“Fraternidade e Políticas Públicas de Educação”.


Tema Eixo“Fraternidade e Políticas Públicas de Educação”.

Lema Eixo: Fala com sabedoria e ensina com amor. (Provérbios 31,26)

O livro de Provérbios está cheio de instruções dadas por Salomão a seus filhos. O filho é exortado a aprender com esta instrução, e o resultado da aplicação do conhecimento aprendido é chamado de sabedoria. A Escritura diz muito sobre o processo de educação, e começa com o pai e filho. O comando para os pais é criar os filhos no Senhor (Efésios 6,4), e a palavra grega paideia ("criação") traz consigo a ideia de formação, educação, instrução e disciplina. Na medida em que as crianças aprendem sobre Deus, elas têm a oportunidade de honrar os seus pais com sabedoria, e a base dessa honra é o processo contínuo de educação e aplicação do que é aprendido. Salomão nos diz que a base de todo o conhecimento verdadeiro é o temor do Senhor (Provérbios 1,7). A palavra "temor" aqui não carrega a ideia de terror ou medo, mas sim respeito e reverência pela santidade e majestade de Deus e uma relutância de decepcionar ou desobedecê-lo. Jesus disse que quando conhecermos a verdade, ela nos libertará (João 8,32). Estar livre do temor vem de ser educado na Verdade.
Em Romanos, o apóstolo Paulo usa a palavra "saber" ou "conhecer" onze vezes. O que devemos saber? Devemos nos educar na Palavra de Deus, pois quando adquirimos conhecimento espiritual, podemos então aplicá-lo nas nossas vidas de maneiras práticas, rendendo-nos a Ele e usando o conhecimento piedoso para servir ao Senhor em espírito e verdade (Romanos 6,11-13). O velho ditado é: "Nós não podemos usar o que não conhecemos." Este princípio é duplamente verdadeiro quando se trata da educação bíblica. Como é que nos educamos no sentido bíblico? Nós lemos, estudamos, memorizamos e meditamos na Palavra de Deus!
O apóstolo Paulo advertiu Timóteo a “apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2,15). A palavra grega traduzida como "maneja" significa dar diligência, esforçar-se ou apressar-se a aplicar-se. Portanto, a fim de aprender ou nos educar, somos instruídos a aplicar-nos a estudar com diligência a Palavra de Deus. A razão é também encontrada na segunda carta de Paulo a Timóteo. "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Timóteo 3,16-17). A ideia aqui é que a Palavra de Deus nos aperfeiçoa ou amadurece e nos prepara para sermos servos educados e fiéis.
A educação bíblica equipa os crentes nascidos de novo de modo que Deus é capaz de realizar neles o trabalho que Ele ordenou (Efésios 2,10). A educação bíblica nos transforma pela renovação da nossa mente (Romanos 12,2), ou seja, através do processo contínuo da aplicação de conhecimento com a mente de Cristo, "o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1 Coríntios 1,30).
"Quem ama a disciplina ama o conhecimento. Quem detesta as repreensões é tolo "(Pv 12,1). Não se aprende sem disciplina e não se aprende sem ser corrigido. Entretanto, muitos adotaram a aparência disciplinadora sem o conhecimento para transmitir, gerando a revolta dos educadores modernos. O problema é que na pressa de destruir a autoridade desses impostores, destruiu-se junto a autoridade dos bons mestres e sem autoridade não há como impor disciplina e nem repreender o erro. Observa-se que a repreensão é ao erro e não ao aluno. Na revolta contra os professores que repreendiam os alunos, muitas vezes com rituais de humilhação, os professores que repreendiam o erro foram atacados também. Pior, com o tempo foram substituídos por uma nova geração de professores cuja maior preocupação era deixar alunos, pais e diretores satisfeitos, mesmo que o aluno não aprendesse nada.
Outro exemplo? Diz também no livro dos provérbios (12,15) "o proceder do insensato é reto aos seus olhos, mas quem é sábio atende aos conselhos". Aqui está a raiz do problema da ideologia, os ideólogos acham que estão certos. São incapazes de ver que seus atos contrariam a natureza das coisas e são muitas vezes imorais. Como podem atender aos conselhos se acham que estão com toda a razão? O mesmo vale para a insistência do homem em caminhar pelo vício, muitos acham que não são vícios ou que pelo menos o diabo não é tão malvado assim.
"Quem anda com os sábios torna-se sábio, quem é amigo dos insensatos torna-se mau." (Pv 13, 20). O problema é achar um sábio nos dias de hoje. Estamos tão perdidos nesse mundo de extrema correria e excesso de informação que fica cada vez mais difícil encontrar os sábios, embora existam. Pelo sim, e pelo não, ando sempre com um monte de sábios, debaixo do braço. Platão, Santo Agostinho, Eric Voegelin, ando sempre com eles. Marx, Foucalt, Paulo Freire? Prefiro uma distância segura, o que não significa que não os estude. Aliás, a sabedoria da Bíblia está nos detalhes também. Para ser sábio, basta andar com o sábio, mas para se perder, é preciso ser amigo do insensato. Posso ler, como já fiz,  Marx ou Paulo Freire, mas não serei jamais amigo deles.

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