IV BIMESTRE: VIDA E MORTE


VIDA E MORTE
As religiões procuram dar explicações aos seus adeptos para a vida além da morte, as respostas elaboradas nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o Sagrado podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas; a reencarnação - além morte, ancestralidade, espíritos dos antepassados que se tornam presentes e outras; ressurreição; apresentação da forma como cada cultura/organização religiosa encara a questão da morte e a maneira como lidam com o culto aos mortos, finados e dias especiais para tal relação. (PARANÁ, 20081).
Assim, para abordar esse tema, o capítulo foi dividido em três unidades sequencias.
1. A Origem da vida segundo algumas tradições religiosas
2. As diversas formas de ver a morte
3. As diversas formas de entender a vida e morte
Os objetivos propostos no desenvolvimento destas unidades são:
·         Perceber como as tradições religiosas explicitam para os seus seguidores as principais questões relacionadas com a vida, a morte e o pós-morte;

·         Compreender os conceitos de ancestralidade, reencarnação, ressurreição e nada, relacionando-os às diferentes tradições religiosas;

·         Identificar as formas como cada cultura/organização religiosa organiza os seus ritos mortuários.


A ORIGEM DA VIDA SEGUNDO ALGUMAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS
Além das várias teorias científicas que procuram explicar a origem da vida, existem também as inúmeras afirmações das diversas tradições religiosas sobre o tema. Contudo, este tema continua sendo um grande mistério que instiga a mente dos cientistas, filósofos, religiosos e espiritualistas. Somos seres viventes, portanto, fazemos parte integrante da totalidade da vida existente na Terra. Algumas tradições religiosas asseguram que somos parte da grande vida que se espraia numa dimensão cósmica da existência, além do nosso planeta. A vida, essa força misteriosa, é que torna nossa casa planetária um lugar muito especial no Universo, ela renova ciclicamente a natureza revelando-nos sua beleza e perfeição. Todos nós seres humanos devemos ter consciência e sermos responsáveis pela preservação e defesa da vida, porque dela fazemos parte.
A vida, sem dúvida, é o que existe de mais sagrado no Universo. Trata-se de uma temática inesgotável, há muito que pensar, refletir e conhecer sobre este assunto: sua origem, defesa, preservação, valorização, sacralidade, continuidade, sentido, finalidade, entre outras questões. Viver na Terra é uma grande aventura, um inestimável aprendizado. A vida é sem dúvida, a melhor escola, a melhor universidade que nos ensina pela experiência.

Religiosidade Indígena
Tratar da religiosidade dos indígenas brasileiros, principalmente no que diz respeito a sua forma de entender a vida e a morte não é fácil, porque desde a chegada dos colonizadores portugueses e padres jesuítas muita coisa aconteceu. A grande maioria dos nativos brasileiros (indígenas) de todos os povos que aqui viviam foi morta ou exterminada.
Do que restou, muitos foram catequizados ou perderam sua cultura ancestral por causa da invasão de suas terras, a proibição de alguns de seus ritos e o contato com a civilização capitalista moderna. Em algumas aldeias, os povos indígenas mantêm parte de sua tradição, de suas crenças e de sua cultura por meio da tradição oral, ou seja, pelas histórias contadas pelos mais velhos, pelos cantos em volta da fogueira, na linguagem que traz a herança dos ancestrais.
Então, uma forma de se entender a religiosidade desse povo é ouvir o que dizem os descendentes dos primeiros habitantes de nossa terra, os indígenas. Sabemos que também não existe apenas um povo indígena, e que cada povo possui suas crenças e elas nem sempre são iguais, mas para estudarmos a ideia que os indígenas têm da morte, vamos apresentar uma história contada por Daniel Munduruku, um nativo da nação Munduruku que reside no Pará.

Todo Igarapé um dia se junta ao grande rio Tapajós
Daniel nasceu em uma aldeia em Belém do Pará, mas desde menino aprendeu a ter raiva de ser “índio”, pois na escola da cidade o chamavam de selvagem, vagabundo. Hoje Daniel tem orgulho de sua origem e escreve histórias de sua gente. Uma delas vamos conhecer agora.
Daniel Munduruku era menino pequeno, ele não falava muito com seu avô porque ele era um velho misterioso que falava pouco, mas dava conselhos sobre as ervas e plantas que curam. Uma vez, percebendo que seu neto Daniel estava triste, o avô o chamou para tomar banho no igarapé.
Chegando lá ele disse: “Está vendo aquela pedra na cachoeira?” Sente-se nela e fique lá e não saia até eu mandar você sair. Enquanto isso seu avô tomou um longo banho para relaxar seu corpo cansado e velho. Ao final da tarde, o avô disse: “Pode vir tomar banho”. Daniel mergulhou com vontade, quando subiu à tona ele olhou para os lados e não viu seu avô, então saiu gritando seu nome: “Vovô Apolinário, vovô Apolinário”. O seu avô apareceu e disse que estava fazendo xixi longe do rio, pois a água do igarapé é pura e o xixi enfraquece seu espírito, porque tudo está vivo. O velho avô indígena disse que esperava que seu neto tivesse aprendido algo com o rio, mas na época ele não havia aprendido ainda. Então o sábio indígena disse:
- Você chegou à aldeia muito triste. Veio da cidade se sentindo inferior, pois lá as pessoas o maltrataram. Está na hora de aprender algumas coisas sobre quem você é, e foi por isso que eu te trouxe aqui.
Você viu o rio, ouviu as águas e o que eles lhe ensinaram? A paciência e a perseverança. Paciência de seguir o próprio caminho de forma constante, sem nunca apressar o seu curso. Perseverança para ultrapassar todos os obstáculos que surgirem no caminho.
O rio sabe aonde quer chegar e sabe que vai chegar não importa o que aconteça. Ele sabe que seu destino é se juntar ao grande rio Tapajós. Temos de ser como o rio, meu neto. Temos que acreditar que somos como um pequeno fio na teia da vida, mas um fio importante sem o qual a teia desmorona. Quando você estiver triste, venha para cá ouvir o rio.
Foi o maior discurso que o pequeno indígena Daniel Munduruku tinha ouvido de seu avô. Ele falava pouco, mas dizia muito. Nessa época Daniel não compreendia muito bem as palavras de seu avô, mas guardava bem guardado em seu coração.
Outro dia, na beira da fogueira, o velho sábio indígena falou assim:
- Têm coisas que nunca vamos saber, pois nossa vida é curta. Mas todas elas podem ser lidas na natureza porque ela sempre esteve aqui. Os homens buscam as respostas e as curas no céu, sendo que elas estão na terra. Quem quiser conhecer as coisas deve perguntar para nosso irmão o fogo, pois ele esteve presente na criação do mundo, ou aos quatro ventos, ou as águas puras dos rios, ou ainda a nossa Mãe Primeira: a terra (Ele falava e se calava contemplando o fogo à sua frente). O nosso mundo está vivo, a terra está viva, os rios, o fogo, o vento, as árvores, os pássaros, os animais e as pedras, estão todos vivos.
São todos nossos irmãos e irmãs. Quem destrói a terra destrói sua própria alma e não merece viver. Depois de assimilar as lições de seu velho avô, passado algum tempo, Daniel volta correndo para a aldeia e chega dizendo orgulhoso: “Vovô, vovô eu sou índio”. Então seu avô abriu um belo sorriso e disse:
- Então já é hora de eu me juntar ao Grande Rio Tapajós porque você aprendeu a lição, meu neto.
Mas Daniel ficou desesperado:
- Vovô, eu tenho tanto para aprender com você, têm tantas lições que você tem que me ensinar.
Serenamente o avô disse: “Lembre-se sempre, meu neto, que só há duas coisas importantes para se saber na vida: a primeira é nunca se preocupar com coisas pequenas e a segunda é que todas as coisas são pequenas”.
E com essas palavras ele se juntou ao Grande Rio.
(MUNDURUKU, 2009. Adaptado)


Atividade 1
a)      Escute a história Todo Igarapé um dia se junta ao grande rio Tapajós, disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=24429 e identifique os elementos naturais que você consegue perceber. Em seguida, escreva um breve texto sobre sua importância.

A ciência e a religião explicam a origem da vida
A ciência apresenta diversas teorias para explicar a origem da vida no planeta Terra. Trata-se de um tema que tem despertado interesse por parte de muitas pessoas desde os tempos mais remotos. Na Antiga Grécia os filósofos se ocupavam em explicar a origem da vida. Entre eles, Aristóteles. Ele afirmava que a origem da vida na Terra era o resultado da ação de um princípio passivo, que é a matéria, e outro ativo, que é a forma. Assim, em certas condições favoráveis, esses dois princípios se combinavam permitindo o surgimento da vida. O princípio ativo agindo sobre a matéria inanimada tornava-a animada. Essa teoria ficou conhecida como teoria da Geração Espontânea.
Tal teoria vigorou por muito tempo, atravessou a Idade Média, quando não faltaram pessoas que suponham ser a origem da vida um fenômeno que ocorria a partir da matéria inanimada. Elas pensavam que os odores dos pântanos podiam gerar rãs, que a carne podre gerava larvas de moscas e que um monte de roupa suja depois de algum tempo podia gerar ratos.
A teoria da geração espontânea começou a ser superada a partir dos experimentos de um médico e naturalista, Florentino Francesco Redi (1626-1698). Redi demonstrou que só é possível surgirem larvas de moscas em um pedaço de carne quando se deixa que estas pousem sobre ela. No século XIX, Pasteur refutou definitivamente, por meio dos seus experimentos, a teoria da Geração Espontânea, demonstrando que existem na natureza seres microscópicos, as bactérias, entre outros, que não podem ser vistos a olho nu. Esses minúsculos seres são responsáveis pela fermentação e putrefação da matéria orgânica.
Sendo reconhecido o princípio de que a vida provém sempre de outras formas de vida, um importante cientista do final do século XIX, chamado Lord Kelvin, passou a defender a teoria da Panspermia, à qual sustenta que a vida poderia ter sido “semeada” no planeta Terra vinda do espaço com os meteoros que aqui caíram. Essa teoria explica que a vida está espalhada em todo o universo. Os esporos de vida são elementos das nuvens interestelares e chegam aos planetas por meio de cometas e asteroides.
Existe ainda a teoria de que a vida pode ter surgido de forma natural sobre o planeta Terra, por meio de uma evolução química das substâncias não vivas. Há bilhões de anos ocorreram grandes transformações na Terra que era bastante diferente do que é hoje. Essas transformações químicas permitiram o surgimento de moléculas que se autoduplicavam. Com o passar do tempo, foram surgindo as bactérias e depois outros seres simples, que a partir da água passaram por um longo processo evolutivo do qual resultaram todos os seres, inclusive os humanos, que povoam a Terra. Essa teoria foi defendida pela primeira vez pelo cientista russo Oparin, em 1936.
(ORIGEM DA VIDA. Adaptado).

SAIBA MAIS...

Origem do universo e da vida – Uma questão por vezes polêmica!
O poeta Olavo Bilac em sua poesia Ora (direis) ouvir estrelas, nos fala do contato do humano com o mistério, ouvir estrelas e entendê-las não é coisa só de poetas, mas também dos cientistas, dos religiosos, místicos, adolescentes, apaixonados. Conhecer a origem do universo significa “ouvir estrelas”, ou seja, tentar encontrar respostas para as indagações, tais como: Qual a origem do universo? Respostas que na ciência são conhecidas como teorias científicas e nas religiões como crenças e mitos sagrados. Conheça a poesia lendo o site Jornal da Poesia.
Disponível em: www.jornaldepoesia.jor.br . Acesso em: 07 novembro 2018.

Atividade 2
a)      De acordo com o texto, comente com suas palavras, uma das teorias científicas.

b)      Faça uma pesquisa entrevistando três pessoas de diferentes religiões sobre a origem da vida. Antes, organize com os colegas um pequeno roteiro de pesquisa. Com os dados em mãos, escreva um texto relatando o que as pessoas responderam na entrevista. Leia o texto para os colegas da turma e comente.

c)      Após fazer a leitura do texto, escreva uma redação dialogando com seus pensamentos a partir do que você leu.

d)     Pesquise diferentes crenças ou mitos religiosos sobre a formação do Universo (um mito para cada matriz: indígena, africana, ocidental e oriental) e paralelamente pesquise teorias científicas sobre a origem do Universo e da vida.

e)      Pesquise em dicionário o significado das palavras abaixo:
Senso comum –
Via Láctea –
Palio –
Cintila –
Pranto –
Big Bang –
Tresloucado –
Universo –

Vocabulário
Animada - pode gerar vida.
Espraia - estender, espalhar.
Inanimada - não pode gerar vida.


AS DIVERSAS FORMAS DE VER A MORTE
O ser humano passa pelo ciclo vital: nasce, cresce, envelhece e morre.
Morte é um fato natural assim como o nascimento?
Por que morremos? Para onde vamos depois de morrer?


A VIDA NA TERRA
(Diná Raquel Daudt da Costa)
No princípio era o nada
e do nada se criou
devagar, devagarinho
tudo se criou!
Astros, estrelas se formaram
e a vida se espalhou
assim a casa estava pronta
para a vida acolher
um planeta muito bonito
para podermos viver
como a vida começou?
quem foi que a criou?
Isto é um grande mistério
que a humanidade sempre buscou
crianças no mundo inteiro
têm suas indagações
muitas buscam as respostas
em suas religiões.

SAIBA MAIS...

Na antiga Grécia um filósofo chamado Empédocles divulgava a ideia de que o mundo seria constituído pelos quatro elementos: água, terra, ar e fogo. Tudo que existia no mundo era uma mistura desses elementos. Para ele, o amor era a força que unia os elementos enquanto que o ódio os separava.
Assim, a morte significava a separação dos elementos. Disponível em: www.mundoeducacao.com.br . Acesso em: 10 novembro 2018.


Atividade 1
a)      Em algumas religiões a água e o fogo são símbolos para celebrar momentos importantes na vida das pessoas. Faça desenhos mostrando como a água, o fogo e outros elementos da natureza são usados em cerimônias religiosas de vida e morte.

b)      Pesquise teorias científicas sobre o surgimento da vida na terra.

O pensamento religioso
O ser humano sempre quis compreender e controlar o mundo ao seu redor, muitas vezes seu medo face ao desconhecido fez com que inventasse crenças a fim de sentir que possuía certo controle sobre o mundo a sua volta. Ao se deparar com a morte, as pessoas conceberam a ideia de uma vida para além da morte. Os rituais funerários também possuem a função de dar algum encaminhamento para a alma do morto e não apenas oferecer consolo para os seus entes queridos.
Os egípcios formaram uma civilização africana que se tornou mundialmente conhecida por suas misteriosas e belas pirâmides. Para eles, a vida era uma preparação para a morte. A organização social egípcia era complexa, nela o faraó é a autoridade máxima, mas existiam também os sacerdotes, os militares, os escribas, prisioneiros de guerra, artesãos. Viviam basicamente da agricultura, mas toda a terra trabalhada pertencia ao faraó.
As religiões eram bastante forte na estruturação social deste povo. Acreditavam em diferentes Deuses, alguns representados com os corpos metade animal e metade gente, alguns representados como animais completos. Ex.: Horus era uma divindade representada com corpo humano e cabeça de falcão; Thot tinha a cabeça de um pássaro (Ibis); Anubis a cabeça de um chacal; Bastet, a Deusa, era representada por uma gata.
Certas divindades personificavam forças da natureza, como o sol, por exemplo. Para eles a vida após a morte era uma possibilidade, porém para ter uma boa vida após a morte a pessoa deveria apresentar certas virtudes. A prática da mumificação dos corpos surge a partir de suas crenças religiosas.
Atividade 2
a)      Procure na internet a representação dos Deuses Horus, Thot, Anubis e Bastet e escolha um para elaborar um cartaz.

b)      Pesquise sobre os costumes funerários dos egípcios, como eram feitos os processos de mumificação.

c)      Qual era a utilidade das pirâmides?

A morte é uma realidade humana e para lidar com ela de maneira equilibrada é necessário haver maturidade e esperança de que morrer nem sempre é o fim. Assim, não é somente a morte que nos leva ao sentimento de perda, enlutamos diante de pequenas coisas em nossas vidas, como, por exemplo, o desmame, a aposentadoria, a amputação de um membro, o aborto. Há também o luto coletivo, seja por morte de ídolos ou até mesmo pela violência, que vem deixando os cidadãos cada vez mais entristecidos. Podemos dizer que o luto é um sentimento natural de dor pela perda de pessoas que tiveram uma importância central em nossas vidas. Apesar da crise que provoca, o luto não é uma doença e não deve ser confundido com depressão ou melancolia. O que podemos ver nas sociedades atuais, centrada no bem estar social, é a tentativa de evitar o contato com a morte nas suas diversas formas, ou ainda a tentativa de amenizar a dor . Para isso, fazem maquiagem nas pessoas que faleceram, muitos túmulos têm forma de pequenas casas, os cemitérios são jardinados, etc.
A morte é a única certeza que temos, e ignora todas as condições sociais e religiosas nivelando ao mesmo destino: o fim da vida terrena. No entanto, em nossa cultura não a incorporamos como parte de nossas vidas, e nos acostumamos, muitas vezes, a ouvir alguns ditos populares em funerais que justificam a morte, como, por exemplo: “essa pessoa era tão boa, mas foi Deus quem quis assim”. Todos morrem, contudo a duração da vida e as modalidades dos rituais fúnebres são diferentes segundo as classes sociais e cultura a que pertencem os mortos.
RESPEITANDO AS OPÇÕES

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um japonês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o japonês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
- E o japonês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores!

Atividade 3
a)      Encontre no caça-palavras nomes de religiões e depois pesquise qual é a crença de vida além morte que elas possuem: Budismo, Hinduísmo, Judaísmo, Muçulmanos, Taoísmo, Umbanda e Xintoísmo.



A K X I N T O I S M O J L I
L W T J C V H D C L Ç I V X
Z M B S A G N O E F Q H B N
Z E G H C O I E X S W M Ç C
J D S E R U O M S I D U B Y
U U I P O D F G J K L X V N
D G S C I B M E K M X O I P
A Q E S H R A I N D O N M D
I D G O M S I O A T K I D O
S A D O I T O T U D I U B M
M T O U I S M H A S K T Z S
O P T D H Z F D R T N M J I
A L S V H I N D U I S T A N
G O R Y E A E S P R T H N I
A N Y E B J L I S B Ç O D A
U C Ç M R F H U I L D V N J
M E U H I N D R T U H F M V
D U Ç U L A Ç G N C R T K Ç
B U D O N A M L U Ç U M E V
A T E N M T F R Ç H D S Ç E

b)      Em algumas revistas em quadrinhos são criados alguns personagens referente à morte, com o intuito de familiarizar as crianças com uma realidade da existência que muitos procuram esquecer, mas da qual ninguém pode fugir. Geralmente a morte é desenhada com túnica preta com capuz e carrega em sua mão uma foice. Se você fosse um desenhista profissional e tivesse que criar um novo personagem para representar a morte, como seria? Crie este personagem e lhe dê um nome!

A ORIGEM DA VIDA
Borres Guilouski
Ninguém sabe ainda ao certo
Mas a ciência e as religiões
Sobre a origem da vida na Terra
Têm diversas teorias e explicações
Diz a ciência que há bilhões de anos
Aqui na Terra ocorreram
Grandes e tremendas transformações
Mudanças físicas e químicas
Modificaram a crosta e a atmosfera
Iniciando o ciclo das estações
A ação da terra, da água, do fogo e do ar
Promoveu uma fantástica combinação
Para que as primeiras células de vida
Pudessem iniciar o processo da evolução
Os diferentes ambientes da Terra
A vida encheu de encanto e beleza
Revelando sua força e perfeição
Na biodiversidade da natureza
Diversas religiões explicam
Que a origem da vida é um grandioso feito
Atribuído a uma Divina Inteligência
Um Ser infinitamente perfeito
Que de um modo misterioso
A vida no Universo semeou
E a evolução dos seres impulsionou.

Atividade 4
a)      Procure em um dicionário o significado das palavras que você desconhece. Copie-as em seu caderno e ao lado de cada uma escreva o significado encontrado.

b)      O que diz a ciência sobre o surgimento da vida na Terra? Responda de acordo com o texto anterior.

c)      O que explicam as diversas religiões sobre o surgimento da vida na Terra?

d)     Explique por que é importante respeitar e defender a vida na Terra.

e)      Leia a poesia a seguir e depois construa uma poesia sobre a Morte.
Dona Morte
Emerli Schlög
Dona morte, também conhecida como Dona dos Ossos, anda por aí
Com a sabedoria de quem conhece profundamente
Cada pedacinho de vida e de morte
Ela acolhe em seus braços e oferece serenidade
Para todo aquele que sofre de alguma doença fatal
Ela oferece a possibilidade de uma nova vida totalmente espiritual
Para todo aquele que acredita em ressurreição
E que quer rever a todos aqueles que em vida amou
Mas, Dona Ossos oferece oportunidade de reencarnação
Para todos aqueles que acreditam que podem melhorar
E que nova vida aqui na terra trará possibilidades
De aprendizagem para seu espírito
Dona Ossos organiza e possibilita
Que os ancestrais fiquem amorosamente unidos
Cuidando e protegendo seus descendentes
Sua comunidade, seus entes queridos
A Dama dos Ossos, a Igualadora
Ou a Bem Amada, como alguns poetas a chamam
Também possibilita aos que creem no nada
Que a vida, na morte desfaça todos os nós
E que descanse em paz
No absoluto.

Muitos de nós analisam a simbologia da caveira como algo tenebroso, está sempre associada ao período da morte, é como se ela fosse a fonte de todas as assombrações e medos, dos vilões, dos piratas, dos venenos e até mesmo da escuridão. Talvez possa ser porque nos causa uma estranha sensação de pavor, pelo simples fato de que sua imagem sempre está associada à fragilidade da vida humana. E nós, reles seres humanos, temos plena consciência de nossa finitude. A caveira também pode ser vista como um símbolo de fortaleza e vida, pois, afinal, são os ossos que dão sustento ao nosso corpo, e desfeito o nosso corpo mortal, o que resta por último são sempre os ossos.

AS DIVERSAS FORMAS DE ENTENDER A VIDA E MORTE

Atividade 1
a)      Escute a música Epitáfio na voz do Titãs, disponível no site Vagalume (http://www.vagalume.com.br/titas/epitafio.html) e escreva um texto sobre o que você entendeu da letra da música. Na música, o autor nos passa a ideia de arrependimento por não expressar seus sentimentos. É muito importante expressar o que sentimos, pois como dizia a escritora Verônica Shoffstall em seu poema O Menestrel: “Um dia você aprende que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.”

b)      Escreva um poema ou um texto que expresse o que você está sentindo no momento, seus desejos e sonhos. Depois junto com os colegas organize um mural na sala para fazer a exposição dos poemas e textos produzidos.

As questões relacionadas à vida e à morte fazem parte do nosso cotidiano. Neste sentido, as diferentes religiões procuram explicar e auxiliar na compreensão da vida e morte. De pergunta em pergunta, de geração em geração, vamos “desconfiando” de que existe algo além do que percebemos com os nossos sentidos, por este motivo o ser humano busca explicações para a própria existência.
Com certeza você já se fez perguntas como estas:
Existe algo além deste mundo que vemos?
Para que vim ao mundo?
A vida serve para quê?
Qual o jeito certo de viver?
A busca da sabedoria de bem viver existe em todos os povos, ela faz parte também das tradições religiosas. Algumas pessoas costumam dizer: “Para tudo se dá jeito, menos para a morte!”, mas se analisarmos o que as religiões ensinam, a afirmação anterior não é assim tão verdadeira, pois, segundo as religiões, a morte tem solução. Existem os que acreditam e pregam a reencarnação, a ressurreição, a transmigração de almas e a ancestralidade. Assim, a morte tem jeito sim, com a existência que continua numa nova vida material ou apenas espiritual.
Agora vamos conhecer o que é reencarnação, ressurreição, ancestralidade e niilismo.
Reencarnação, isto é, ter carne de novo, voltar à carne, voltar a viver. Para o Budismo, o Espiritismo e algumas outras religiões, a pessoa volta a viver num novo ser, podem reencarnar várias vezes até atingir a perfeição, quando então está livre deste ciclo. Os espíritos nascem, morrem, reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento. Uma variante da reencarnação é a transmigração de almas, para o Hinduísmo, a alma transmigra, passa de um corpo ao outro, humano ou não.
Ressurreição é o entendimento que a alma volta a ter vida, ressuscita para uma vida nova, não mais humana, mas sim espiritual, num ambiente chamado de céu, ou de inferno. Os seguidores do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo creem na ressurreição, porém com concepções e características particulares. No Alcorão (livro sagrado do Islamismo) está escrito na surata (capítulo) n. 7, no versículo n.º 29: “Assim como vos criou, retornareis a Ele”. Vive-se uma única vez e ressuscita para a vida eterna. A Bíblia (livro sagrado dos cristãos), narra o que aconteceu com Jesus Cristo, que ressuscitou para nunca mais morrer.
Ancestralidade, para as religiões africanas, o ser volta aos antepassados, aos ancestrais, “... cada criança que nasce é um ancestral que retorna, não no sentido de uma reencarnação cíclica, mas como uma continuidade instituída quando Oxalá criou o primeiro ser do barro e Olodumaré insuflou-lhe vida” (JÚNIOR SOUSA, 2001). Para a ancestralidade, quando um avozinho morre, seu espírito continua vinculado à família, ao clã, ajudando mesmo após a sua morte aqueles que ele ama. Você sabia que algumas pessoas veem a morte como o fim da sua experiência humana pessoal?
O Niilismo (Nada) não segue nenhuma doutrina religiosa. A morte é considerada o fim de tudo. Entendem que ao morrer voltarão para o lugar de onde vieram antes de nascer, ou seja, ao universo, enquanto átomo integrado no todo.
Como algumas religiões entendem a vida e a morte
Em cada tradição religiosa existem crenças e rituais diferenciados, tanto na compreensão de se viver quanto na celebração do nascimento e da morte. Estudaremos duas grandes visões de morte e pósmorte: a ressurreição e a reencarnação.

Judaísmo
Para os seguidores desta religião a vida é sagrada, a morte não é o final da vida, apenas o fim do corpo ou da matéria. Creem na ressurreição da carne no final dos tempos, mas também existe a possibilidade de reencarnação. Os judeus acreditam que existe outro mundo para onde as almas vão, chamado de Olam Haba (mundo vindouro). No entanto, a alma pode voltar para a terra em outro corpo, para completar a sua missão. A vida que a alma terá no mundo do Olan vai depender de como ela viveu no mundo terreno. Acredita-se que cada alma na terra tem uma missão a cumprir. Quando nasce um menino judeu ele recebe o nome oito dias depois do nascimento, quando é circuncidado, ou seja, acontece o Brit Milah (aliança de circuncisão) por um Rabino na Sinagoga, perante dez homens da comunidade.
Quando nasce uma menina, a mesma é levada a Sinagoga e nomeada pelo pai diante da Torá, acontece o Brit Bat Bat (aliança da filha). Quando morre um judeu ele passa por um ritual chamado Tahará, purificação no qual o corpo é lavado e envolvido em panos brancos, em seguida colocado em um caixão fechado para que ninguém mais o toque. O enterro é feito o mais breve possível, não são usadas flores nem velas. Os parentes mais próximos rasgam um pedaço da roupa para mostrar o luto. Nas primeiras semanas os parentes mais próximos não saem de casa nem para trabalhar. A roupa que é usada no enterro e rasgada não é trocada durante uma semana. Os espelhos que existem em casa são cobertos, não há preocupação e cuidado com o corpo. A segunda etapa do luto termina trinta dias depois, neste período os homens não fazem a barba e nem cortam os cabelos. O luto termina no primeiro aniversário de morte. (ASTOR, 2011).
Cristianismo
Mantém a crença em um só Deus e acredita que o salvador é Jesus Cristo de Nazaré, que aos 30 anos, dizendo ser o Messias (termo que em Hebraico significa “o ungido”), começou a percorrer as aldeias ensinando que o homem deve purificar seu coração e que todos os seres humanos são irmãos, aos bons está reservada a ressurreição e a vida eterna, mostrando o amor a Deus e ao próximo. Segundo os cristãos, Jesus foi perseguido e condenado à morte na cruz, no entanto ressuscitou ao terceiro dia e subiu ao céu, oferecendo a possibilidade de salvação a todas as pessoas que creem nele. O nascimento de uma criança para algumas igrejas cristãs é comemorado por meio do batizado, cerimônia realizada para que a criança seja recebida no seio da igreja ou receber o “selo” de cristão. O batismo acontece de formas diferentes de acordo com o ritual de cada igreja cristã.
Os cristãos acreditam no dia do Juízo Final, que seria um ajuste de contas de toda a humanidade, quando Jesus vier a este mundo pela segunda vez. A doutrina do cristianismo baseia-se na crença de que todo ser humano é eterno, a exemplo de Cristo que ressuscitou após a morte. Cada pessoa é responsável por seus atos e escolhas. Para o Católico, a morte é uma passagem desta vida para outra e dependendo de seus atos em vida, alcançará o céu, e se for condenado, vai para o inferno, ou ainda pode ser purificado no purgatório. A celebração que se faz antes de enterrar é chamada de “encomendação” (as Exéquias), para encomendar a vida da pessoa às mãos de Deus. O sacerdote usa a cor roxa para simbolizar a penitência, dor e luto. O corpo do cristão é velado no cemitério, ou em casa ou na igreja. Normalmente se faz com caixão aberto, encimado por um crucifixo e ladeado por quatro velas acesas, que simbolizam a luz de Cristo ressuscitado e a vida que vai se consumindo, mas que sempre brilha. Envia-se coroas de flores com mensagem. Durante o velório, rezam com cantos religiosos, orações, terço e celebração de missa. No Brasil, dia 2 de novembro é o dia de finados, em que são homenageados os mortos, com visitas aos túmulos, os familiares acendem velas, levam flores e rezam pelo descanso da alma do falecido.

SAIBA MAIS...

Ramificações do cristianismo: Igreja Católica Romana, Igreja Ortodoxa, Anglicana, Luterana, Presbiteriana, Metodista, Batista e Espiritismo. Igrejas Pentecostais: Congregação Cristã no Brasil, Assembleia de Deus, Evangelho Quadrangular, Deus é Amor. Igrejas Neopentecostais: Igreja Universal do Reino de Deus e outras. Cristianismo de Fronteira: Mórmons, Adventista, Testemunhas de Jeová, entre outras.

A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) acredita que a morte para o filho de Deus é passagem, ressurreição para a vida eterna (Céu) e para quem não crê, é passagem e ressurreição para o sofrimento eterno (Inferno). Quando morre o fiel, o velório é realizado na casa ou na igreja, têm cantos e mensagens, é realizado um culto de Ação de Graças pela família e gratidão por ter levado o falecido a fé pelo Batismo. Este momento é chamado de “Culto Fúnebre”, e o pastor que preside usa vestes litúrgicas, geralmente pretas, em sentido de luto.
A Igreja Evangélica Congregacional diz que a morte é o desfecho da vida. Quando um cristão morre, embora o seu corpo permaneça na terra e seja sepultado, no momento da morte, alma-espírito vai imediatamente para a presença de Deus com alegria. Fazem o culto de despedida simbólica, em vista de consolar os familiares e amigos, pois a morte convida a uma reflexão sobre a vida de cada um e a esperança em Cristo. Para os Testemunhas de Jeová, a morte é o fim da humanidade e é resultado da desobediência de Adão e Eva, por isso todos retornarão ao pó. Os que morrem entram num estado de inconsciência total. Morre o homem e a sua alma também, é o espírito, a força vital, que retorna a Deus. Com a morte a pessoa não existe mais, até o tempo devido de Deus que virá para resgatar e ressuscitar para a vida. Será uma primeira ressurreição.
Os que por ela passarem, tornar-se-ão criaturas espirituais. Mas, após o Armagedom, os que escolherem servir a Deus nunca mais terão de morrer e os que forem ressuscitados para a vida na terra receberão um novo corpo físico, semelhante ao que tinham, para viverem uma vida eterna perfeita. Quanto ao velório, que é chamado de “serviço fúnebre”, poderá ser realizado no Salão do Reino, se tiver sido membro da congregação. Quanto ao discurso fúnebre, é decisão da família pedir ou escolher alguém batizado e de boa reputação, que fará um discurso em vista de consolar os enlutados. O fiel poderá ser cremado ou não de acordo com a opção pessoal ou familiar, ou ainda conforme o costume e condição do local.
Islamismo
Religião de fidelidade a Alá (Deus), acredita que o mesmo criou o mundo e trará de volta à vida todos os mortos no último dia. Os seguidores do Islamismo acreditam no juízo final e na vida após a morte no céu ou no fogo do mármore (se apoia nas mesmas bases de morte e pós-morte do Judaísmo e do Cristianismo). Seguem a orientação espiritual do Alcorão e dos Hadithis (conjunto de tradições), palavras e atos de Muhammad (Maomé) e seus companheiros, sendo seus principais ensinamentos a onipotência a Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça entre as pessoas. Diz que, a vida humana que na terra dura pouco tempo, é um teste. A chegada de um bebê para os seguidores do islamismo é celebrada assim que a criança nasce, com o sussurro da palavra Alá. No ouvido direito do bebê deve-se fazer o chamamento Adhan, convocação dos islâmicos para a oração em direção a Meca. Em seguida recita-se no ouvido esquerdo Igama, que quer dizer palavra de testemunho, unicidade divina. A criança terá um nome dentro de sete dias, o mesmo será proclamado pelos seus pais diante da família e dos amigos.
Acreditam que haverá o dia do juízo final, onde as pessoas serão julgadas, o ajuste de contas que é apenas com Alá (Deus), e diz respeito às escolhas e ações feitas em uma única vida. Para eles, não existe a reencarnação, e sim uma vida no paraíso para os fiéis, justos e esforçados. A morte é uma passagem desta vida para outra. O corpo após a morte não significa mais nada, portanto, a morte acontece quando a alma se separa do corpo e é levada por anjos da morte que ajudam a realizar esta tarefa. De acordo com as leis islâmicas, quando um muçulmano morre, seu corpo é lavado por pessoas do mesmo sexo, depois envolvido em três panos brancos e colocado em um caixão para a despedida dos parentes, em seguida o corpo é levado à Mesquita e de lá ao cemitério e, neste momento, só é permitido que os homens acompanhem a cerimônia. O Sheik é o responsável pelas orações para a alma do falecido. Geralmente a cerimônia dura em torno de duas horas.
Seguindo o ritual, o corpo é retirado do caixão e depositado num túmulo feito de quatro paredes de pedra, o buraco é tampado com pedras e depois coberto com terra. O luto pela pessoa morta dura três dias, mas se for a mulher que perdeu seu marido o luto é de quatro meses e dez dias e durante este período a mulher não pode sair de casa, a não ser em caso de emergência, nem receber proposta de casamento. (FOLHA ONLINE, 2001).
Atividade 1
Para entendermos melhor o que já estudamos até aqui, vamos assistir a um trecho do filme: “O Alto da Compadecida”, onde o personagem João Grilo morre e vai para o céu, em seguida é julgado por Deus pelas suas atitudes, o mesmo relata a questão da existência do céu e do inferno. Após assistir ao trecho do filme, entreviste seu colega, perguntando a ele: Sobre qual religião o filme está falando? Que característica desta religião o filme apresentou?

Hinduísmo
Os hindus acreditam na reencarnação, isto é, que a alma não morre com a pessoa, mas volta em outro corpo para pagar pelos erros acumulados em vidas passadas até purificar-se. A crença na reencarnação continha a ideia do Karma que determina a sucessão de nascimentos e mortes pelos quais o ser humano teria que passar, assim o tipo de vida que cada pessoa tem seria determinado pelas ações que praticou. Se a pessoa foi boa durante a vida, a alma voltará a viver nova vida em outro corpo humano ou animal, mais próxima do ser eterno e, se foi má, a alma reviverá em uma vida infeliz.
A base do Hinduísmo consiste na crença de um ser eterno e absoluto, o Brahmam, que significa “força suprema que rege todo o universo”, e na existência de um estágio final de purificação da alma. Quando nasce um filho de pais hindus, o bebê é lavado e a palavra OM, que representa o som da criação, é escrita com mel em sua língua. Quando o bebê completa seis ou oito meses, acontece a cerimônia de consumo de arroz, que é a primeira alimentação sólida que a criança recebe. Os hindus preferem morrer em casa cercados pela família, acreditam que a hora da morte não deve ser temida, mas deve ser entendida como um novo estágio de crescimento pessoal para que se possa atingir a perfeição.
O filho ou as pessoas da família, geralmente, realizam os últimos ritos com a ajuda do sacerdote hindu. O corpo sem vida é vestido com roupas novas, e levado para o local da cremação. A pira fúnebre é acesa, o corpo é embalsamado com óleos, perfumes e cremado ao fogo. Para os hindus, cremar o corpo tem caráter purificante, e as chamas são encarregadas de liberar a alma do mundo terreno e levá-la ao além, para sua união com a alma universal ou para permanecer no sansara, no ciclo de renascer. As cinzas do morto são coletadas para que no próximo dia sejam lançadas no Rio Ganges. Em outras situações, quando as pessoas são vítimas de doenças ou epidemias, o corpo é geralmente jogado nas águas do Rio Ganges, considerado sagrado, assim, não ofendem os espíritos maus que atacaram as vítimas causando doenças.
Atualmente, milhares de peregrinos vindos de todas as regiões da Índia dirigem-se a Benares, cidade às margens do Rio Ganges, para purificar-se em suas águas. Muitos levam as cinzas de parentes, cremados em aldeias distantes, para serem espalhadas em suas águas.

Espiritismo
O Espiritismo é uma doutrina cristã baseada na crença da existência de um espírito, que não necessita de um corpo para existir. Para esta religião, a morte não existe, somente o corpo morre e o espírito se desliga e fica no mundo espiritual, estudando, avaliando suas últimas reencarnações e se preparando para uma nova reencarnação, sempre amparado por um anjo guardião. Existe um mundo espiritual que é a habitação dos Espíritos desencarnados. Os espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento, mas nunca regridem. O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas consequências de suas ações. Durante o velório, fazem preces e procuram manter o equilíbrio, porque o espírito do desencarnado pode continuar por perto durante um período.
O seguidor do espiritismo acredita que o nascimento é o regresso da alma à vida corporal, regresso este que não é único, mas apenas um entre muitos outros já ocorridos. Não há um batismo formal quando nascem os bebês, alguns Centros realizam cerimônias com a aspersão de água, invocando a proteção dos espíritos de luz sobre o bebê, mas essa prática não é oficialmente reconhecida pela Federação Espírita. Os espíritas acreditam que os espíritos interferem na vida das pessoas e se comunicam com elas através de Médius (pessoas que falam ou escrevem as mensagens que os espíritos enviam), a quem recorrem para contar aos vivos como estão, fazer revelações e dar conselhos. Segundo esta religião, o homem é responsável por sua felicidade, seu destino depende de seus atos, principalmente a caridade, os que praticam o bem tem a elevação do espírito. Quando acontece a morte, faz-se uma cerimônia, onde fazem preces, mas não se tem o costume de se usar velas e flores. O corpo pode ser enterrado ou cremado. Não existe luto, a vida dos familiares segue normalmente. Procuram manter o equilíbrio para que o espírito da pessoa que morreu possa se encaminhar com tranquilidade. Os espíritas defendem a continuação da vida em outro plano espiritual e na reencarnação em outro corpo.

Budismo
Os budistas acreditam em um ciclo de reencarnação onde a pessoa morre e renasce até atingir a iluminação. Segundo essa crença, são os atos praticados por cada pessoa que vão determinar a vida que ela terá ou será quando reencarnar. Sendo assim, em todos os momentos da vida a pessoa deve seguir as oito regras que Buda aconselha: ter boas intenções, ser honesto, esforçar-se o suficiente, evitar maus pensamentos, concentrar-se ao fazer as coisas, ser justo nas decisões, falar somente o necessário e, no momento oportuno, fazer o que é conveniente. Se conseguir praticar esses ensinamentos estará no caminho para a iluminação.
Para os budistas não existe um ritual de batismo para o nascimento dos bebês, seus adeptos acreditam que a capacidade de atingir a iluminação ou chegar à natureza de Buda existe dentro de todos desde o nascimento. Depois de muito meditar Sindarta Gautama (“Buda – O iluminado”) atingiu um estado de sabedoria que permitiu compreender a vida e a morte. Percebeu que as ilusões e os apegos fazem com que as pessoas permaneçam aprisionadas ao ciclo de nascimentos e mortes.

Umbanda
Os umbandistas acreditam que o universo está povoado por entidades espirituais, guias, que entram em contato com os homens por intermédio de um iniciado, médium que os incorpora. Esses guias se apresentam por meio de figuras, como caboclo, preto-velho, pomba-gira. A umbanda também é conhecida como magia branca, o que significa fazer o bem e combater a magia negra. É uma soma de rituais africanos, cristão, indígenas, entre outros. Acreditam na possibilidade de contato entre vivos e mortos e na evolução espiritual após sucessivas vidas na terra. Para esta religião a morte e o nascimento são sagrados, pois marcam a passagem de um estado para outro. Creem que após a morte a pessoa leva consigo tudo o que fez de bom ou de ruim. Para lidar com isso contarão com o auxílio de espíritos evoluídos. Para eles, o objetivo maior do nascimento e da morte é a harmonização e a evolução do espírito.

Candomblé
Morrer é passar para outra dimensão e permanecer junto com os outros espíritos, orixás e guias. É um processo que faz parte do percurso da natureza, pois o ser humano é um retrato vivo do Sagrado, é um deslocamento de matérias ancestrais. Acredita-se na ancestralidade. O corpo do iniciado no Candomblé geralmente é velado no terreiro. O rito funerário é chamado de “axexe”, começa depois do enterro e costuma ser longo, podendo durar vários dias. A sociedade é chamada para participar deste ritual, pelo qual o espírito do morto é encaminhado para outra terra.

Vamos conhecer como os mitos afro-brasileiros e indígenas narram a morte?
A tradição afro-brasileira é repleta de mitos e de personagens que enganaram a morte. Um deles conta que no começo da vida na terra, quando ainda não estava tudo povoado, a morte (Iku) chegou espalhando por toda a terra peste, doenças, fome, guerra. Então o que fez Oxalá? Para enganar e espantar a morte ele pegou a galinha-d’angola, que era toda preta, e pintou com algumas bolinhas brancas. Quando Iku chegou na terra, se espantou ao se deparar com a galinha-d’angola toda pintada e se afastou da terra por um bom tempo, podendo, assim, a humanidade se estabelecer. Já na tradição indígena, uma das grandes lendas está relacionada justamente com a morte, transformada em vida, como veremos no texto a seguir.

A Lenda da Mandioca
Conta a lenda, que uma índia tupi deu a luz a uma menina que chamava de Mani. Ela era linda e tinha a pele muito branca. Vivia feliz brincando pela aldeia. Todos amavam muito Mani, pois ela transmitia felicidade por onde passava. Porém, um dia Mani adoeceu e toda aldeia ficou preocupada e triste. O pajé foi chamado e realizou diversos rituais de cura e rezas para salvar a querida indiazinha. Mas, nada adiantou e a menina morreu.
Os pais de Mani decidiram enterrar o corpo da menina dentro da própria oca, pois esta era a tradição e o costume cultural do povo indígena tupi. Os pais regaram o local, onde a menina tinha sido enterrada, com muitas lágrimas e água. Após alguns dias da morte de Mani, nasceu dentro da oca uma planta cuja raiz era marrom por fora e bem branquinha por dentro (da cor de Mani). Em homenagem a filha, a mãe deu o nome de Maniva à planta. Os indígenas passaram a usar a raiz da nova planta para fazer farinha e uma bebida (cauim). Ela ganhou o nome de mandioca, ou seja, uma junção de Mani (nome da indiazinha morta) e oca (habitação indígena). (SUAPESQUISA. COM - Adaptado).
As diferentes religiões, por meio de seus rituais, tentam explicar a passagem da vida para a morte e novamente para a vida, conforme suas doutrinas, pois parece haver em todas as culturas a crença da sobrevivência espiritual do homem. Após estudarmos sobre o significado da vida e da morte para algumas religiões, é possível perceber diferenças e semelhanças nas verdades e nos seus fundamentos, o que ajuda a compreender que cada religião, de sua maneira, busca o sentido da vida e da vivência de valores e crenças que contribuem para a felicidade do ser humano. Cabe a nós conhecer, respeitar e valorizar as diferentes culturas religiosas, para que também nós possamos ser valorizados e respeitados pela religião e cultura que temos.
Os rituais de enterro
A compreensão da morte, acompanhada pelos ritos funerários, é a organizadora da sociedade, sendo ela um grande marco da cultura. Para Eliade (1992) somente pela realização do enterro e da cerimônia funerária a morte é confirmada e conduzida a pessoa à sua nova morada. Isto se confirma quando se ouve os parentes das vítimas dos grandes acidentes dizerem: “queremos dar um enterro digno a ele...” É comum assistir pessoas colocando flores, cruzes ou outros símbolos em locais de acidentes; fazer um minuto de silêncio antes de algum evento; participar de um velório e prestar o conforto aos enlutados.
Entre os índios Kaingang, quando morre alguém, o chefe recita um texto ininteligível, em seguida, três homens levam o corpo ao cemitério e, em algumas paradas, talham nas árvores um sinal, isto para que a alma dele não volte à aldeia. Nos meses de abril e junho, eles fazem a festa para que “o morto se vá embora”. Na festa, com fogueiras e danças, é servido a bebida “Kiki”, um tipo de cachaça, que resulta da fermentação do açúcar, milho verde mascado e água, preparada num cocho de araucária.
Em Madagascar, na África, o costume é enterrar os mortos envoltos em tecidos sagrados, que chamam de “lambahoana”. Cada parente traz um tecido, quanto mais tecidos, mais rica a família. O caixão é apenas usado para transportar o morto da casa até à igreja e desta até o túmulo, e é um único para todos os fiéis. Depois do enterro o caixão fica guardado em um local reservado na igreja. O velório dura vários dias, se a pessoa falecida é nova, a carne servida para a alimentação é sem sal, mas se a pessoa já é de idade, bem vivida, a carne servida é bem temperada.
Em Madagascar a festa de dias dos mortos é chamada de “famadihana”, quando, a cada sete anos, eles abrem os túmulos e as famílias retiram seus mortos e colocam novos tecidos, recolocando os mortos em outras posições, pois acreditam que os mortos se cansam de repousar no mesmo lado. A cerimônia acontece com dança, cantos, músicas e comidas para todos os participantes. METAMORFOSE DIGITAL (Adaptado).
Atividade 2
a)      Faça uma pesquisa sobre rituais fúnebres e elabore cartaz com a visão de cada tradição religiosa.
b)      Relacione as colunas:

(1) Reencarnação
(2) Ressurreição
(3) Niilismo (ou Nada)
(4) Ancestralidade




(   ) Hinduísmo
(   ) Candomblé
(   ) Judaísmo
(   ) Budismo
(   ) Islamismo
(   ) Cristianismo
(   ) Umbanda
(   ) Espiritismo

c)      Com base na leitura do texto, complete o que se pede:
1. Os índios Kaingang ao levar o corpo de um morto ao cemitério, em algumas paradas, talham nas árvores
algum sinal, isto para que ________________________________________________________
2. Em _________________ na _______________ tem-se o costume de enterrar os mortos envoltos em tecidos sagrados.
3. Os budistas e espíritas acreditam na ___________________ após a morte da pessoa.
d)     Ligue a coluna da esquerda com a resposta certa da direita:
Niilismo                                             Ancestral que se faz presente
Ressurreição                                       Tudo termina com a morte
Ancestralidade                                   Vida nova após a morte
Reencarnação                                                Voltar à carne
e)      Pesquise a visão religiosa sobre a morte na tradição religiosa indígena e depois escreva um texto informativo.

Vocabulário
Aspersão - ato ou efeito de jogar água.
Crença - fé religiosa, religião, opinião formada, convicção.
Encimado - posto em cima.
Evoltório - que serve para envolver, revestir.
Karma - uma espécie de lei de ação e reação.
Ladeado - estar ao lado.
Oxalá - é o Orixá associado à criação do mundo.
Sansara - Representa o ciclo de mortes e renascimentos, na existência de um novo ser.


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