. No
entanto, a maioria dos cristãos acredita em alguns ensinamentos fundamentais:
·
Existe um único
Deus, todo-poderoso, perfeito e criador de todas as coisas;
·
A Bíblia é a
Palavra de Deus e a base de toda a fé cristã – 2 Timóteo 3,16-17;
·
Deus criou a
humanidade à Sua imagem, para dominar sobre a terra – Gênesis 1,27-28;
·
As pessoas pecam
(fazem coisas erradas e são imperfeitas);
·
Por causa do
pecado, ficamos separados de Deus e debaixo de Sua justa condenação – Romanos 3,23;
·
Apesar de sermos
falhos, Deus nos ama e não fica feliz em nos castigar;
·
Para nos salvar
do pecado e suas consequências, Deus enviou Jesus a terra para levar o castigo
em nosso lugar – João 3,16;
·
Jesus é o Filho
de Deus, que nasceu de uma virgem, pregou na terra durante alguns anos, depois
morreu em uma cruz, mas ressuscitou três dias depois – 1 Coríntios 15,3-5;
·
Na cruz, Jesus
pagou o preço por nossos pecados, nos salvando da condenação;
·
Para ser salvo,
você precisa se arrepender de seus pecados e crer em Jesus – Romanos 10,9-10;
·
Todo cristão
deve ser batizado – Atos dos Apóstolos 2,38;
·
A Igreja é o
conjunto de todos aqueles que realmente creem em Jesus e são salvos;
·
A vida cristã
deve ser caracterizada pelo amor ao próximo e as boas obras, que Jesus nos
ajuda a fazer;
·
Depois que
ressuscitou, Jesus subiu ao Céu, mas prometeu que um dia vai voltar para julgar
a todos; nesse dia, os condenados sofrerão castigo eterno, mas os salvos
receberão a vida eterna – Apocalipse 22,12.
A origem do Cristianismo
O
Cristianismo surgiu com Cristo. Quando Jesus veio, ele cumpriu as profecias do
Antigo Testamento sobre a vinda do Cristo, que significa “ungido”, o salvador.
Essas profecias tinham sido dadas ao povo judeu e Jesus viveu como judeu. Mas
Jesus foi mais que um judeu devoto – ele completou o Judaísmo.
Durante
cerca de três anos, Jesus pregou, fez milagres e treinou algumas pessoas para
serem os futuros líderes da Igreja – os apóstolos. Depois que ele morreu e
ressuscitou, os apóstolos e outros seguidores de Jesus continuaram a se reunir
para orar, adorar a Deus e se encorajarem.
Algumas
semanas depois da ressurreição, o Espírito Santo desceu sobre os discípulos e
eles começaram a pregar corajosamente o evangelho a outras pessoas (Atos dos
Apóstolos 2,40-41). Esse dia marca o início oficial da Igreja e, por extensão,
do Cristianismo.
Os
cristãos cedo se começaram a distinguir dos judeus, mostrando que não era
apenas um novo tipo de Judaísmo radical. Seu foco principal era Jesus, que dava
uma visão nova sobre Deus e Suas leis. Com o tempo, judeus e cristãos se
afastaram cada vez mais e o Cristianismo ficou reconhecido como uma religião
diferente.
Símbolos do Cristianismo
O
símbolo mais reconhecido da Cristianismo é a cruz. No tempo de Jesus, a cruz
era um instrumento de tortura usado para matar criminosos de maneira lenta e
dolorosa. Apesar de ser inocente, Jesus morreu em uma cruz para pagar o castigo
de nossos pecados (1 Pedro 2,24). Por causa disso, de símbolo de sofrimento e
maldição, a cruz transformou-se em símbolo de esperança!
Grupos
cristãos diferentes adotam símbolos diferentes: a Bíblia, a pomba, o peixe, o
cordeiro, o pastor... Mas nenhum desses símbolos é reconhecido tão
universalmente como a cruz.
JESUS
DE NAZARÉ, HOMEM E DEUS.
Este
é um dos fundamentos da fé cristã: Jesus Cristo é Verdadeiro Deus e verdadeiro
homem
No
Evangelho de São Mateus, 8, 23-27, o sono e o cansaço fazem Jesus dormir a
bordo da barca, mostrando, mais uma vez, que Ele compartilha verdadeiramente
conosco a natureza humana em tudo, exceto no pecado.
Ao
mesmo tempo, no entanto, Ele é capaz de interromper o curso das leis naturais
com um simples comando de sua voz. É quando vemos a divindade do Cristo, que
comanda a criação por seu próprio poder. A Escritura relata que Ele apenas ordenou
por Si próprio, que as águas agitadas se acalmassem – e o único capaz de fazer
milagres pelo próprio poder é Deus Onipotente.
Os
apóstolos viam, com seus olhos carnais, apenas um homem, e se espantavam de que
a esse homem toda a criação obedecesse. Foi testemunhando a vida de Cristo que
eles acabaram compreendendo que Jesus era o Verbo Eterno de Deus feito homem.
Este
é um dos fundamentos da fé cristã: Jesus Cristo é Verdadeiro Deus e verdadeiro
homem.
Declara
o Concílio de Calcedônia, do ano de 451:
“Seguindo,
então, os Santos Padres, unanimemente ensinamos a confessar um só e mesmo
Filho: nosso senhor, Jesus Cristo, perfeito em sua divindade e perfeito em sua
humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, (composto) de alma racional e
de corpo, consubstancial ao Pai pela divindade e consubstancial a nós pela
humanidade, similar em tudo a nós, exceto no pecado, gerado pelo Pai antes dos
séculos segundo a divindade, e, nestes últimos tempos, por nós e pela nossa
salvação, engendrado em Maria, virgem e mãe de Deus, segundo a humanidade: um e
o mesmo Cristo, Senhor unigênito; em quem se têm de reconhecer duas naturezas,
sem confusão, imutáveis, indivisas, inseparáveis, não tendo diminuído a
diferença das naturezas por causa da união, mas antes, tendo-se assegurada a
propriedade de cada uma das naturezas, que concorrem a formar uma só Pessoa.
Ele não está dividido ou separado em duas pessoas, mas é um único e mesmo Filho
Unigênito, Deus, Verbo e Senhor Jesus Cristo, como primeiro os profetas e mais
tarde o próprio Jesus Cristo o ensinou, e como nos transmitiu o símbolo dos
padres”.
A SISTEMATIZAÇÃO DA IDEIA DO
TRANSCENDENTE PELAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS.
O
termo Transcendência pode ter
diferentes significados, como a superação de limites, por exemplo: um atleta
que bate um recorde olímpico, superando uma marca jamais atingida por outro ser
humano. O fato de o atleta bater um recorde olímpico pode ser considerado
transcendente, pois exige do atleta, concentração, disciplina, disposição e um
sobre-esforço capaz de superar as barreiras do limite humano. Por outro lado, a
qualidade de "Ser transcendente" é única e exclusivamente pertencente
a Deus, que é o ser por excelência, ou seja, Deus está acima de qualquer outro
ser, e não possui limites e nem barreiras algumas. O ser humano, pode até
transcender (superar) algumas das suas limitações, porém não é transcendente,
apenas Deus o é. Deus é onipotente, onisciente e onipresente.
Alguns atributos divinos:
Deus é Onipotente porque é todo poderoso, é energia criadora,
ordenadora e mantenedora das coisas criadas. Deus é ilimitado e sobrenatural, estão
além e acima de nós os seres criados por Ele. Deus não precisa de outros seres;
Deus não possui necessidades, Deus basta por si mesmo.
Deus é Onisciente porque é a própria consciência cósmica, universal.
Deus possui o conhecimento infuso, que não se aprende de nenhum outro ser, é um
conhecimento único, próprio e perfeito; Deus sabe de tudo inclusive o que passa
na consciência de qualquer ser racional.
Deus é Onipresente, ou seja, está presente em todos os lugares ao
mesmo tempo, mas segundo a nossa concepção monoteísta, não pode ser confundido
com todas as coisas, já que Deus é um Ser Único e indivisível, ou seja, não
pode ser dividido e confundido com as coisas criadas. Em outras palavras, Deus
está em tudo, mas nem tudo é Deus.
ATIVIDADE
1.
O que significa afirmar que Deus é um Ser ilimitado?
2.
É correto afirmar que o ser humano é um ser transcendente por excelência?
Justifique a sua resposta.
3.
Qual dos atributos divinos confere a Deus a ideia de uma inteligência
ordenadora do universo?
4.
Explique o que você entendeu por: "Deus está em tudo, mas nem tudo é
Deus".
5.
Você conhece algum fato concreto em que uma pessoa tenha superado suas próprias
limitações? Relate o fato e com quem aconteceu?
A IDEIA DO TRANSCENDENTE NAS TRADIÇÕES
ELIGIOSAS
As
religiões surgem em diferentes regiões geográficas, inspiradas pelas histórias
vividas pelos povos, pela arte, pela política, pelo pensamento filosófico de
uma determinada época, e por tantas outras influências. Sendo assim, cada uma
delas tem expressão própria identidade.
O
Transcendente, o Ser Supremo, é também concebido com características
peculiares. Muitas vezes ele é concebido como feminino, sendo reconhecido como
uma Deusa, como Divina Mãe, como Deusa primordial, etc. Outras vezes sua face é
masculina, sendo concebido então como: o Deus dos judeus, dos cristãos, dos
muçulmanos, etc.
Mas,
mesmo nestas culturas o Transcendente pode ser reconhecido como tendo aspectos
do feminino e do masculino. As divindades Hinduístas possuem esposas que lhes
complementam, as religiões de afrodescendentes possuem Orixás femininos, como
Iemanjá, por exemplo. Mesmo para alguns teólogos cristãos, Deus é Pai e Mãe.
Este
Transcendente sempre nos dá a indicação da necessidade principal de seu povo.
Para os judeus que viviam como escravos, Deus é o Senhor dos exércitos que
elegeu este povo como escolhido, podendo deste modo livrá-lo da escravidão.
Para os cristãos Deus se manifesta por meio de Jesus Cristo como Amor Absoluto,
ajudando-os a conviver em meio à diferença; para os povos de floresta, o
Transcendente aparece como força da natureza.
As
religiões se utilizam de símbolos para representar as diferentes ideias de
Transcendente. Uma cruz faz com que todo o cristão se lembre de seu Deus e de
Jesus, uma estátua de Buda, pode lembrar aos budistas sobre os ensinamentos de
seu guia espiritual, uma determinada cor usada na roupa pode lembrar a proteção
de determinado Orixá para um candomblecista, e assim por diante.
Não
são apenas os idiomas que diferem, ou a cor da pele, é também a forma de
cultuar, de nominar, de simbolizar a representação do Transcendente.
As
Tradições Religiosas utilizam-se também de festas. Elas têm o objetivo de
transmitir os ensinamentos de maneira formal ou até mesmo lúdica, isto é,
através de ritos que envolvem brincadeiras, cânticos, danças, comidas, etc.,
despertando assim, através de experiências inspiradoras, a consciência e a fé
dos seguidores.
ATIVIDADE
1. Pesquise nas tradições já estudadas religiosas qual
a compreensão e como eles entendes o pensamento sobre a transcendência.
VIDA E MENSAGEM DE JESUS
“Houve
um homem enviado por Deus. Seu nome era João’ (Jo1, 6). ‘João é cheio do
Espírito Santo, ainda no seio de sua mãe” (Lc 1,15.41).
Em
João o Precursor, o Espírito Santo concluía a obra de ‘preparar para o Senhor
um povo bem disposto (Lc 1,17)’ (CIC 718). João é ‘mais que um profeta (Lc
7,26). Nele o Espírito Santo conclui a tarefa de falar pelos profetas. João
encerra o ciclo dos profetas inaugurado por Elias (CIC 719).
A
vida pública de Jesus tem início com seu batismo por João no rio Jordão. João
Batista proclamava ‘um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados’
(Lc 3,3). Uma multidão de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e
saduceus e prostitutas vem fazer-se batizar por ele.
Jesus
aparece, o Batista hesita, mais Jesus insiste. E Ele recebe o batismo. Então o
Espírito Santo, sob forma de pomba, vem sobre Jesus, e a voz do céu proclama:
‘Este é o meu Filho bem-amado’ (Mc. 3,13-17). É a manifestação (Epifania) de
Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus. (CIC 535).
O
batismo de Jesus é, de parte dele, a aceitação e a inauguração da sua missão de
servo sofredor. Deixa-se contar entre os pecadores; é já, o ‘Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo’ (Jo 1,29), antecipa já, o ‘Batismo’ de sua morte
sangrenta. Vem, já, ‘cumprir toda a justiça’ (Mt 5,15), ou seja, submete-se por
inteiro à vontade de seu Pai: aceita por amor o batismo de morte para a remissão
de nossos pecados. A esta aceitação responde a voz do Pai que coloca toda a sua
complacência em seu Filho. O Espírito que Jesus possui em plenitude desde a sua
concepção vem ‘repousar’ sobre Ele (Jo 1,32-33). Jesus será a fonte do Espírito
para toda a humanidade. No batismo de Jesus, ‘abriram-se os Céus’ (Mt 3,16) que
o pecado de Adão havia fechado.’ (CIC 536).
Os
Evangelhos falam de um tempo de Jesus no deserto, imediatamente depois do seu
batismo por João: ‘ levado pelo Espírito’ ao deserto, Jesus ali fica quarenta
dias sem comer, vive com os animais selvagens e os anjos o servem. No final
desta Permanência, Satanás o tenta por três vezes, procurando questionar sua
atitude filial para com Deus. Jesus rechaça esses ataques que recapitulam as
tentações de Adão no paraíso e de Israel no deserto, e o diabo afasta-se dele ‘
até o tempo oportuno’ (Lc 4,13). (CIC 538).
Os
evangelistas assinalam o sentido salvífico deste acontecimento misterioso.
Jesus é o novo Adão, que ficou fiel lá onde o primeiro sucumbiu à tentação.
Jesus se revela como o servo sofredor. O castigo que havia de trazer-nos a paz
caiu sobre Ele; sim, por suas feridas fomos curados (Is 53,5b). A vitória de
Jesus sobre o tentador no deserto antecipa a vitória da Paixão, obediência
suprema do seu amor ao Pai (cf. CIC 717-19;735/36;738/39).
Em
Nazaré ele cresceu, até o dia em que se manifestou a Israel. (Lc 1,80) Jesus
deve ter recebido alguma instrução na Sinagoga de Nazaré, onde tinha o costume
de fazer a leitura da Escritura (Lc 4,16). Mas nunca frequentou uma faculdade
ou fez estudos superiores. (Jo 7,15).
Jesus
foi aprendendo com o povo e fazendo uma profunda experiência de Deus como Pai.
‘Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o
Evangelho de Deus, e dizia: Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo;
fazei penitência e crede no Evangelho’. (Mc 1,14-15). Com essa pregação, Jesus
se dirige e acolhe as "ovelhas perdidas da casa de Israel".
Demonstrava uma preocupação especial pelos doentes, considerados impuros pela
religião oficial. Jesus os acolhia e os curava (Mc 1,32-34).
O conteúdo principal da pregação de Jesus era
o Reino de Deus (Mc 1,15;Mt 6,10. o Reino se manifesta na remissão e no perdão
(Mt 6,12). Por isso mesmo Jesus valorizava a prática do perdão mútuo como sinal
da misericórdia gratuita de Deus (Mt 18,21-35). (Parábola do servo impiedoso)
Sua
pregação era feita segundo um método participativo, chamado “parábolas” (Mc
4,33-34). Esse método mostra que Jesus não trazia uma doutrina pronta e
acabada, mas queria que as pessoas descobrissem a presença de Deus a partir das
coisas simples do dia-a-dia. Esse ensinamento parecia novo aos olhos do povo
que, percebendo a coerência entre o que Jesus dizia e o que ele fazia, viam que
Jesus ensinava com autoridade ... (Mc 1,27
Em
seus ensinamentos Jesus condenou o abuso do poder (Mc 10,42-45), a ganância (Lc
12,13-21) e a violência (Mt 5,38-40). Sua proposta foi de um caminho de vida
marcado por solidariedade (Lc 10,21-22), amor (Lc 6,27).
Jesus
não quis trabalhar sozinho. Seu primeiro gesto foi convocar pessoas para a
missão (Mc 1,16-20). As discípulas e os discípulos que seguem Jesus são
convidados para restaurar as pessoas (Lc 9,1-6). Jesus quer restaurar as casas, a comunidade
familiar como lugar de convivência entre as pessoas e o próprio Deus (Mt
11,28-30). Apontando as casas como lugar privilegiado da manifestação de Deus,
Jesus revela, assim, o rosto paternal e maternal de Deus entre as pessoas que
se reúnem na solidariedade e na hospitalidade ao redor da mesa, partilhando os
bens e a vida na perfeita alegria (Lc 5,28-29).
Durante
sua vida pública, andando e pregando, Jesus também soube manter-se unido a Deus
numa vida de oração. Seu contato com Deus exigia dele momentos de
distanciamento, de solidão e de paz (Mc 1,35). Mas quando transbordava de
alegria, Jesus entoava publicamente suas preces e seu louvor (Lc 10,21-24).
Suas preces revelam sua intimidade orante com Deus revelado em seu rosto
paternal. A oração do Pai-Nosso (Mt 6,9-13) aponta para um relacionamento íntimo
com Deus, marcado pela simplicidade e entrega confiante.
Esse
caminho, ensinado e adotado por Jesus, levou-o a um conflito com as autoridades
políticas e religiosas de sua época. Os escribas, sacerdotes e líderes do povo,
começaram a temer a enorme influência que Jesus passou a ter sobre o povo (Mc
3,22; 6,14;11,18; 12,12) Diante dessa crescente repressão, Jesus poderia ter
fugido e preservado sua vida (Lc 13,31-33). Mas se fizesse isso, estaria
traindo a Deus que lhe confiou a missão, e todas as pessoas que confiaram nele
e em sua proposta, todos aqueles e aquelas que o seguiam, certos de que ele era
o mensageiro da Boa Nova de Deus (Mc 6,33-34; Lc 8,1-3).
Coerente
até o fim e confiante na presença de Deus, Jesus vai para Jerusalém, onde é
preso, julgado e condenado. Acusado de subversão política, Jesus morre na cruz
(Mc 15-25-26), castigo reservado pelo império romano aos que se levantavam
contra a política imperial chamada “Paz Romana”.
Mas
um pequeno grupo de mulheres que o seguia desde a Galileia (Mc 15,40-41) passou
a afirmar que este Jesus cuja vida tinha sido uma unidade única com Deus tinha
ressuscitado (Mc 16,1-18; Mt 28,1; Lc 24,1-10; Jo 20,1-11). Essa experiência da
ressurreição significa afirmar que a morte não teve o poder de impedir que
Jesus continuasse a viver. Essas mulheres receberam do próprio Jesus a
ordenação de testemunhar essa vida nova com Deus, recriando a comunidade
dispersa, enfrentando o descrédito e a desconfiança de todos. Inclusive de
gente que tinha seguido Jesus (Lc 24,11).
Ressurreição
é o grito teimoso dessas e de todas as pessoas que seguem os passos de Jesus e
percebem que uma vida assim, tão humana e solidária, é vida vitoriosa! Essas
pessoas congregadas em comunidades revelam o rosto de Deus. Até hoje!
Esta
foi à missão de Jesus: viver a vida de uma maneira tão humana como só Deus pode
ser humano. Por isso, cada uma, cada um é chamado a fazer esta experiência de
vida com Deus a partir de Jesus de Nazaré. Somos chamados a testemunhar e a
proclamar: Verdadeiramente, Jesus é o Filho de Deus!(Mc 15,39)
Jesus de Nazaré: o Cristo de nossa
fé
Finalmente,
e assim que os cristãos verdadeiros concebem e anunciam Jesus Cristo: Jesus é a
presença e a ação de Deus em nossa história. Apesar de tratar-se de um
paradoxo, (opinião contrária à comum) “escândalo para os pagãos e loucura para
os judeus”, como bem expressou o apóstolo Paulo (cf. 1Cor 1,20-25), afirmar que
Jesus de Nazaré, o crucificado, é o Senhor ressuscitado, o Cristo de nossa fé,
significa, para nós cristãos, a sabedoria de Deus.
É
exatamente este o núcleo central e específico de nossa fé cristã, que
diferencia o cristianismo das demais religiões e que une todos os cristãos:
cremos num homem que é Deus num crucificado, que ressuscitou. Se ele é Deus, já
era Deus desde sempre. Assim, cremos também num Deus que se fez homem.
Cremos
num homem que amou até o fim (cf. Jo 13,1). Nossa fé é confirmada pela
ressurreição: aquele que tinha tanto amor para dar (cf. Jo l5,13), como Senhor
da Vida (cf. Jo 10,18), veio trazer vida em abundância (cf. Jo 10,10) e por
isso não poderia permanecer na morte. Tão humano assim, só sendo Deus!
O
ressuscitado não caiu do céu, não é um mito, mas alguém que morreu por uma
causa, fiel a um projeto: o Reino que anunciou e iniciou.: o crucificado é o
ressuscitado, o ressuscitado é o crucificado, ou seja, este homem é Deus, este
Deus fez-se homem.
Crucificado-ressuscitado,
homem-Deus: Jesus de Nazaré, em suma, é o Cristo de nossa fé, nosso Salvador,
senhor da história. O morto está vivo, este homem é verdadeiramente Deus.
ATIVIDADE
1. Aprofundando os estudos sobre a vida e mensagem de
Jesus, em grupo de 5 pessoas, busque na Bíblia, precisamente nos evangelhos de
Mateus, Marcos e Lucas, passagens que falam da vida de Jesus e sintetize,
preparando uma bela apresentação.
PERSONALIDADE DE JESUS
Jesus
nasceu numa manjedoura, entre os animais.
Com
2 anos de idade, Ele devia estar brincando, correndo atrás de borboletas, de
passarinhos, mas, NÂO. Embora tão novo já perseguido de morte por um rei tão
violento, o rei Herodes, teve sempre ousadia de lutar.
Quando
adolescente, teve de trabalhar cedo para sobreviver. Carpinteiro de profissão
tinha de suportar sobre os seus ombros, pesadas toras e lapidá-las
pacientemente juntamente com seu pai José.
O
sol escaldante desidratava sua pele, foi um jovem sem privilégios sociais.
Pelas
dificuldades de vida e pelos estímulos stressantes que atravessou, era de se
esperar que desenvolvesse uma personalidade ansiosa, irritada, intolerante. Se
Ele vivesse nos dias atuais, seria um jovem depressivo e quem sabe com forte
tendência a ser usuário de substâncias químicas.
Mas
NÂO, quando Jesus abria sua boca ao mundo, NUNCA se viu alguém tão dócil e
sereno. A paciência e a tolerância teciam a colcha de retalhos da sua
inteligência.
Pelo
trabalho pesado e pelas perseguições sofridas era de se esperar que sua
sensibilidade fosse pobre, mas, a arte de observação lhe saciava a alma.
Enquanto lapidava as toras de madeira, analisava a personalidade das pessoas.
Enquanto
penetrava no cerne dos troncos, vasculhava os porões das emoções humana,
compreendia seus conflitos e contradições.
O
carpinteiro de Nazaré se preparou sem que ninguém percebesse para ser escultor
da personalidade humana. O artesão da nossa inteligência. O mestre dos mestres Nunca
se sentou nos bancos de uma escola, mas, foi um excelente aprendiz na escola da
vida.
Quem
sabe tão pequeno e frágil, as pessoas olhavam pra ele e não davam valor. Mas,
ELE tinha sonhos, sonhos que o mundo todo um dia iria ver e conhecer.
Ele
Nunca deu ouvidos ao negativismo, mas resistiu firme a qualquer tentação que
pudesse atrapalhar seus projetos e SONHOS.
O
que você quer dizer com issO?
Para
sonhar basto ser um viajante no mundo das ideias e percorrer as avenidas do seu
ser. O mundo dos sonhos sempre pertenceu aos viajantes.
Com
toda a tecnologia que temos hoje, as pessoas não gastam mais tempo pensando,
criando, é muito mais fácil ir à frente do computador e pedir a Judá ao
"tio Google", é muito mais fácil se acomodar a nossa vida monótona,
sem grandes voos, do que tentar sonhar e alcançar esses sonhos. Dizemos que
amamos a Deus, mas, não seguimos seus passos. Ele o maior sonhador que investiu
tudo por um sonho que, foi acreditar no ser humano, o qual o ser humano pode
ter todos os problemas possíveis e decepcionar o seu semelhante. Se Ele ficasse
fazendo hipóteses, será que você e eu estaríamos aqui? Não foram umas duas
vezes, que Ele tentou construir o ser humano, creio que foram várias
tentativas, mas, não desistiu.
Nunca
desista de você, embora todas as evidências levem a crer que está difícil, que
será complicado e pode até ser impossível, mas, pra Deus tudo é possível e com
Ele no comando, você pode tudo. Por isso: tente outra vez. O ser humano não
deixa de existir quando morre, mas quando deixa de sonhar.
Comentários
Postar um comentário